Olá leitores!

Como estão? Espero que todos bem. Final de semana cheio de ação nas pistas, para alegria dos fãs de esporte a motor.

Começando com as 12 Horas de Sebring, que teve brasileiro no topo do pódio: a Porsche conquistou mais um feito histórico com a dobradinha na sinuosa e ondulada pista da Flórida. O trio do carro #7, com Felipe Nasr/Nick Tandy/Laurens Vanthoor, se tornou o primeiro carro da IMSA a vencer, na mesma temporada, as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring. Também foi a porta de entrada para Tandy na chamada “tríplice coroa do Endurance” (24 Horas de Le Mans, 12 Horas de Sebring e 24 Horas de Daytona). Com isso Nasr também fica perto de conquistar esse marco, faltando apenas a vitória em Le Mans. Com a experiência que a fábrica alemã tem na categoria, nada impossível. Em 2º chegou o Porsche #6 de Campbell/Estre/Jaminet, com o Acura #93 de van der Zande/Yelloly/Palou em 3º. Dentre os LMP2, vitória do carro #43 da Inter Europol, com o #8 da Tower Motorsports em 2º e o #11 da TDS Racing em 3º. Felipe Fraga, no carro #74 da Riley, chegou em 5º na categoria e 14º na geral. Dentre os GTD, o carro #34 em que estava Daniel Serra terminou em 7º na categoria e 34º na geral. Pietro Fittipaldi correu na LMP2, mas abandonou no primeiro terço na corrida.

A Fórmula Um teve sua primeira etapa do ano na Austrália, uma corrida em que a McLaren mostrou muita força, Verstappen tirou do carro um desempenho que o carro não parece ter, a Mercedes veio com um carro consistente e um estreante que mostrou chances de incomodar Russell na segunda metade da temporada, quando tiver mais experiência. A vitória de Norris poderia ter sido uma dobradinha, caso Piastri não tivesse rodado por conta da aderência intermitente da pista. Verstappen agradeceu a oportunidade de terminar a corrida em 2º lugar, com George Russell ocupando o degrau mais baixo do pódio. Kimi Antonelli correu muito bem, compensando a classificação horrível que fez, terminando em 4º, e o surpreendente Alex Albon levou a Williams ao 5º lugar, posição muito melhor que a do seu badalado companheiro, que abandonou por acidente logo no começo. E a Ferrari já começou o ano com o seu habitual show de horrores na estratégia, Hamilton (10º lugar) deve estar com uma saudade da Mercedes enorme... e Leclerc (8º), sofrendo de acúmulo de água no cockpit, protagonizou com seu engenheiro um dos diálogos mais ridículos da história. Vamos torcer para próximo final de semana o pessoal fazer menos bobagem. Destaque para o final de semana da Sauber: Hülkemberg terminou em 7º (portanto, à frente dos dois Ferrari) e Bortoletto, enquanto esteve na pista, fez um belo trabalho. Uma pena perder a aderência tão repentinamente e sem possibilidade de recuperação a apenas 10 voltas do fim, ele merecia terminar a corrida. Preciso mencionar que, após o torcedor merdiano louvar a ótima classificação do Bortoleto, a quantidade de asneiras proferidas em redes sociais a respeito do acidente foi digna de nota. Torcedor cobrando do Gabriel, em sua primeira corrida, um desempenho na chuva padrão Senna. Patético. Ridículo. Inclusive creio que o Brasil se tornará uma nova Itália na Fórmula Um: todo piloto italiano que aparece, do meio dos anos 50 em diante, é “um novo Ascari” e é louvado (e cobrado) com esse patamar. Desde Ascari a Itália não tem um piloto campeão mundial de Fórmula Um. Brasil tende a seguir o mesmíssimo caminho, depois de Senna não deve aparecer ninguém, já que cada piloto aparece sendo chamado de gênio e, ao primeiro deslize, é tratado como se fosse o maior dos incompetentes. Deem tempo ao garoto!

O Mundial de Motovelocidade foi até a Argentina para a segunda etapa do ano. A Moto3 teve emoção de sobra, com Piqueras arrancando a vitória nos metros finais da corrida, tirando o doce da boca de Fernandez (2º colocado) e Rueda (3º) e formando um pódio 100% espanhol. Na Moto2, corrida relativamente tranquila para Jake Dixon, que ganhou com mais de 3 segundos de vantagem para Manuel Gonzalez (2º colocado) e 10 (dez) segundos de vantagem para o 3º colocado, Celestino Vietti. Diogo Moreira, sofrendo com uma moto completamente desestabilizada, nem terminou a corrida. A equipe conseguiu piorar a moto de 2024 para 2025, impressionante. A MotoGP teve uma corrida que poderia ser boa, mas se tornou entediante por conta do absoluto domínio dos Irmãos Márquez. Mais uma vez Marc venceu, seguido por Alex, acompanhados no pódio por um esfuziante Franco Morbidelli, que levou sua Ducati da equipe VR46 ao pódio e comemorou seu retorno ao pódio pela primeira vez desde 2021 até falando palavrão em alto e claro português... o vice campeão do ano passado e companheiro de equipe do vencedor, Pecco Bagnaia, teve de se contentar com o 4º lugar, desempenho incompatível com a moto que possui. Destaque para Zarco, que conseguiu terminar em 6º com uma Honda. Esperamos que seja o início do retorno da marca japonesa para as posições de destaque, já que outras 2 motor encerraram o Top-10 (Mir em 9º e Marini em 10º). Melhor Yamaha foi a de Rins, em 11º.

E a NASCAR foi até Las Vegas para um momento histórico, a primeira vitória na Cup Series de Josh Berry, com um carro da Wood Brothers, no ano em que a mais antiga equipe em atividade na categoria completa 75 anos de sua criação. E o fez vencendo com autoridade uma batalha nas voltas finais contra Daniel Suárez, muito mais experiente que o garoto Berry. Curiosidade: Berry é o 4º piloto em seguida a conquistar sua primeira vitória pela veterana equipe. Foi uma prova marcada por problemas nos pits, uma quantidade dificilmente vista de carros saindo sem que a porca da roda esteja corretamente presa. Teve até piloto que saiu com a porca solta e foi avisado pelo chefe de equipe para parar no pit do outro carro da equipe para que apertassem corretamente. Afinal, a punição por parar em pit errado é menor que a punição por sair com a roda solta e a perder no meio da pista... atrás de Berry e Suárez chegaram Preece em 3º (mais um excelente resultado para esse promissor piloto), William Byron em 4º e com Chastain encerrando o Top-5.

Por falar em motociclismo, está programado para esta segunda o evento de lançamento da corrida de retorno do Mundial de Motovelocidade ao Brasil, em Goiânia, para março do ano que vem. Confesso que estou – junto com uns amigos – fazendo os planos para ir assistir esse evento nas arquibancadas ano que vem, afinal, apesar dos irmãos Márquez ainda é um dos maiores espetáculos esportivos da terra.

Até a próxima! 

Alexandre Bianchini 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.