
Olá leitores! Como estão? Espero que todos bem. Preparados para o final de ano? Já enfrentaram as filas dos supermercados em busca dos comes para a ceia que podem ser armazenados no congelador, antes que os preços subam de vez? Já garantiram suas uvas passa para promover a paz e integração familiar durante a espera pelo Velho Batuta? Não pensem que este é um mês tranquilo, vocês têm muito a circular antes de poderem aproveitar as férias de verão... Vamos começar com a Fórmula E, que iniciou sua temporada 2024/2025 no Sambódromo de São Paulo, uma pista com mais pontos de ultrapassagem que 2/3 das pistas permanentes da República Sebastianista da Banânia – e isso diz muito a respeito da excelência do projeto. A estatística oficial apontou 111 ultrapassagens durante a corrida... tem categoria nacional que pra conseguir isso tem que juntar 3 corridas inteiras. O principal atrativo dessa nova temporada é que o carro de 3ª geração passou a ter tração nas 4 rodas, o que levou a uma arrancada no momento de largada BEM interessante. Acho que, se conseguirem solucionar o problema das engrenagens de câmbio muito ruidosas (como de qualquer carro de corrida, porém nos carros com motor a combustão no geral o barulho do motor encobre o das engrenagens), que propiciam aquele “zumbido” agudo que desagrada muitos fãs de esporte a motor, a categoria tem como ganhar muitos fãs. Pessoalmente conheço um bocado de gente que se recusa a acompanhar a categoria por conta desse barulho. Creio que não deve estar tão fora das possibilidades tecnológicas fazer isso... enfim, vamos ao que interessa, a corrida: em primeiro lugar devemos tecer loas à inacreditável pilotagem de Mitch Evans, que largou em último e venceu uma conturbada corrida que teve 1 bandeira vermelha (a contagem oficial informa 2, mas como a primeira foi para anular procedimento de largada... mais lógico não contar com ela para o desenvolvimento da prova) além da já tradicional entrada de safety car, tão comum em pistas de rua. Quase tão impressionante quanto foi o desempenho dos dois carros da McLaren, com Sam Bird e Taylor Barnard, que largaram em 16º e 17º para terminarem, respectivamente, em 4º e 3º lugares. A corrida de Evans, por si só, já valeria o valor do ingresso para passar calor às margens do “perfumado” Rio Tietê, mas teve muito mais. António Félix da Costa valorizou demais a vitória de Evans, pressionando forte após a segunda relargada e cruzando a bandeirada em 2º, apenas 3 décimos de segundo atrás do vencedor, montando um pódio com 2 experientes pilotos e um promissor jovem, Barnard, com aproximadamente 20 anos e meio. O grande influencer (pra usar um termo “da moda”) da categoria, Lucas di Grassi, teve problemas de motor no seu Lola Yamaha Abt (muitas referências diversas em um único nome, eu sei...) e não terminou a corrida. E o “Maldonado Trophy” ficou com Cassidy, que não contente em estampar o coleguinha no muro da perna do meio da chicane ainda, na saída da mesma, fez Pascal Wehrlein decolar, bater na tela de proteção e aterrissar com as rodas para cima, ainda escorregando de ponta cabeça no piso. Felizmente o carro é muito seguro e o piloto saiu intacto, mas... E a Fórmula Um foi para sua derradeira etapa em Abu Dhabi, que mesmo tendo o título de pilotos decidido ainda existiam chances matemáticas pequenas da Ferrari reverter a vantagem que a McLaren tinha para o Mundial de Construtores. Alguns mencionaram a minúscula chance de Leclerc tirar o vice de Norris, mas seria necessária uma hecatombe na McLaren para isso acontecer. Logo na largada o futuro papai Max Verstappen tentou mergulhar para se livrar de Piastri logo no início da corrida, errou como um principiante e necessária uma hecatombecar, fazendo com que ele rodasse e retornasse em último. Esse foi o destaque negativo. O destaque positivo do começo da corrida foi Charles Leclerc, que foi punido com a perda de 10 posições de largada pela troca da bateria do sistema híbrido, largou em último, e fez uma primeira volta como se estivesse jogando videogame no modo Fácil, passando de 19º para 8º em apenas uma volta. Mais impressionante que aquela dita “melhor primeira volta da história da Fórmula Um”, atribuída ao Finado mas que na verdade foi feita pelo Rubinho em Donington 1993 (afinal, Rubinho teve mais trabalho para ganhar posições). Só na primeira parte da reta oposta foram 5 carros ultrapassados. O trabalho de Leclerc foi tão monumental que largou em último e terminou no pódio, em 3º, logo atrás do seu atual companheiro de equipe (Carlos Sainz Jr., que largou na segunda fila e terminou na 2ª posição) e logo à frente do seu futuro companheiro, Lewis Hamilton, que chegou em quarto e correu com um capacete homenageando Niki Lauda, um dos granes amigos que ele teve na equipe Mercedes. A vitória, merecidamente, ficou com Lando Norris, sua 4ª na temporada, e com essa pontuação ele garantiu o Mundial de Construtores para a McLaren, primeira vez desde 1998 que a equipe ganha esse título. Bottas se despediu da categoria com um bom começo de corrida, mas fazendo strike com colega de profissão lá pelo meio da prova e encerrou a temporada com zero ponto marcado. Outra corrida que merece uma atenção especial foi a de Lewis Hamilton, que se atrapalhou na classificação, largou lá atrás (16º) e, com uma estratégia diferente, galgou diversas posições até a bandeirada na 4ª posição. Agora é olhar os estreantes nos testes de pós temporada, e aguardar o início da temporada 2025. Ainda existe uma pequena chance de alguma surpresa, admitida pelo próprio Sérgio Pérez após abandonar (novamente) a corrida antes do fim. Pouquíssimo provável que seja a hipótese ventilada pela repórter Becker, do Sainz Jr. Ir para a Red Bull numa troca com outro piloto para o carro da ex equipe do Sir Frank, mas enfim... eu ainda acho que os dólares da Claro mantém o mexicano na equipe, espero que eu esteja errado. E após ouvir e ler muitas opiniões a respeito da gravidez de Kelly Piquet, aguardando um Baby Max, permitam-me emitir também meus 2 centavos de opinião: não é pelo fato de ter um pai tetracampeão mundial e um avô materno 3 vezes campeão mundial que o bebê será um bom piloto... como disse sabiamente o F1 História, os dois pilotos são egoístas demais para compartilhar características positivas via DNA... chances de ser um Francois Hesnault da vida são grandes. Não posso encerrar a coluna sem tecer os merecidos elogios a Gabriel Bortoleto, que em seu ano de estreia consagrou-se o campeão da Fórmula 2, já com contrato assinado para correr na Fórmula Um ano que vem. Chegou para o final de semana meio ponto atrás de Hadjar, na corrida Sprint do sábado reverteu isso para uma vantagem de 4,5 pontos, e na corrida principal, neste domingo, só não poderia deixar o Hadjar vencer para ser o campeão. Não precisou de muita coisa: Hadjar deixou o carro morrer na largada, e daí pra frente foi só Bortoleto administrar a 2ª posição na qual largou. Grandioso define o desempenho dele. Mesmo na equipe mais fraca de 2024 (e não acredito que vá ser melhor em 2025 com os “jênios” Binotto e Rueda por lá), que possa mostrar um bom trabalho. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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