
Olá leitores! Como estão? Espero que todos bem. Fizeram seus nutricionistas terem pesadelos com os festejos natalinos? Lembrem-se que o que engorda não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo, é o que você come entre o Ano Novo e o Natal... originalmente a previsão era para sair nessa coluna as previsões do Pai Alex, mas... não consegui agendar antes do Réveillon, então vamos à retrospectiva nacional. Tá certo que habitualmente quem escreve sobre competições nacionais é o Shrek, mas como creio que a retrospectiva dele será um tanto quanto “incisiva”, vou partir para uma abordagem mais ortodoxa. Eu confesso que pensei em fazer uma coluna apenas sobre a “silly season” intertemporadas, mas definitivamente a atual geração de pilotos está tão, mas TÃO chata, que nem as boas e velhas fofocas eles produzem. Uma semana inteira da Scuderia Ferrari agradecendo o serviço prestado pelo Sainz Jr. é de dar azia em bicarbonato de sódio. Max Verstappen reclamando que “quase não fui campeão por conta de ‘atitudes de bastidores’ que me prejudicaram”, como se a Red Bull não tivesse sido tantas, tantas e tantas vezes beneficiadas por conta desses mesmos bastidores, é de ir ao banheiro e devolver o conteúdo do estômago pelo local de entrada. Ex-pilotos como Nico Rosberg e Ralf Schumacher (o irmão menos talentoso de Michael, convém enfatizar) buscando lugar sob os holofotes criticando o Hamilton, como se o inglês estivesse se importando com a opinião dos dois, simplesmente é chato, muito chato. O mais triste de todos esses dias foi a lembrança de um ano do passamento de Gil de Ferran, um dos 5 melhores pilotos que o Brasil produziu, e os 11 anos do trágico acidente de Michael Schumacher, do qual a família respeitou TANTO o desejo de privacidade do piloto que, mesmo sem ele conseguir emitir nenhuma opinião, não sabemos nada a respeito dele, se voltou a andar, se consegue falar, se está apenas deitado numa cama em estado vegetativo... nada sabemos. Enfim, vamos ao que interessa. Começando com a Stock Car, onde (até que algum tribunal diga o contrário) Gabriel Casagrande assegurou seu 3º título na categoria, com 41 pontos de vantagem sobre Felipe Massa, 2º colocado, e 58 pontos sobre o 3º colocado Dudu Barrichello. A parte do tribunal é devida ao fato que teve equipe adulterando pneus de chuva, comprovado por análise química no laboratório da matriz do fornecedor de pneus, e ainda assim se acharam no direito de tentar reverter a punição na justiça. Nem levei em conta a possibilidade de Felipe Massa, daqui a pelo menos 15 anos, pedir na justiça o título desse campeonato, como ele acha que tem direito em relação ao campeonato de F-1 de 2008, vamos deixar isso bem claro... A NASCAR Brasil Sprint Race simplificou um pouco seu regulamento complicado, que dividia a pontuação entre as categorias PRO (que eu entendo), a categoria AM (que eu também entendo) e a PROAM (pra quem não é mais AM mas ainda não é PRO? Confuso). Agora ao menos a divisão é apenas entre NASCAR Brasil (para os mais experientes) e Challenge (para os menos experientes). Em compensação, tem o campeonato brasileiro, o “special edition” (duas etapas com regulamento diferenciado), e a pontuação Overall, somando as duas variações anteriormente citadas. Como minha paciência com complicações desnecessárias é mais curta que salário mínimo em época de Natal, vamos para a Overall: pela NASCAR Brasil o título ficou com a dupla Gabriel Casagrande/Alex Said, com 330 pontos, batendo o vice Victor Genz, que acumulou 299 pontos durante a temporada. Na Challenge, título nas mãos do Victor Andrade, com 366 pontos, sobre Jorge Martelli, que marcou 297. Regulamento simples atrai público, fica a dica. E por falar em regulamento complicado... temos a Turismo Nacional, com sua divisão em Overall A, Overall B, Sprint A, Sprint B, além da Endurance (para as duas provas longas da temporada)... acho que entendi: monte de gente pagando para correr, tem que ter um monte de troféu a ser distribuído. Nem menciono o “motor misterioso”, fornecido pela Audace Tech e cuja especificação é apenas “2.0, 16V, aspirado” de acordo com o regulamento técnico disponível na CBA. Transparência nas informações é legal, só pra avisar. E vou simplificar tudo novamente: na categoria A o campeão foi Ernani Kuhn, que obteve com essa vitória a oportunidade de ascensão para a Stock Series em 2025. Já na categoria B, onde ficam os novatos, o campeão foi João Cardoso, de 18 anos, e poderá correr na categoria A na próxima temporada. Sucesso para ambos! Na Turismo Nacional 1.4, ao menos, a informação é clara no site, motor padronizado Chevrolet 1.4 (viram, não é doloroso publicar a informação de maneira transparente...), e a estrutura do campeonato mais simples, Deo gratias. Na Classe A, vitória de Wanderson de Freitas, com certa folga (mesmo sem pontuar na última etapa, levou o título com 43 pontos sobre os 40 obtidos por Juca Bassani, o vice-campeão). Já na Classe B, o troféu ficou com Neto Datti, 54 pontos, sobre Guilherme Pozzi, vice com 46 pontos. Estava assistindo o VT das provas do ano na internet, e a categoria é uma delícia de acompanhar. Vou tentar assistir mais em 2025, mas não prometo nada. Chegamos à Copa Truck, com sua farta distribuição de pontos e categorias com nomes megalômanos... vamos lá, a categoria principal (aquela que normalmente acompanhamos na liderança da corrida) é a Pró. OK, beleza, mas a segunda categoria chama-se Elite... oi? Cumequié? Meu lado anarquista até acha interessante a Elite não ser a principal, mas analisando de forma fria e objetiva... estranho. Enfim, na Pró o campeão foi Felipe Giaffone, que felizmente não precisa traduzir rádio algum para pilotar o bruto, e obteve 271 pontos na temporada, 46 à frente do vice-campeão, André Marques. Na Elite (ou seria “Elite”? Se simplificar para o público, fica interessante) o título foi de Bia Figueiredo, com 255 pontos, 41 à frente de Pedro Paulo Fernandes. Já na Fórmula Truck, aquela mais tradicional e antiga, felizmente a lógica impera: a categoria com motores mais modernos (de gerenciamento eletrônico) é chamada de Eletrônico, e a categoria com os motores mais antigos é a Bomba Injetora. Extremamente grato pela utilização da massa cinzenta por parte da organização. Na Eletrônico, título de Rafael Fleck, 620 pontos, sobre o Highlander brasileiro, Pedro Muffato, que obteve 533 pontos na temporada. Na Bomba Injetora, o troféu de campeão ficou com Marcio Rampon, 525 pontos, sobre Geovani Tavares, 465 pontos. Não posso encerrar essa retrospectiva sem mencionar o Endurance Brasil, categoria das mais interessantes, com grande variedade de carros, e com os interessantíssimos protótipos nacionais enfrentando os Ligier europeus. Na categoria P1, título da dupla Alexandre Negrão/Marcos Gomes, 845 pontos sobre os 730 dos vice campeões Vicente Orige e Sarin Carlesso. Na GT3, título do trio Ricardo Maurício/Marcel Visconde/Marçal Müller, com 910 pontos, sobre os vice-campeões Rafael Suzuki/Ricardo Baptista, com 825 pontos. Já na GT4, a dupla Jacques Quartiero/Alan Hellmeister foi campeã com 880 pontos, batendo a dupla João Tesser/Eric Santos, que obteve 735 pontos. Não me sinto confortável para analisar a Porsche Cup, já que ali também existe a necessidade de farta distribuição de troféus, e prefiro deixar a análise para quem consegue entender aquilo tudo. De qualquer forma, lá fora é uma categoria de gentlemen drivers que aqui acaba recebendo pilotos profissionais, por conta da ausência de categorias adequadas para estes correrem por aqui. Tenham todos uma ótima passagem para 2025, não vou desejar “boas entradas” como o pessoal costumeiramente deseja pois já cansei de “entrar bem” ano após ano. Desejo que saiam de 2025 melhores do que entraram, isso sim. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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