Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Férias curtas, queria ter viajado mais, mas do verão passado para esse a rede hoteleira preferiu explorar o turista ao invés de explorar o turismo, os preços no geral subiram no mínimo 30% em relação ao verão passado, e meu salário infelizmente subiu – a muito custo, e praticamente sem vontade de melhorar a proposta por parte da horrível diretoria do sindicato da categoria, mais preocupada em “fazer seu nome” para conseguir se candidatar a cargos políticos no futuro que em defender a categoria – o valor do menor dos índices da inflação, então... não tive como viajar o quanto queria, para os lugares onde queria. Em compensação, recebi muitas perguntas sobre o que eu achei da série do Senna na Netflix. Repasso a resposta que dei: não assisti e não tenho a intenção de assistir. Lembro bem do homenageado, fui informado por quem assistiu que foram tomadas mais “liberdades artísticas” que as tomadas no filme Rush, e como pareceu-me que haveria uma probabilidade considerável da obra de arte se aproximar em qualidade daquele filme Driven (em português, Alta Velocidade), preferi me poupar. Pouca coisa me irrita mais que distorcer os fatos para cultuar a imagem de alguém. E sabendo que a população nos tempos atuais quer manter seus neurônios com a menor quilometragem possível, a postura de “não vi e não quero ver” pareceu-me a mais adequada a tomar. E as coisas andaram meio movimentadas enquanto estive tentando refrescar meus combalidos neurônios: o presidente da FIA resolveu dar uma de Aiatolá e veio censurando os pilotos, apresentando punições severas para quem falar palavrão no rádio. Tipo de problema que não existia quando o piloto tinha que decidir por si mesmo o que fazia dentro do cockpit, ou ao menos apenas recebia instruções por placas. Eles são adultos, deveriam ser tratados como tal. Como jornalista formado, claro que não posso compactuar com censura. E por falar no assunto... eu cresci tendo acesso a boa literatura. Tanto que, antes de fazer o curso de jornalismo, cheguei a cursar 3 anos de faculdade de Letras antes de descobrir que não, não teria paciência para ser professor (provavelmente eu seria aquele tipo que o aluno vem perguntar “professor, o que vai cair na prova?” e eu responderia “Lágrimas.”), e com isso aprofundei meus conhecimentos de literatura, deliciando-me com obras de Oswald de Andrade, Bocage, Juò Bananere e o grande mestre Gregório de Matos Guerra. A iconoclastia é parte integrante da contestação ao Status quo imposto pelos poderosos, seja política, seja economicamente falando. Assim sendo, venho registrar minha indignação com a censura à história de ficção do Shrek, escrita no mais profundo estilo satírico pelo qual ele se tornou o mais lido dos colunistas do site. Já vem escrito na parte inferior de todas as colunas que “Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site”, ou seja... Mudando de assunto, o burburinho a respeito da chegada de Lewis Hamilton em Maranello foi gigante, e teve pelo menos uma grata surpresa. Pelo menos por enquanto, adeus às roupas de folias momescas (que estão chegando, por sinal) e bem vindo aos ternos bem cortados, como o utilizado no dia de sua apresentação oficial, por baixo de um elegante sobretudo. Faço votos que assim continue. As equipes do Mundial de Motovelocidade já fizeram a apresentação dos seus pilotos e pinturas para a temporada 2025, e a KTM resolveu que vai dar um nó na cabeça dos espectadores e narradores: as 2 motos da equipe oficial e as 2 da satélite terão, basicamente, a mesma pintura. Você que se vire para descobrir pelo capacete qual é qual. Ainda terá uma apresentação oficial no dia 9 de fevereiro, em Bangkok, mas as imagens de divulgação já estão aí. Essas fotos divulgadas também serviram para praguejar contra a Honda, que conseguiu a proeza de estragar a livery da Castrol. Se esforçaram para fazer o pior, e conseguiram. Grafismo evidentemente homenageando a qualidade da moto de corrida de 2024, mesmo padrão de qualidade. Vocês devem estar se perguntando “Tá, mas e ação na pista, teve alguma?”, e a resposta é SIM. Na Austrália foram disputadas as 12 Horas de Bathurst, com brasileiro no topo do pódio. Na dobradinha da equipe WRT, o trio Augusto Farfus/Sheldon van der Linde/Kevin van der Linde conquistou o degrau mais alto do pódio, à frente do outro BMW pilotado por Weerts/Marciello/Valentino Rossi, que chegou na 2ª posição. Os trios da BMW foram acompanhados no pódio pela tripulação do Mercedes AMG da equipe 75 Express, Habul/Gounon/Stolz. E por pouco não tivemos outro brasileiro no pódio, já que o Ferrari da equipe Arise Racing, com Daniel Serra, terminou na 4ª posição. Um ótimo começo de ano, vamos torcer para que eles continuem com bom desempenho no restante da temporada. E foi realizada na noite de domingo, madrugada de segunda, a etapa extra campeonato que abre a temporada da NASCAR, Clash. Após 3 anos correndo numa pista dentro de um estádio na Califórnia, a categoria resolveu voltar onde estão suas raízes na Carolina do Norte e foram para o Bowman Gray Stadium... confesso que deu saudade da pista da Califórnia. A melhor comparação que posso fazer é que, para os carros da categoria principal da NASCAR (a pista recebe competições de categorias locais e regionais, especialmente Modified, que são umas gaiolas com rodas expostas e motor enorme), a pista foi como Mônaco é para a Fórmula Um atual. O pelotão de carros que larga é metade da extensão da pista, e a facilidade de ultrapassagem é tão grande quanto no Velocittà e no Potenza – e isso não é um elogio. Para sorte deles, nos EEUU é permitido o toque para ultrapassar, aqui na República Sebastianista da Banânia os comissários iriam tornar aquilo uma procissão sem fim. Definitivamente, um oval de um quarto de milha não me pareceu a mais inteligente das escolhas, e lamentei profundamente o sono perdido vendo aquilo. Chase Elliott, que fez a pole, liderou 171 das 200 voltas na maquete de pista e conquistou a vitória, sua primeira num Clash. Foi seguido por Ryan Blaney (que largou em 23º) na segunda posição, Denny Hamlin (que terminou na mesma 3ª posição em que se classificou para a largada), Joey Logano em 4º e Bubba Wallace em 5º. Até a próxima, espero que já com o retorno da coluna do Shrek. Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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