Olá leitores!

Como estão? Espero que todos bem. Não chegou a ser uma surpresa, mas achei prematuro demitir o Ricciardo antes do final da temporada. Enfim, em se tratando do estilo do gerenciamento de pessoal da Red Bull, nada que não fosse esperado. Só acho estranho um tipo de comportamento valer para o Ricciardo e não valer para o Pérez, mas enfim... os milhões da Claro compensam um bocado de coisa, né? Outra coisa que me incomodou foi a choradeira durante a semana a respeito da ultrapassagem do Bastianini sobre o Martin na etapa de Misano. Pô, cidadão está na liderança, sabe que tem um piloto tão rápido quanto cafungando no cangote dele, e deixa uma avenida na parte interna da trajetória disponível para o rival e depois fica reclamando? Economizem-me...

Comecemos a coluna com o DTM, que foi até o Red Bull Ring para a penúltima etapa do campeonato, onde vimos mais uma vez uma demonstração de jogo de xadrez sobre rodas. No sábado, após uma temporada de pontuação absolutamente consistente que o manteve nas primeiras posições do campeonato, finalmente Mirko Bortolotti teve sua primeira vitória na temporada 2024. Numa combinação de pilotagem precisa e segura e uma estratégia de parada para troca dos pneus muito bem calculada, o italiano venceu e convenceu na pista austríaca e levou para casa o maior troféu de churrasco do dia. A segunda posição ficou com o conterrâneo do Perceval, o Maro Engel, que com esse resultado assumiu a terceira posição no campeonato e vai para Hockenheim com chances de levar o caneco para casa na última rodada dupla do ano. O degrau mais baixo do pódio ficou com o indiano Arjun Maini, que surpreendeu com a pole position e teve um desempenho dos mais consistentes durante a etapa. Uma boa aposta para o futuro. No domingo, com um tempo muito mais firme que no sábado, René Rast foi o vencedor, com uma ótima recuperação após uma largada que não foi das mais brilhantes. A segunda posição ficou com Thomas Preining, que se esforçou muito para conseguir o lugar mais alto do pódio perante sua torcida, mas teve de se contentar em ficar atrás do Rast, que esteve impecável na segunda metade da corrida. No degrau mais baixo do pódio, novamente a presença do indiano Arjun Maini, logo à frente do líder do campeonato Bortolotti. Etapa de Hockenheim promete bastante...

O Mundial de Motovelocidade foi até a Indonésia para mais uma etapa, e a disputa pelo campeonato da categoria principal continua naquela situação de “quem está fazendo mais força para perder?”, porquê olha... inacreditável algumas coisas que os dois líderes do campeonato fazem. Na Moto3 chegou a dar pena: Collin Veijer vinha fazendo uma corrida muito boa, a ponto de ter recebido uma punição de volta longa, cumprir e retornar ainda na liderança... até o momento que o pneu dianteiro resolveu encerrar seu relacionamento aderente com o solo e ele foi para o chão sozinho... e pior: a moto começou a dar cambalhotas quando atingiu a caixa de brita, eliminando qualquer possibilidade dele subir novamente na moto e tentar recuperar um pouco do prejuízo. Melhor para David Alonso, que conquistou sua 9ª vitória na temporada na reta de chegada, e abriu a pequena vantagem de 97 pontos para o segundo colocado. Basicamente, a primeira chance dele garantir o título já vai para a próxima prova, no Japão. Alonso foi acompanhado no pódio por Adrian Fernandez, que vendeu muito caro a vitória para Alonso, chegando apenas 85 milésimos de segundo atrás. O degrau mais baixo do pódio ficou com David Muñoz, que assistiu a disputa pela liderança de camarote, apenas 2 décimos de segundo atrás. Na Moto2, água mole em pedra dura tanto bate como espirra, e Aron Canet finalmente conseguiu converter a liderança da corrida em vitória nessa temporada. Dessa vez ele não errou, o pneu não perdeu aderência antes do final da prova, não teve nenhum problema com a moto, e ele venceu com autoridade, pouco mais de 6 segundos para Ai Ogura, que por sua vez manteve com inteligência uma vantagem para a briga que se desenrolava pela 3ª posição entre Aldeguer e Lopez, com vantagem para Alonso Lopez, que ficou com o degrau mais baixo do pódio. Na MotoGP o rei da sprint finalmente converteu a velocidade do sábado no máximo de pontos possíveis no domingo. Chegou na Indonésia com 24 pontos de vantagem, com a saída de pista na sprint do sábado viu a vantagem se reduzir para 12, mas se recuperou no domingo e venceu a corrida com autoridade, assumindo a ponta na largada e de lá controlando a corrida com muita competência. Segundo lugar ficou com Pedro Acosta, que consegue ser tão competente ao guidão quanto é chato, mostrando o acerto da KTM em o promover para a equipe principal ano que vem. Muito fera. Em 3º, recuperando o que foi possível do prejuízo da largada, chegou Pecco Bagnaia, também auxiliado pela grande quantidade de tombos e acidentes da prova. Não era apenas a temperatura do asfalto que estava quente, a cabeça dos pilotos também. Vamos ver como eles se comportam no Japão...

E a NASCAR foi até aquele lugar que a Dorothy sentia falta, para uma das corridas menos empolgantes da temporada. Colocou-me para dormir. Depois de acordar, fui pesquisar e descobri que o cabeça de melancia venceu... para desagrado dos pilotos que, ao contrário do Chastain, passaram para os playoffs e contavam com essa vitória para ir direto para a próxima fase. O segundo colocado, William Byron, não está mal na pontuação para passar de fase, mas sempre é interessante resolver a questão antes de chegar numa etapa como Talladega, em que literalmente tudo pode acontecer... e era claro o desapontamento dele na entrevista pós corrida; ao menos ficou o consolo de vencer o primeiro estágio e ser o 4º no segundo estágio, vencido por Alex Bowman. A 3ª posição ficou com Truex Jr., que vem fazendo uma temporada de despedida bem consistente, terminando a corrida à frente do atual campeão, Ryan Blaney, o melhor Ford da corrida. Top 5 se encerrou com Ty Gibbs, mais uma vez conseguindo bom desempenho do seu Toyota e mostrando que não chegou na categoria principal apenas por causa do sobrenome.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.