Olá leitores!

Como estão? Espero que todos bem. Ultimamente o mundo ao redor está testando o que eu já testei um monte de vezes e sei que não funciona (minha paciência), mas tudo bem, faz parte. Como sábado foi o Dia das Crianças, minhas felicitações não apenas para as crianças da vida de vocês, caros leitores, como também – eu diria principalmente – para a criança interior que permanece dentro de cada um de nós. Afinal, e falo por mim, a gente sai da quinta série mas a quinta série não sai de nós...

Vamos começar com título, afinal com muito suor e lágrimas foi decidido o título da IMSA esse sábado, e Felipe Nasr conquistou seu terceiro título na série estadunidense. A corrida de 10 horas em Road Atlanta, mais conhecida como Petit Le Mans, foi uma prova digna de uma decisão de campeonato, com suspense e drama até o momento final. O vencedor da prova, o Cadillac #01 do trio Bourdais/Dixon/van der Zande, por exemplo, enfrentou duas punições de drive through na primeira metade da corrida, se recuperou, a 15 minutos do final reassumiu a liderança com uma bela ultrapassagem na 1ª curva, e a poucas voltas do final começou a ter problemas elétricos nos faróis dianteiros, primeiramente apenas no do lado direito, e em alguns momentos em ambos. Zande conseguiu manter as luzes acesas por tempo suficiente para não receber o aviso de entrada obrigatória nos boxes para reparos, ainda que em alguns momentos de forma intermitente, e recebeu a bandeirada com quase 3 segundos de vantagem para o 2º colocado, o Porsche Penske #6 de Estre/Jaminet/Tandy. O 3º colocado foi o outro carro da Penske, o #7, tripulado por Cameron/Nasr, que nessa prova de longa duração tiveram a companhia de Campbell no revezamento ao volante. Com uma volta de desvantagem, chegou o BMW #24 de Farfus/Eng/Krohn na 4ª posição, e outro brasileiro chegou em 5º, o Cadillac #31 de Derani/Blomqvist/Aitken. Na LMP2, o carro #74 de Felipe Fraga/Burdon/Robinson terminou em 2º na categoria e 9º na Geral. Na GTDPro, o título da temporada ficou com a tripulação do Porsche #77, que teve problemas mecânicos na primeira metade da corrida e perdeu 5 voltas até conseguir retornar à corrida. A partir de então, a corrida virou um grande jogo de xadrez, já que eles tinham que monitorar a própria corrida e ainda vigiar o que o Aston Martin #23 fazia na pista. E o pessoal do Aston quase conseguiu o almejado título... só que para isso eles precisavam alcançar a 2ª posição, que nas voltas finais estava com o Ferrari #62 de Daniel Serra/Pier Guidi/Rigon, que foi muito, mas muito pressionado, mas não cedeu a posição. A vitória na categoria ficou com o Lamborghini #19 de Bortolotti/Pepper/Perera.

O Mundial de Superbike foi até a ótima pista de Portimão para mais uma rodada dupla, a penúltima do campeonato 2024. E Toprak fez questão de mostrar que está se sentindo muito bem na BMW e que a falta de resultados da marca até ano passado, definitivamente, era falta de piloto de ponta. Venceu as duas corridas principais do final de semana, e deixou de vencer a corrida que define a Superpole na manhã do domingo por muito pouco. Para a corrida de sábado ele marcou a pole position, porém não a aproveitou: foi ultrapassado na largada por Petrucci e Locatelli, com Rea em seus calcanhares em 4º após uma grande largada. O piloto turco não se abalou, sabendo que 21 voltas de corrida tem muito tempo para resolver as coisas, e logo os 4 primeiros se envolveram na disputa pela liderança; já na 4ª volta Toprak assumiu a liderança e começou a abrir vantagem, mostrando que o final de semana seria dele. Enquanto isso, mais atrás, Bulega fazia uma monumental corrida de recuperação após espalhar em uma curva e cair para oitavo. O ritmo imposto pela BMW #54 fez com que o pessoal que almejava a vitória se arriscasse mais. Assim, Gardner, Petrucci, Locatelli e Bautista foram conhecer a textura do solo antes do final da prova. Para Bautista, foi o fim das chances matemáticas de conseguir novamente o título. Ao fim da corrida, Toprak foi acompanhado no pódio por Bulega em 2º, a pouco mais de 9 segundos de diferença, e por Lecuona em 3º, quase 2 segundos atrás do italiano da Ducati, em um belo resultado para a equipe HRC. No domingo, mais uma largada fraca para Toprak, que entretanto veio se recuperando bem e já na 7ª volta assumia a liderança, que não perdeu nos outros 2/3 da corrida. Acompanhando-o no pódio chegaram Bulega em 2º e Bautista em 3º. Chegando em 7º lugar, com uma etapa de antecedência, Danilo Petrucci garantiu o título dentre os pilotos de equipes independentes. Dentre os oficiais, temos Toprak com 473 pontos e Bulega com 427. Tarefa difícil para Bulega, lembrando que falta apenas o final de semana em Jerez de la Frontera, com a pontuação das duas corridas principais mais a da corrida da superpole, mas matematicamente ele ainda tem chance.

E foram decididos os 8 pilotos que passarão para a próxima fase dos playoffs, numa prova que entregou mais emoção do que eu esperava ao ver a mudança que fizeram no traçado do Roval de Charlotte. Continuo achando que a mudança não foi positiva (aquela curva para sair do traçado interno e ir para o trecho do oval em 180 graus é desnecessária), mas a corrida em si foi das melhores do ano. Como nas duas corridas anteriores dessa fase dos playoffs os vencedores não estavam na disputa pelo título, essa corrida foi um grande exercício de cálculos matemáticos para ver quem passaria, afinal vencedor pode ter apenas um... e claro que uma corrida nesse patamar de exigência por resultado acaba levando a alguns erros de julgamento. O pior, disparado, foi o da equipe do carro #48, que tentou aumentar o desempenho na base do “adicione leveza”, velha máxima do Colin Chapman. Infelizmente para eles, os regulamentos da atualidade são rigorosos com a questão do peso mínimo, e na inspeção pós corrida o carro de Alex Bowman foi desclassificado da prova. Com essa desclassificação, Joey Logano (que não conseguiu na pista pontuação para passar para a próxima fase) foi promovido para o round de 8 dos playoffs. A vitória ficou com Kyle Larson, sua segunda nos playoffs, e ele teve a especial cooperação da filhota Audrey na comemoração da vitória. Em seguida tivemos a chegada de Christopher Bell em 2º, William Byron em 3º, Austin Cindric em 4º e Chase Elliott encerrando o Top-5, destes 5 apenas Cindric não está na próxima fase dos playoffs. De longe a classificação mais heróica para a próxima fase ficou com Tyler Reddick, o campeão da temporada regular, que teve o carro danificado em um choque no hairpin da curva 7 – aquela que eu achei uma ideia de jerico fazer – e contou com um ótimo trabalho da equipe para recuperar volta perdida e cruzar a bandeirada em 11º lugar. Os 8 que passaram são Kyle Larson, Christopher Bell, Tyler Reddick, William Byron, Ryan Blaney, Denny Hamlin, Chase Elliott e Joey Logano.

E nesse hiato da Fórmula Um o pessoal está com muito tempo livre para dar opiniões. Mattia Binotto, excelente engenheiro de motores que foi um dos chefes de equipe mais nádega flácida da história da Ferrari, contratado sabe-se a troco do quê pela Audi, andou “emitindo opinião” a respeito da sua ex equipe. Que “a escolha por Hamilton foi um erro”. Bom, o que tenho a comentar a respeito do intelectual em questão é que ele poderia se abster de emitir qualquer opinião a respeito do antigo empregador, afinal na época em que ele estava no comando a quantidade de erros era produzida em volumes industriais, quase uma linha de produção na China, então... em boca fechada não entra mosca e de boca fechada não sai... bobagem. Stai zitto!!! Para a minha surpresa a Toyota anunciou o seu retorno à categoria como parceira técnica da Haas, que continuará entretanto a comprar seus motores da Ferrari e a fabricar seus chassis na Dallara. A parceria deve se aprofundar em questões de engenharia e treinamento de técnicos para os japoneses, o que pode ser muito interessante para ambas as partes.

Até a próxima! 

Alexandre Bianchini

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.