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Como um autódromo é complicado... PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 July 2012 22:22

 

 

Caros amigos, nesta última semana lemos, vimos e ouvimos muito sobre alguns dos diversos autódromos espalhados pelo mundo em situações muito particulares. Isso certamente deveria nos levar sobre a complexidade do que é construir, conservar e efetivamente fazer sobreviver um autódromo nos dias de hoje.

 

Um autódromo não é um investimento barato. Para se fazer um autódromo capaz de receber uma Fórmula 1, por exemplo, partindo de um espaço vazio, o montante vai chegar facilmente a casa dos 200 milhões de dólares. Para se investir tamanho montante de dinheiro ou precisa-se de um envolvimento governamental – seja o país que for – muito grande, ou de um planejamento privado muito bem feito, pois até um investimento como este vir a dar retorno – se um dia vier a dar – vai levar tempo.

 

As duas faces – bastante distintas – desta moeda pode ser vista esta semana: enquanto o “Circuito das Américas”, que está a cerca de quatro meses da sua pomposa inauguração com o retorno da Fórmula 1 aos Estados Unidos.

 

 

Depois do 'mico' da USF1 e das paralisações nas obras em seu início, parece que o circuito de Austin vai receber a F1 em novembro. 

 

O traçado de Austin já foi praticamente todo pavimentado, exceção feita à última curva e da reta dos boxes. As instalações dos boxes, paddock, área de imprensa e arquibancadas ainda estão em fase de construção. O estacionamento principal, localizado atrás da arquibancada em frente aos boxes, também já está praticamente pronto e em uso. A corrida que está marcada no calendário da categoria para o dia 18 de novembro, a penúltima etapa do Mundial, é mais uma tentativa dele, o bom velhinho, de emplacar algo na terra do Tio Sam.

 

Na contramão do projeto americano, um alerta para os empresários Yanques: Nurburgring, um dos circuitos mais tradicionais da Europa e do mundo pediu falência!

 

Os atuais proprietários (gestores) do circuito alemão de Nurburgring, que sedia corridas de Fórmula 1 desde 1951, entraram com um processo de falência devido à demora da aprovação de um pacote de ajuda governamental por parte da União Europeia. O autódromo está previsto como palco do GP da Alemanha de 2013, agora em risco.  

 

O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo governador Kurt Beck, em Mainz. A Nurburgring GmbH, que gerencia a pista, deve cerca de R$ 745 milhões ao banco do estado de Rhineland-Platinate.

 

O circuito tem 90% de suas ações pertencentes ao governo, que pediu um empréstimo emergencial de R$ 32 milhões à União Europeia. Sem esperanças de ser atendida, a administração entrou com pedido de falência, o que pode afetar a realização do GP da Alemanha do ano que vem, inicialmente marcado para Nurburgring.

 

 

Descaracterizaram o mito Nurburgring... agora, com uma dívida imensa, como salvar o circuito mais famoso da Alemanha? 

 

O mítico circuito sempre viveu de sua fama, das idas dos turistas que ousavam desafiar (pagando para isso) as 176 curvas do “trecho norte”, que ficou famoso com seus mais de 22 Km. Nos anos 80, um circuito mais curto foi feito e até um GP da Alemanha chegou a ser disputado lá, em 1985. Mas foi a partir de 1996, com a disputa do GP da Europa que Nurburgring voltou à cena da categoria.

 

Acontece que a empresa que passou a administrar o local apostou na transformação de Nurburgring numa “fábrica de dinheiro”. Instalaram um hotel, um parque de eventos, tentaram fazer do local uma atração maior do que o que ele sempre foi: um autódromo de história e glória.

 

Agora fica a pergunta: o que vai acontecer com Nurburgring? Será que vão fechá-lo e, numa eventual futura candidatura alemã para sediar as olimpíadas, destruí-lo e transformar a área em um parque olímpico descartável?

 

O diretor do circuito de Hockenheim tratou de adiantar que, devido aos altos custos para receber uma prova da Fórmula 1 (a “módica ‘taxinha’ que é paga para o bom velhinho e a CVC”),Segundo ele,  a pista não tem condições para receber a categoria anualmente e, com isso, mesmo com 5 pilotos no grid, existe o risco de, assim como aconteceu com a França, termos mais uma baixa entre os GPs realizados na Europa.

 

 

Yeongam foi construído para ser um marco... hoje é uma dor de cabeça proporcional ao seu tamanho! 

 

E para quem pensa que o “paraíso asiático” estaria livre dos perrengues com as taxas, os custos de manutenção, desde o ano passado o autódromo da Coréia do sul – Yeongam – localizado no sudoeste do país “pediu arrego” depois de dois anos de contrato (são cinco anos, inicialmente). Singapura também procurou o mandatário da categoria para “renegociar” as bases antes de prorrogar seu contrato até 2017.

 

Sendo assim, há que se questionar realmente a situação do autódromo do Rio. Convenhamos, o local estava abandonado! Quando fomos fazer a matéria da seção “Raio X dos Autódromos Brasileiros”, o mato estava mais alto que a grade que separava a reta principal da arquibancada. Quem era – ou é – o responsável por isso? Quando aquilo ali era “onde Judas perdeu as botas”, nos anos 60, quando foi construído ou ainda nos anos 70, quando foi reformado, não era “interessante”, comercialmente falando. Agora, encravado numa das áreas de grande valor, cercado por empreendimentos imobiliários...

 

Isso não é – certamente – justificativa para o automobilismo carioca ficar sem um autódromo, mas talvez alguns aspectos devessem ser repensados: O Rio precisa de um autódromo FIA 1? Tome-se o exemplo do Autódromo Internacional de Curitiba. Um projeto bem concebido, privado, autosuficiente, praça de eventos que recebe uma prova de campeonato mundial (e que ontem, domingo 22/7, recebeu uma etapa do auto GP, com monopostos equipados com motores de 550cv e que, devido a uma exigência da FIA, que instalou uma chicane de pneus na saída do S de alta, viraram na casa de 1m12s – iam virar na casa de 1m09s... ou menos sem ela).

 

 

Jacarepaguá em dois momentos: do antigo traçado dos anos 60 ao autódromo multiuso, com o oval, dos anos 90. 

 

O Rio poderia ter um excelente autódromo FIA 2, com mais itens de segurança que Curitiba, com uma concepção mais moderna, capaz de receber uma Moto GP ou uma FIA GT ou mesmo, com um oval ou trioval, poder ser uma opção para a Indy fazer duas provas no Brasil... mas parece que a mentalidade dos dirigentes locais e nacionais preferem “sonhar” com um status que estaria além da realidade.

 

Como se não bastasse, o terreno que foi “designado” como sendo o futuro palco do autódromo carioca é uma reserva de mata atlântica e foi usado, por anos, como espaço de treinamento pelo Exército Brasileiro, com um sério risco de haver no local um sem número de artefatos não detonados (granadas, projéteis de morteiros, etc.) e que constituiriam um risco aos operários que forem fazer a obra – se é que a tal da obra vai acontecer um dia.

 

Os novos ‘capítulos da novela autódromo do Rio’ são a cassação da licença ambiental e a nova ação do ministério publico. O Promotor de Justiça Rogério Pacheco Alves, do 10º Centro Regional do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro resolveu, com base na Constituição Federal, abrir Inquérito Civil contra a Prefeitura do Rio de Janeiro referente à situação do Autódromo de Jacarepaguá.

 

 

O Presidente da CBA reapareceu na sua 'cruzada' para 'salvar o projeto de um autódromo no Rio'... mas estava em Curitiba! 

 

Para tomar tal decisão o promotor considerou que o acordo firmado judicialmente, fixando ao Município a obrigação de recuperar o circuito de padrão internacional, com início das obras até junho de 2008, não aconteceu. A decisão foi elogiada pelo Diretor Jurídico da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Dr. Felippe Zeraik:  “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, desde o primeiro momento, vem sendo um grande aliado da Confederação Brasileira de Automobilismo na luta pela manutenção do Autódromo do Rio de Janeiro, preservando o patrimônio cultural e desportivo da cidade”. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

E o “homem que ri” apareceu! Estava em Curitiba no último final de semana, durante a superlotada etapa conjunta do WTCC, Brasileiro de Marcas, Auto GP e F3 Sudam. Fez aquilo que faz de melhor: sorriu, apertou mãos, explanou suas ideias para o futuro do automobilismo brasileiro. Algum dos dos amigos leitores sabe u que é ‘Sídrome de Poliana’?

 

Tá difícil segurar o Alonso, heim? Nas últimas três corridas, foram duas vitórias e um segundo lugar, numa prova incontestável de que a Ferrari não é mais a ‘carroça’ do início da temporada. Com mais de 30 pontos de vantagem para o segundo colocado na pontuação e estando há 22 corridas marcando pontos, ele tem a faca e o queijo na mão para conquistar seu título pela Ferrari, perseguido desde que chegou a Maranello.

 

Mais uma vez os brasileiros fizeram “uma corrida daquelas”. Antes de completada a segunda volta, lá estavam os dois, na rabeira do pelotão, por conta dos acidentes em que se envolveram. Devido aos movimentos do mercado de pilotos, Felipe Massa pode continuar na equipe, mas Bruno Senna pode perder seu lugar na Williams, seja técnica ou “financeiramente falando”.

 

 Fernando Alonso e Helio Castro Neves tiveram muito para comemorar neste último domingo. duas vitórias incontestáveis!

 

 

O “Homem Aranha” voltou! Com um campeonato menos previsível que nos anos anteriores, onde Will Power e Dario Franchitti ‘polarizaram’ a disputa, Helio Castro Neves venceu sua segunda corrida no ano e assumiu a vice liderança do campeonato. Quem sabe, finalmente, ele consegue ser campeão este ano?

 

O mercado financeiro tem me deixado menos criativo... esta semana foi dureza.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

 

Last Updated ( Monday, 23 July 2012 23:31 )