Caros Amigos, se na semana passada o mundo da velocidade foi sacudido com as mudanças acontecidas na Fórmula 1, com o anúncio de Lewis Hamilton indo para a Mercedes e logo depois Michael Schumacher assumindo que deixará a categoria no final da temporada, algumas grandes mudanças também aconteceram “fora das pistas”. O WRC, Campeonato Mundial de Rally, que ao longo desta temporada viveu sob a tensão de não saber qual seria seu futuro, uma vez que o organizador/promotor do campeonato não estava definido (chegou-se a falar que a Eurosport, conglomerado de mídia e que tem sob sua lista de eventos o WTCC, poderia assumir a categoria). Contudo, confirmou-se ao longo da semana que a Red Bull, a mesma que tem duas equipes na Fórmula 1 e que investe pesado no esporte a motor será – em conjunto com a Sportsman Media Group – empresa de propriedade da marca das bebidas energéticas, a promotora do evento. De acordo com o comunicado da FIA, “O promotor terá como responsabilidade o trabalho de investir e desenvolver o WRC com ao objetivo de ampliar sua reputação e valor comercial. O promotor, também em conjunto com a FIA, vai trabalhar para introduzir uma transmissão de TV ao vivo, além de uma não estratégia de mídia digital nos próximos anos”. Como tudo que a Red Bull coloca a mão parece dar certo, as possibilidades de que as coisas deem certo no WRC também são grandes. É, mas o campeonato do próximo ano vai começar com uma baixa de peso: Sébastien Loeb, disputará apenas algumas etapas do campeonato e não a temporada completa em 2013. E a baixa poderia ter sido maior... a Citroen, após uma queda de 13% em suas vendas de carros de rua, que parecia estar ameaçando deixar a categoria, confirmou que estará, sim, na disputa do Mundial no ano que vem, e foi mais além! Tudo indica que está sendo arquitetado um plano ambicioso de investimento no esporte a motor por parte da montadora francesa para o ano de 2014, com o início de uma operação no WTCC, o Mundial de Carros de Turismo. Sébastien Loeb, que disputará apenas algumas provas no WRC e não a temporada completa, deve ser um dos pilotos na nova empreitada, caso ela realmente seja colocada em prática. O francês, já participou de testes com carros de F1 da Red Bull, mas nunca disputou uma corrida oficial fora do rallies. Segundo Yves Matton, “O posto de embaixador da Citröen não pode ser passivo para alguém como Sébastien. O projeto daria a ele a oportunidade de perseguir uma carreira no asfalto com o apoio da montadora que ele defendeu desde seu início nas competições”. O dirigente ainda explicou que o calendário diversificado do WTCC interessa à Citröen como uma maneira de promover a marca ao redor do planeta. “Seria uma vitrine para mostramos a ‘Creative Technologie’ em grandes mercados, como a China e o Brasil”, concluiu. “A decisão final acerca deste programa dependerá dos regulamentos da FIA e, obviamente, do desejo de nossos parceiros atuais e futuros de nos apoiar no projeto”, segundo Yves Matton, ou seja, a montadora não está disposta a jogar dinheiro pela janela ao sabor das mudanças de regulamentos que nem sempre trazem o resultado esperado. A parte mais, digamos, interessante deste desenrolar dentro do que pode vir a ser o futuro da equipe Citroen no Mundial de Rally é que, para correr a temporada como o companheiro do finlandês Mikko Hirvonen, que vai disputar a temporada completa, está sendo o do espanhol Daniel Sordo. Sordo deixou a equipe ao final da temporada de 2010 quase que pela portas dos fundos após uma possível “troca de amabilidades” entre Loeb e Sordo. No ano anterior, o espanhol foi fundamental para que Loeb conquistasse o campeonato, com um segundo lugar e uma dobradinha que tirou quatro pontos de Hirvonen, exatamente a diferença entre Loeb e o finlandês. No ano seguinte – 2010 – Loeb era praticamente campeão, tinha enorme vantagem e, numa situação dessas, no Rally da Espanha, especulou-se que a equipe poderia “inverter a dobradinha”... e isso não aconteceu! O clima azedou dentro da equipe e o desfecho foi a saída de Sordo. Contudo, algumas posições dentro da equipe preferem outra opção: Peter Solberg. Incólume a tudo isso, Loeb está conquistando seu nono título! Quem sabe agora o francês vai ter, finalmente, uma chance de mostrar um ‘algo a mais’, correndo nas pistas? Enquanto isso, no balcão do cafezinho... É amigos... o mundial de Fórmula 1 pegou fogo graças a um pneu furado! O GP do Japão não foi uma corrida de grandes emoções em seu todo. Gastou tudo de uma só vez na primeira curva, com um duplo acidente que não apenas provocou a entrada do safety car, mas que mudou todas as possibilidades do campeonato. O toque na asa dianteira do Kimi Raikkonen no pneu traseiro esquerdo de Fernando Alonso foi quase imperceptível. Sem o replay não daria pra perceber. Estranho foi que, depois de ter rodado e, milagrosamente, não ter sido acertado por nenhum dos carros que vieram depois, estranhamente – pelo menos pra mim – não parece ter tentado levar o carro para os boxes. Tá certo que seriam mais de 5 Km com parte do carro arrastando no asfalto. Custava tentar? Do outro lado – o de dentro, porque o de fora foi onde Alonso foi tocado – Mark Webber, que foi superado pelo ‘kamikase’ Kobaiashi na largada, tentando se recuperar acabou tocado pelo (vou chamar de desastrado, ok?) Romain Grosjean, que pela oitava vez envolveu-se em um acidente na primeira volta e que acabou punido com um “stop and go” de 10 segundos. Largada do Kobaiashi à parte, as Red Bull tinham tudo para fazer uma dobradinha e Webber também conseguir um grande resultado. Restava para Alonso, dos boxes, ‘secar’ o bicampeão do mundo e torcer por Felipe Massa, que fez uma grande corrida, escapando dos dois acidentes e saltando da 10ª para a 4ª posição. Ao longo das 53 voltas, o brasileiro, que se chegou àquela colocação por conta não só de sua largada, ou também dos acidentes, mostrou que tinha condições e ritmo de corrida para escalar o pelotão. A Ferrari fez também a sua parte, com uma grande parada nos boxes e uma estratégia perfeita, conseguiu recolocar Felipe, depois da primeira troca de pneus, em 2º lugar, posição que manteve até o final da prova. Valeu Felipe! Passado o terremoto da mudança de Lewis Hamilton para a Mercedes, vieram aqueles tremores de acomodação (quem morou no México ou no Chile sabe do que estou falando). Com a ida de Sergio Perez para a McLaren, chegou-se a especular uma possível ida de Michael Schumacher para a Sauber. Peter Sauber, para quem "não sauber" (trocadilho infame, não?) foi chefe de equipe de Michael Chumacher na Mercedes, na equipe do mundial de protótipos entre 1990 e 1991. Mas o maior vencedor da categoria decidiu por 'pendurar o capacete'. Sinceramente, nem devia ter voltado! E para fechar nosso assunto voltando ao meio offroad, o piloto de Rally Paulo Nobre, o Palmerinha, que este ano disputou o WRC vai ser, novamente, candidato a presidência do Palmeiras, seu clube de coração... coloca aí 5 “curecas” na planilha! Um abraço e até a próxima, Fernando Paiva |