Olá leitores!
Como estão? Espero que todos muito bem. Chegamos àquela terrível parte do ano em que existem eleições municipais, e alguns pilotos resolvem expressar suas opiniões, fazendo com que quem já não nutre a maior das simpatias por eles passem realmente a desgostar das criaturas. O bom é que esse povo não tem muita noção de realidade e, ao querer “lacrar”, o fazem de maneira equivocada ou cômica. Um determinado piloto, defensor das ideias mais extrema direita possíveis, fez um post de “crítica social” contra os candidatos esquerdistas utilizando música da banda Rage Against the Machine, banda essa que sempre defendeu ideias diametralmente opostas às do piloto em questão, mostrando o quão antenado com o mundo que o cerca ele está e provando que não dá pra levar opinião de “celebridade” em questão. Mas vamos ao que interessa, corridas. Vamos começar com a Indycar, que foi para uma rodada dupla em Milwaukee que bagunçou bonito a disputa pelo título, dando uma atração extra para a última etapa, em Nashville. No sábado os pilotos mais jovens (que não tinham ainda competido no histórico oval, cuja última prova foi em 2015) puderam ter contato com a característica de um oval sem banking e com intenso tráfego, e dá pra dizer que não fizeram feio não. Tanto que a vitória ficou com Pato O’Ward, que colocou quase 2 segundos de vantagem contra o experiente Will Power, pleiteante ao título da temporada, que com esse 2º lugar diminuiu a vantagem de Alex Palou na classificação, já que o espanhol terminou em 5º após uma corrida de recuperação de uma classificação não exatamente brilhante. O degrau mais baixo do pódio do sábado ficou com Conor Daly, que fez uma corrida estupenda, conquistando seu melhor resultado desde 2016 e completando, ao todo, 51 ultrapassagens na pista durante as 250 voltas da corrida. E passou utilizando todas as linhas de ultrapassagem possíveis, uma atuação excelente do piloto da Juncos. Pietro fez o que pôde, classificou muito mal mas conseguiu avançar até a 18ª posição. No domingo a corrida foi ainda mais movimentada que no sábado, com o líder do campeonato sofrendo falha elétrica logo no começo da corrida, o que fez com que ele perdesse várias voltas até que a equipe conseguisse colocar ele de volta na prova. A vitória dominical ficou com Scott McLaughlin, meio segundo à frente de seu compatriota Scott Dixon para fazer a dobradinha neozelandesa no pódio. Foram acompanhados por Colton Herta no degrau mais baixo do pódio. Com o problema de Palou (que terminou em 19º, 29 voltas atrás do líder) havia a possibilidade de Power grudar nele na pontuação se vencesse a prova... mas o destino assim não quis: Power rodou após relargada que teve na volta 131, enquanto estava no pelotão da frente, e conseguiu minimizar o prejuízo terminando na 10ª posição. Com isso, Palou tem uma vantagem de 33 pontos para a última etapa, o que ajuda mas não é assim algo muito fácil de gerenciar num oval de uma milha e meia. Aguardemos, pois a decisão do campeonato será de tirar o fôlego. O Mundial de Motovelocidade foi até Aragón para mais uma etapa e a torcida não teve nada do que reclamar, já que presenciou um espetáculo do mais alto nível. Começando já com a Moto3, onde José Antonio Rueda conquistou sua primeira vitória na categoria e se tornou o 400º piloto a vencer numa prova do Mundial de Motovelocidade. De maneira surpreendente para a categoria, não recebeu a bandeirada com um enxame zunindo na nuca dele: a vantagem para o 2º colocado, Collin Veijer, foi de quase 2 segundos. O pódio ficou completo com Luca Lunetta, da equipe SIC58, que a pouco mais de 1 segundo e meio do Veijer quase precisou do sobrenome para enxergar o piloto à frente... não consegui evitar o trocadilho. Na Moto2, uma corrida muito boa, que pelo menos até a metade da prova teve belas disputas no pelotão da frente. Daí em diante Jake Dixon se impôs e começou a fazer voltas rápidas atrás de voltas rápidas, vencendo a corrida com 1,8 segundo de vantagem para Tony Arbolino, que lutou muito na primeira metade da prova pelo lugar mais alto do pódio. O 3º lugar ficou com o Deniz Oncu, em um desempenho impressionante para quem está em sua primeira temporada na categoria. Diogo Moreira fez o que seu companheiro de equipe não fez, terminou a corrida, e o 17º lugar foi adequado para o desempenho apresentado. Já na MotoGP a torcida foi ao delírio, não apenas por ter um pódio 100% espanhol mas, principalmente, pela vitória de Marc Márquez após um hiato de 1043 dias e muitas cirurgias para recuperação do seu braço. Algumas perfeitamente evitáveis, caso ele tivesse seguido as ordens médicas desde o primeiro momento, mas... deixa pra lá. O importante é que MM#93 venceu e convenceu, levando o público ao delírio. Foi acompanhado no pódio pelo novo líder do campeonato, Jorge Martin, liderança essa conquistada na sprint race do sábado e ampliada nesse domingo após Francesco Bagnaia ter uma pane cerebral e achar que estava na Fórmula Um, onde o pessoal estende o tapete vermelho para a ultrapassagem quando o piloto campeão se aproxima. No caso, ele quis passar Alex Márquez por fora, fechou a trajetória para cima do piloto espanhol, e o choque quase inevitável aconteceu. Ambos no chão, em um absoluto incidente de corrida, mas que o Pecco ficou revoltado reclamando depois, no melhor modelo Max Verstappen ou Lewis Hamilton. Nada a reclamar, ele tentou uma manobra mais ousada do que deveria, deu errado, vida que segue. O degrau mais baixo do pódio foi preenchido com Pedro Acosta, um desempenho impressionante para o novato da categoria que corre com a equipe satélite da KTM, a GasGas. Monumental. O que ele tem de chato, tem de talentoso. A Fórmula Um foi correr no grande templo construído no Parco Nazionale de Monza e aconteceu algo absolutamente inesperado: a equipe Ferrari acertou na estratégia... pois é, coisas que só acontecem em Monza. Primeira fila da McLaren, que nitidamente tinha o carro mais rápido do final de semana, com Norris na frente e Piastri largando em 2º. Entretanto, na primeira volta, na Variante dela Roggia, Piastri passou Norris e abriu do companheiro, mostrando que estava mais rápido. A pista foi completamente reasfaltada, então os prognósticos eram de um consumo de pneus mais elevado por conta do asfalto mais aderente... e a estratégia padrão de 1 parada foi descartada pela maioria em favor de uma estratégia de 2 paradas. Após uma classificação não exatamente brilhante, a Ferrari optou por algo mais arriscado, e apostaram em fazer apenas uma parada. Pois bem, para surpresa máxima desse vosso colunista a estratégia funcionou, e Charles Leclerc levou a torcida que lotava as dependências do autódromo ao delírio ao vencer a corrida, acompanhado da dupla da McLaren no pódio, Piastri em 2º e Norris em 3º, com Sainz Jr. em 4º. Quem também foi ao delírio esse final de semana foi a 5ª C que vive dentro de nós adultos, com o anúncio no começo da última semana que o argentino Franco Colapinto (sim, esse é o sobrenome do hermano) substituiria o Logan Sargeant na Williams até o final dessa temporada. E Colapinto não decepcionou, fez uma corrida segura, largando em 18º e terminando em 12º, sem estragar o carro. Já fez mais do que o Logan faria... Albon também não fez feio e chegou na 9ª posição, conquistando 2 pontinhos para a Williams. Quem fez feio foi a Red Bull, que nitidamente se perdeu no desenvolvimento do carro do começo do ano para cá. Max Verstappen não conseguiu arrancar desempenho para combater McLaren e Ferrari, e ainda teve parada para troca de pneus não exatamente rápida. No cômputo geral, o 6º lugar para Max e o 8º para Pérez ficaram de ótimo tamanho. Por falar em Ferrari, para completar o feriado que deve ter em Maranello hoje, o WEC foi até Austin para mais uma etapa, dessa vez no COTA, e após uma etapa cheia de ultrapassagens desde a ponta até a rabeira do pelotão, a vitória ficou com o Ferrari amarelo #83 da equipe AF Corse, primeira vitória de uma equipe “cliente” da Ferrari numa competição de Endurance internacionalmente reconhecida em mais de 50 anos. O trio Kubica/Shwartzman/Ye venceu com menos de 2 segundos de vantagem para o Toyota #7 de Conway/Kobayashi/de Vries, carro esse que caminhava seguro para a vitória quando, na bandeira amarela provocada pelo Peugeot 9X8 então pilotado por di Resta, Kobayashi não reduziu suficientemente a velocidade na bandeira amarela e foi punido com um drive-through pelo pit lane. Após a punição, tentaram recuperar a liderança mas não houve tempo hábil. O degrau mais baixo do pódio na geral da Lone Star Le Mans ficou com outro Ferrari, o da equipe oficial #50 de Fuoco/Molina/Nielsen, e realmente imagino que vai faltar vinho e cerveja nessa segunda lá em Maranello... a vitória na LMGT3 ficou com o Aston Martin #27, acompanhado no pódio pelos Porsche #92 em 2º e #91 em 3º. Augusto Farfus chegou em 5º na categoria, com o BMW #31. E a NASCAR teve mais uma etapa noturna, dessa vez em Darlington, e o grande nome da prova foi Chase Briscoe. Não apenas ele quebrou o jejum de 73 corridas sem vitórias da Stewart-Haas e garantiu sua passagem para os playoffs, como tirou o doce da boca de Kyle Busch, que fez tudo que estava ao alcance dele para conseguir a vitória que garantiria sua passagem para os playoffs. Chris Buescher foi outro que sofreu com a vitória do Briscoe, perdendo sua vaga para os playoffs. A 3ª posição ficou com Christopher Bell, à frente de um decepcionado Kyle Larson, que liderou mais da metade da corrida, mas chegando em 4º, perdeu o título da temporada regular para Tyler Reddick por monumental 1 ponto... o Top-5 se encerrou com Ross Chastain. Pilotos que avançam para os playoffs: Larson, Bell, Reddick, Byron, Blaney, Hamlin, Elliott, Keselowski, Logano, Cindric, Suárez, Bowman, Briscoe, Burton, Ty Gibbs e Truex Jr.; ao todo, 6 Ford, 5 Chevrolet e 5 Toyota. Ficou bem distribuído. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
|