
Olá leitores! Como estão? Espero que todos bem. Mais um final de semana com aquele sentimento de “a festa do esporte a motor está acabando”, com as principais categorias chegando ao epílogo de suas temporadas. Sim, a Fórmula E começa sua temporada aqui no Brasil mês que vem, mas enquanto não resolverem a questão do irritante barulho de engrenagens do câmbio (sim, aquele zumbido alto não é do motor elétrico, podem prestar atenção, é a mesma frequência de barulho que aparece nas câmeras onboard de carros de corrida que usam câmbio com dentes de engrenagem retos; o que muitos dizem ser o “motor de batedeira” é na verdade o câmbio fazendo barulho) a atratividade para o público habitual de automobilismo não será das maiores. Por sinal, fiquem ligados (sem trocadilho), deveremos ter material bem interessante a respeito da categoria em algumas semanas... enquanto isso, vamos ao que temos, as corridas internacionais desse final de semana. Vamos começar com a decisão de título lá do outro lado do mundo, no Japão, onde após muito tempo de batalha, de luta, de esforço, finalmente Thierry Neuville conseguiu alcançar seu almejado – e merecido – título de campeão do WRC. Não foi um título fácil: logo no primeiro dia da etapa nipônica seu Hyundai apresentou falha no turbocompressor e ele caiu para a 15ª posição, mas no último dia seu único rival na disputa, seu companheiro de equipe Ott Tänak se acidentou e teve de abandonar a etapa e os pontos do 6º lugar na classificação geral foram mais do que suficientes para o título ir – pela primeira vez na história – para a Bélgica. O título também coroou o trabalho seguido de uma década da Hyundai no WRC. Nem tudo foi alegria na equipe coreana: o acidente de Tänak fez com que ele não tivesse oportunidade de marcar os pontos extras do Power Stage, onde os pilotos da Toyota (Ogier, Evans e Katsuta) tiveram uma atuação impecável e garantiram o título de construtores do WRC pela 8ª vez, pela estreita margem de 3 pontos. Com o acidente, Tänak também perdeu o vice-campeonato de pilotos, que ficou com Elfyn Evans, o vencedor do rali. Evans comemorou a vitória com seu companheiro Sébastien Ogier na 2ª posição e com Adrien Fourmaux em 3º Louvável a ideia do Mundial de Rali de levar a última etapa – e possível decisão de título – para um local bem mais desafiador que a Europa. Ralis de asfalto na Europa costumam ter pistas por onde os carros passam com alguma “folga” lateral, excetuando alguns pequenos trechos dos ralis de Monte Carlo e da Alemanha, mas o Japão... inexiste margem para erro. Alguns trechos, além de serem mais sinuosos, são BEM estreitos, e as árvores em volta não ajudam na constância da aderência do piso. É talvez o maior desafio atual em piso de asfalto, já que os mais desafiadores trechos do rali da Córsega de antigamente já não são percorridos. Agora é aguardar a temporada de 2025, que terá como mais agradável novidade a troca da etapa sul americana da Argentina para o Paraguai, outra nação com muita tradição nessa modalidade do esporte (os mais experientes irão se lembrar das empolgantes etapas do Rali TransChaco da década de 70 e começo de 80), e sinceramente creio que podem fazer um grande espetáculo. E vamos para outra decisão de título, dessa vez em Las Vegas, onde por antecipação Max Verstappen se tornou o novo membro do clube dos tetracampeões do mundo de Fórmula Um, junto com Alain Prost e Sebastian Vettel. A quantidade de bobagens que li em redes sociais neste domingo a respeito do título e a respeito de “quem seria o melhor dos tetracampeões” foi suficiente para o saudoso Stanislaw Ponte Preta preencher dois volumes de 500 páginas cada de sua imortal obra Febeapá. Definitivamente, cada vez mais acredito que aquela pesquisa que indicou o QI médio do brasileiro em 83 está um tanto quanto superfaturada, pois para chegar a essa média tem um pessoal puxando-a para cima que eu não tenho muita certeza aonde se encontra... enfim, ele aproveitou a vantagem de pontuação conseguida nas primeiras etapas do campeonato para a administrar da melhor maneira possível quando o carro deixou de ser o melhor do campeonato. Na fria noite de Las Vegas (a propósito, outra “pérola” lida foi que “Las Vegas fica literalmente no meio de uma região desértica, não tem como ser frio lá”... o preço de ser alfabetizado aqui nesse país lusófono do continente americano é altíssimo) os carros da Mercedes se sentiram muito bem, e tivemos uma dobradinha da Mercedes no pódio, com George Russell em 1º e Lewis Hamilton em 2º. Completando o pódio, um friorento Carlos Sainz (estava frio, mas nem tanto para o quanto de agasalho ele colocou ao sair do carro após a prova) na 3ª posição, após uma ultrapassagem sobre seu companheiro de equipe Charles Leclerc que deixou o monegasco muito insatisfeito no final da prova. Apenas acho que o Perceval deveria já ter percebido que “piloto bonzinho” não é campeão mundial. Ele ficar reclamando pelo rádio ao final da prova por coisa que ele mesmo deveria ter feito o contrário não me parece assim algo muito inteligente. Leclerc não é um mau piloto, mas definitivamente falta “sangue nos olhos” dele em disputa de posições, principalmente contra seu principal rival, que é o próprio companheiro de equipe. Tem momentos em que o Leclerc me lembra o Thierry Boutsen, de tão “cortês” que ele acha que tem que ser na pista. O caminho, definitivamente, não é esse. Se ele continuar dessa maneira, ano que vem será “engolido” de maneira tão acachapante pelo Hamilton que praticamente apagará o nome dele do histórico da temporada. Espero, sinceramente, que essa etapa sirva como um “abre olhos” para ele começar a ter atitude na pista. Com Lando Norris terminando em 6º, bastou o 5º lugar para Max assegurar o título... ao passo que na classificação dos construtores a coisa vai ficando cada vez mais complexa pra Red Bull, com Pérez chegando em 10º e marcando um único mísero ponto. Destaque para o 8º lugar de Hülkemberg com a Haas e o 9º de Tsunoda com a Racing Bulls, à frente de pilotos muito mais bem pagos e com equipamento melhor. Agora vamos para as duas etapas finais no Oriente Médio, e vamos aguardar as boas surpresas que os desertos podem trazer para nós... Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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