Olá amigos leitores,
A sensação de apreensão na tarde da quinta-feira estava na cara de todos no The Thermal Club, passando pelos pilotos, engenheiros, chefes de equipe e pelos engenheiros da Firestone. A pergunta era: como iriam se comportar os pneus? As equipes entenderam bem como as coisas deveriam acontecer (mais ou menos), mas que alguns – mais espertos que outros – perceberam que haviam possibilidades alternativas nas estratégias de como se jogar com pneus duros e macios. Desde o resultado do treino de classificação que colocou duas Arrow McLaren na primeira fila e praticamente 75% da corrida as coisas pareciam bem definidas em favor e um 1-2 para a equipe chefiada por Tony Kanaan... até a última rodada de pit stop, mas O'Ward e seu companheiro de equipe Christian Lundgaard, que começaram em primeiro e segundo e pareciam ter a corrida sob controle acabaram surpreendidos por mais um golpe de mestre do estrategista da Chip Ganassi, que inverteu a ordem das coisas e aproveitou a pista mais emborrachada (e um pouco menos desgastante) para colocar os pneus macios no carro de Alex Palou. Alex Palou no carro #10 e a excelente estratégia de pit de sua equipe Chip Ganassi Racing que viu o espanhol terminar a corrida com pneus macios novos enquanto Pato O'Ward e Christian Lundgaard colocaram pneus duros novos na última parada. Depois de superar Lundgaard Alex Palou tinha pela frente um déficit de 11s saindo dos boxes na parada final, Palou perseguiu O'Ward, dissipou a diferença num ritmo alucinante, teve calma para atacar, assumindo a liderança na 56ª volta e disparou para reivindicar sua segunda vitória consecutiva da temporada. O'Ward e seu companheiro de equipe Christian Lundgaard, que começaram em primeiro e segundo, conseguiram marcar muitos pontos após completar as posições do pódio. O evento foi disputado sob uma temperatura alta, acima de 90°F (32,2°C) e com céu azul claro na frente de aproximadamente 5000 fãs no percurso de 3.067 milhas e 17 curvas situado no Vale Coachella da Califórnia. Eu estava lá, coberto de protetor solar e suando muito para ver uma excelente corrida, algo que muitos temiam não fosse acontecer. Não só aconteceu como teve a situação pouco comum de não termos tido intervenções do Safety Car ao longo das 65 voltas. Sobre a corrida: A dupla da McLaren, Pato O'Ward e Christian Lundgaard, liderou o grid para o verde e passou pela Curva 1 sem incidentes, mas Marcus Ericsson saiu da pista momentos depois e perdeu várias posições. Callum Ilott também foi desviado. Na corrida para a bandeira verde, Devlin DeFrancesco e Scott McLaughlin fizeram contato, o que levou ambos a rodarem. Na volta 3, O'Ward tem 2,1s sobre Lundgaard e 2,6s sobre Alex Palou. Os três primeiros estavam com pneus macios, mas apenas O'Ward com pneus novos. A classificação difícil da equipe Penske, onde Josef Newgarden foi o melhor do trio em 17º, não estava funcionando a seu favor até aquele momento na corrida; Newgarden era o melhor carro da Penske após cinco voltas em 22º, Will Power em 23º e McLaughlin em 25º. Na volta 5 e Palou estava 2,5s à frente de seu companheiro de equipe e 4,5s de um Palou em declínio. Colton Herta, o primeiro piloto com pneus duros, estava em quarto, 7,9s atrás. Na volta 9 e O'Ward estava disparando com 5,1s sobre Lundgaard e 6,0s sobre Palou. Herta estava 12,1s atrás. Na volta 10 Palou colou no P2 e estava apenas 0,2s atrás de Lundgaard, que na volta seguinte parou e colocou pneus duros, no que foi seguido por Felix Rosenqvist. Na volta 14 Pato O'Ward estava 8,0s à frente de Palou e 20,4 de Herta quando este parou na volta seguinte e colocou pneus duros. Duas voltas depois foi a vez de Alex Palou parar e colocar pneus duros. Marcus Ericsson estava fora da pista novamente. Na volta 18 parada de Pato O'Ward colocou pneus duros e voltava na liderança. A Penske vivia situações distintas: enquanto Scott McLaughlin parava nos boxes com um sistema de recuperação de energia superaquecido, Will Power vinha fazendo uma boa corrida de recuperação e já era o 16°. Volta 23 e Pato O'Ward continuava a ditar o ritmo na frente com 2,3s sobre Lundgaard e 11,1s sobre Palou. Dos cinco primeiros pilotos, apenas Lundgaard estava com pneus macios. Kyle Kirkwood estava em quarto, à frente do companheiro de equipe, Colton Herta e Marcus Armstrong estava em sexto. Na volta 25 Will Power continuava subindo, passando para o 12º lugar. A corrida parecia controlada – e sonolenta – com nada de interessante acontecendo. O'Ward está 3,8s à frente de Lundgaard e 12,1s atrás de Palou. Kirkwood está 26,9s atrás em quarto. Will Power para os boxes em 10º na volta 29. Kirkwood também para os boxes. Duas voltas depois Lundgaard para nos boxes pela segunda vez. Neste momento a transmissão da FOX fica escura. Depois de exibir vários comerciais, a FOX muda para a corrida da NASCAR Cup. O problema foi geral e ninguém entendeu nada. Aconteceu assim nos Estados Unidos e depois soube que o sinal caiu para todos no mundo inteiro, voltando a transmissão algumas voltas depois com imagens do helicóptero. Sem imagens, na volta 32 Palou estava 10,9 atrás de O'Ward. Na olta 33 O'Ward para os boxes e na volta 34 e Palou liderava com 23,4s sobre Pato O’Ward, mas ele também tinha que parar e o fez na volta seguinte, com isso O'Ward retornava à liderança e Lubdgaard ao 2° lugar. Na volta 39, ainda sem imagens, Pato O'Ward tinha 4,4s sobre Lundgaard e 8,7s sobre Palou. Kirkwood era o 4° 26,4s atrás, Herta estava 28,0s atrás e Felix Rosenqvist o sexto, 31,6s atrás do líder. Will Power continuava sua impressionante corrida de recuperação e estava na P9, com Newgarden em décimo, pois estão se recuperando muito para marcar bons resultados. Apenas na volta 42 que as imagens da transmissão da FOX estavam de volta e pudemos ver na volta 43 Alex Palou atacando Christian Lundgaard pelo segundo lugar. Na liderança, Pato O'Ward estava 8,3s à frente de Lundgaard e 8,7s à frente de Palou, enquanto Kirkwood está 28,9s atrás. Alex Palou começou a perder aderência e foi ficando longe de Christian Lundgaard, que parou nos boxes na volta 48 para aquela que seria a última parada, colocando pneus duros novos para ir até o final da prova. Felix Rosenqvist também parou e na saída passou com a roda dianteira direita sobre a pistola da roda externa, mas os comissários acabaram por não puni-lo. O momento chave: na volta 50 Pato O’Ward e Alex Palou param nos boxes. Enquanto a equipe Arrow McLaren coloca pneus duros novos no líder, que entrou com 10,8s de vantagem, Alex Palou recebeu um jogo de pneus macios novos e voltou pra pista logo atrás de Christian Lundgaard, em terceiro, e parte pra cima do piloto da Arrow McLaren, com os dois protagonizando uma disputa sensacional, trocando de posições nas curvas por duas voltas até que o piloto da Chip Ganassi assumisse o segundo lugar. Mesmo com a briga pela posição, na volta 53 a diferença entre Palou e O'Ward era de 7,6s e foi sendo dizimada volta a volta até que na volta 56 Alex Palou assumisse a liderança e abrisse grande vantagem nas voltas seguintes para vencer a segunda corrida do ano. Os dois pilotos da Arrow McLaren não podiam fazer mais do que garantir o 2° e o 3° lugares para estarem no pódio, Colton Herta da Andretti Global, Felix Rosenqvist da Meyer Shank Racing e Will Power da Team Penske – que fez uma grande corrida após largar em 21º – completaram os seis primeiros. Após os seis primeiros, foi um dia forte para a MSR com Rosenqvist e seu companheiro de equipe Marcus Armstrong em sétimo, e o mesmo foi verdade para a Ed Carpenter Racing, que teve Alexander Rossi em oitavo e Christian Rasmussen em 12º. Graham Rahal também melhorou de 18º para 11º. A próxima corrida é o 50º Acura Grand Prix de Long Beach no domingo, 13 de abril, minha corrida de casa com as garagens ficando a apenas 10 minutos de caminhada. Será que alguém vai conseguir parar Palou? Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |