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Os bastidores “não muito glamorosos” da Stock Car em Interlagos e uma volta pelo mundo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 December 2024 02:09

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem. Últimos momentos do ano, hora de começar a preparar as retrospectivas, pesquisar os preços de alimentos para a ceia de Natal e — em meu caso — procurar um horário para a consulta com o Pai Alex a fim de obter as previsões para 2025 e as trazer para vocês, meus caros leitores. Enquanto isso, os últimos campeonatos (e perrengues, por que não?) chegam ao fim.

 

O Centro de Eventos Aleatórios de Interlagos, com cada vez mais área dedicada a qualquer coisa desvinculada ao esporte a motor, inclusive atrapalhando a visibilidade da pista, recebeu esse final de semana as etapas finais da F-4 Brasil, do Turismo Nacional e da Stock Car (acesso e principal). Quem me acompanha desde os primórdios de minha coluna sabe que não tenho a paciência para longos textos descritivos da prova como o Shrek habitualmente faz, então aqui vamos para uma visão mais global do evento, com a descrição dos perrengues enfrentados por excesso de foco em camarotes VIP e falta de pensamento em qualquer dos outros aspectos envolvendo aquele incômodo elemento chamado “público”. Elemento esse resolvido no novo palco preferido da categoria, a pista de track day de Mogi Guaçu, onde inexiste a previsão de recebimento de público, oficialmente por conta de “dificuldades de licenciamento ambiental”. Vamos ficar com a versão oficial, para evitar discussões. Antes de mais nada, que fique claro que o campeão é campeão até esta segunda, data em que acontecerá o julgamento na Justiça Desportiva daquele imbróglio envolvendo os pneus que culminou com a desclassificação dos carros de 2 equipes no Velopark, então pode ser que o resultado seja mantido, ou não. Enfim... na classificação até o momento da redação dessa coluna, o título ficou com Gabriel Casagrande, conquistado terminando a corrida desse domingo na 3ª posição, com Felipe Massa cruzando a bandeirada em 2º e (provisoriamente...) conquistando o vice-campeonato, sendo que a vitória ficou nas mãos de Guilherme Salas, que fez uma corrida excelente, não dando chance para os ataques do Massa e conquistando sua primeira vitória na pista de Interlagos. Que ela seja um estímulo para ele conquistar uma vaga para correr em 2025, já que por enquanto ele está sem carro para a próxima temporada. Faltando pouco mais de 2 meses para completar 30 anos, Gabriel Casagrande se tornou (por enquanto...) o mais jovem piloto a conquistar 3 títulos na categoria, e a maturidade demonstrada por ele durante a temporada o fez altamente merecedor do título. Só espero que, em o tribunal de justiça desportiva decidindo pela manutenção do resultado obtido nesse domingo, Felipe Massa não queira disputar o título na justiça como sonha que aconteça em relação ao campeonato de Fórmula Um de 2008... é, não consegui deixar de pensar na hipótese, afinal de contas não tem como levar a sério esse tipo de pretensão.

 

Isso foi dentro da pista. Vamos ao fora da pista... já não é de hoje que as visões um pouco mais abertas das arquibancadas de Interlagos mostram grandes espaços vazios. Uma parte pode ser creditada à proliferação de camarotes e (recentemente) as chamadas Fanzone, onde as pessoas vão para o autódromo não para ver corrida mas para ver apresentações musicais, mas temos um outro lado... ao contrário de Montreal, não existe uma estação de metrô que deixe o espectador quase dentro do autódromo. Tem uma estação de trem, com trajeto em subida da estação até o portão menos distante, a cerca de 800 metros em linha reta. Vamos ressaltar, em linha reta. Como o caminho não é reto, a distância é maior. Até o Portão 7, acesso à parte interna da pista, deve dar pelo menos 1500m. Portanto, utilizar o transporte público não é exatamente fácil. Próximo ponto: ao contrário das outras pistas Interlagos não pode ser considerada uma pista com estacionamento fácil. Em tese existe espaço no interior da pista para estacionamento das equipes, do pessoal dos camarotes e da imprensa... pois bem, talvez (bem talvez) o pessoal que vá em todas as etapas tenha algum tipo de tratamento diferenciado. Minha realidade foi: credencial de imprensa sim, credencial de estacionamento não. Tive que deixar o carro (afinal, moro a mais de 30km do autódromo, e de casa até lá de transporte público dá mais de 2 horas, em CNTP). Estacionar do lado de fora do autódromo resultou em módicos R$100,00 (sim, não leram errado, CEM REAIS) para estacionar o carro em lugar razoavelmente próximo do autódromo. Para a última etapa, a VICAR, que se considera altamente organizada, teve a “jeniau” (escrita desse jeito mesmo) ideia de forçar os jornalistas a passarem pelo guichê de credenciamento todos os dias do evento. Sábado fiquei mais de meia hora na fila até conseguir uma pulseira de credenciamento válida apenas para um dia. Precisava disso? Claro que não. O acesso para os boxes e para a área onde estava a sala da imprensa era via catracas com identificação facial, não havia rigorosamente a menor necessidade de fazer isso. Por que fizeram? Única resposta que encontro é aquela clássica “fizemos porquê podemos”. E quem não quiser, que não venha.

 

Apenas para situar, neste mesmo ano, na etapa do TCR World Tour em Interlagos, um único credenciamento para todos os dias, credencial de estacionamento fornecida sem problemas, tudo absolutamente civilizado e respeitoso, sem arroubos de poder mussolinesco para cima da imprensa. Fórmula E, até por conta do perfil ecologicamente sustentável da categoria, não tinha credencial de estacionamento, mas fizeram parceria com uma das firmas de carro por aplicativo e a sala de imprensa tinha confortos que nenhuma sala de imprensa em categoria nacional oferece. Deixando a lamentação de imprensa de lado: ingresso de entrada inteira, para a arquibancada descoberta (aquela em que você fica sentado no cimento duro), 110 reais. Mais os 100 do “estacionamento” do lado de fora, 210 por pessoa. Você vai despender esse valor para ficar à mercê do sol, da chuva, desconfortável, e sem poder levar seu próprio lanche (sanduíche até vai, porém não pode entrar com bebidas e muito menos geladeira de isopor pequena para manter sua bebida em temperatura razoável). Por mais apaixonado por automobilismo que você seja, isso tudo para uma categoria nacional... explica muito bem as arquibancadas cheias de lugares vazios onde não ficam os convidados dos patrocinadores. Eu, como público, não voltaria num evento desses, afinal eu sei o valor do dinheiro que eu ganho. No que depender de mim, não volto à Stock sem credencial de estacionamento, passar bem. Eles não precisam de mim, e a recíproca é verdadeira.

 

Valeu pela oportunidade de ver os 3 modelos de bolhas de carroceria que correrão em 2025. O Tracker e o Corolla Cross estão relativamente semelhantes aos modelos encontrados nas ruas, o recém apresentado Eclipse Cross ficou MUITO mais atrativo que o modelo que circula nas ruas. Sairemos de um motor V-8 com potência reduzida em relação ao que é utilizado em seu país natal para um 4 cilindros 2,1 litros turbinado com alegados 500cv. Espero que tenham um bom estoque de motores de reserva, pois ao menos no primeiro ano acho que podemos esperar uma média de 2 motores indo para o espaço por corrida (afinal, mais de 200cv/litro). Aguardemos e vamos torcer para o melhor.

 

Já que mencionei acima o TCR World Tour, saiu o calendário 2025, e passarão longe do território sul americano. Uma pena, a categoria é espetacular, recomendo vivamente que vocês a acompanhem, seja o torneio mundial, seja os regionais (aqui continuaremos tendo o TCR South America e o TCR Brasil). Ainda no assunto TCR. Também ocupou as discussões automobilísticas a aprovação da GM/Cadillac como 11ª equipe da Fórmula Um a partir de 2026, já anunciado que, ao menos a princípio, será equipe cliente da Ferrari para motor e transmissão. No aguardo dos pilotos, que acredito que devam ser um estadunidense (mais capacitado que o Logan Sargeant, por favor) e um outro mais experiente para auxiliar no desenvolvimento do carro. Outra notícia auspiciosa desses últimos dias foi a intenção do Mundial de Motovelocidade retornar ao Brasil, para o autódromo de Goiânia, que já recebeu a categoria nos saudosos tempos dos motores 2T e a única pista nacional com áreas de escape suficientes para correr de motocicletas no padrão exigido pela FIM. Apenas acreditarei quando tiver moto acelerando para sair do pit lane e entrar na pista, mas enfim... vamos cruzar os dedos. E por falar em planos para o futuro, após décadas sem corridas em território africano, Ruanda oficializou a candidatura para abrigar uma etapa da Fórmula um, em uma pista que ainda está em projeto e será feito próximo a um aeroporto que atualmente está em construção. Novamente, vamos aguardar, eu acho que partindo tão “do zero” assim e (a princípio) sem a intervenção do Hermann Tilke, a possibilidade de algo bom sair desse projeto é bem razoável. Novamente, vamos cruzar os dedos.

 

Até a próxima! 

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.


Last Updated ( Monday, 16 December 2024 02:09 )