
Olá leitores! Como estão? Espero que todos bem. Começar a coluna com uma boa notícia: última sexta-feira os restos mortais de José Carlos Pace, o Moco, foram enfim trasladados para o Autódromo José Carlos Pace, e receberam o devido tratamento respeitoso merecido, sendo depositados junto ao busto do piloto junto ao túnel de entrada para o miolo do circuito. Já que os cemitérios de São Paulo estão praticamente abandonados, embora entregues à iniciativa privada, que os restos mortais sejam depositados em local protegido. Por essas e outras minha família está avisada, quando eu morrer nada de enterro, quero ser cremado. Enfim, coisas de São Paulo. Mas vamos nos ater ao que interessa, corridas, e esse final de semana foi bom no assunto. Vamos começar com a NASCAR, que foi até a Flórida para a tradicional prova noturna de meio de temporada da categoria. E com a proximidade dos playoffs, os ânimos estavam acirrados. Nada melhor que um superspeedway e pilotos com a cabeça quente para resultados improváveis. Os fãs de Big One não tiveram do que reclamar, um bocado de gente bateu, capotou, carros pegaram fogo... teve destruição para todos os gostos. Com a disputa por vagas para a disputa do título por pontos cada vez mais acirrada, os principais postulantes a essas vagas tentaram tudo na parte final, e até pareceu que Kyle Busch finalmente iria conseguir carimbar seu passaporte para os playoffs. Só não contaram com a presença de Harisson Burton, filho do grande Jeff Burton, que com o Ford #21 da histórica equipe Wood Brothers largou muito bem na prorrogação e conseguiu se manter na frente mesmo com alguns toques não muito bem intencionados do Buschinho na tentativa de alcançar a liderança, conquistando sua primeira vitória na categoria principal e a 100ª vitória da história da Wood Brothers, que já foi uma equipe grande e hoje é quase uma Williams da NASCAR. Buschinho, com uma tromba razoável após a bandeirada, terminou em 2º, com Christopher Bell na 3ª posição (surpreendente haja vista o desempenho dos Toyota na primeira metade da corrida), Cody Ware chegou em 4º e Ty Gibbs encerrou o Top-5. Com a vitória de Burton, sobram agora 3 vagas para serem disputadas na pontuação, e por enquanto passam Truex Jr., Ty Gibbs e Chris Buescher. Bubba Wallace e Chastain ainda têm chances de conquistar vaga nos pontos, para Buschinho só uma vitória interessa (ele está mais de 100 pontos atrás de Buescher). O TCR sulamericano foi até o Uruguai para mais uma rodada dupla na pista de Mercedes, e novamente o público teve um belo espetáculo na categoria que representa, hoje em dia, o estado de arte em termos de carros de corrida com tração dianteira. A primeira corrida começou com a pista molhada, mas sem chuva, e com a aderência prejudicada o safety car não demorou a entrar por conta de toque entre veículos terminando com carro na mureta. Na frente, uma bela disputa de posição entre os brasileiros Raphael Reis e Pedro Cardoso. Cardoso venceu, mas como passou com um toque no adversário e não estavam numa prova da NASCAR, levou 5 segundos de punição. Como ele cruzou pouco mais de 4 segundos à frente, a vitória ficou com Raphael, Cardoso teve de se contentar com a segunda posição e o argentino Leonel Pernia completou o pódio. A segunda corrida foi mais tranquila: Pernia largou bem, e depois de um breve duelo com Rodrigo Baptista superou o brasileiro e abriu vantagem de mais de 6 segundos, vencendo com folga a prova. O uruguaio Juan Casella chegou em segundo, para alegria da torcida local, e Pedro Cardoso esteve novamente no pódio, dessa vez na terceira posição. Com esses resultados, a liderança de Cardoso na pontuação do campeonato se ampliou, o que não deixa de ser uma boa coisa levando em conta que as provas finais serão nas pistas argentinas. A Fórmula Um voltou das suas férias de verão na pista de Zandvoort – ou ao menos o que restou dela após metade da área do traçado antigo ter sido vendida para condomínios – e a coisa foi... animada. Ao menos nos treinos, onde a chuva deu as caras e bagunçou um bocado as estratégias do pessoal; a corrida em si foi razoavelmente meia boca, não foi ruim mas também poderia ter sido melhor. Lando Norris fez a pole, largou mal como de costume, mas no meio da prova conseguiu ultrapassar Max Verstappen e assim conseguiu sua segunda vitória na temporada. Verstappen terminou em 2º e reclamou muito do carro durante o final de semana, desde o comportamento do mesmo até uma alegada falta de velocidade. Para surpresa desse vosso escriba, a Ferrari fez uma classificação mediana mas nas condições dessa corrida teve um desempenho até que satisfatório, com Leclerc largando em sexto e terminando em 3º e Sainz Jr. largando em 10º e terminando em 5º. Ou seja, torcida italiana que se prepare para um desempenho pífio no próximo final de semana, já que são dois pilotos que não conseguem fazer duas corridas boas em seguida. Separando os Ferrari chegou Oscar Piastri, que esperava um resultado melhor mas o carro não obteve bom rendimento seguindo outro carro. Pérez se enroscou na largada com Leclerc e terminou em 6º, um resultado melhor que os obtidos nas últimas corridas. Ainda não é o suficiente para ajudar a Red Bull no campeonato de construtores, mas já é um avanço. Destaque para Pierre Gasly, que conseguiu levar o Alpine ao 9º lugar e marcar 2 pontinhos. Vamos ver o que Monza nos reserva próximo final de semana... E a Indycar foi até Portland para sua última prova em circuito misto, e a prova foi muito boa. Logo no começo Scott Dixon se retirou da disputa do título ao sair da pista e, ao retornar de maneira atabalhoada para o traçado, se tocar com Pietro Fittipaldi. Puramente toque de corrida, como o próprio Dixon reconheceu, mas os comissários não acharam isso e deram uma punição ao brasileiro. Acontece. Will Power foi para a pista determinado a se manter vivo na disputa pelo título e venceu com autoridade uma corrida quase sem bandeiras amarelas, colocando quase 10 segundos sobre o segundo colocado, o líder do campeonato Alex Palou. O pódio ficou completo com Josef Newgarden, após uma bela disputa com Herta. As próximas 3 etapas serão em ovais, uma rodada dupla no caprichoso oval de Milwaukee (não apenas é um oval curto, mas um oval sem inclinação nas curvas) e a prova decisiva no oval de Nashville. Hora de Palou correr com a cabeça e o regulamento em mãos se quiser continuar com o título nas mãos. Pessoalmente gosto do Milwaukee, vamos ver o que teremos lá. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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