Olá leitores!
A abertura é a mesma, mas o escriba é outro. Alexandre Bianchini está no gozo de merecidas férias e assim como no ano passado, coube a mim a difícil missão de tentar produzir um texto à altura do nosso profissional de comunicação (para quem não sabe, Alexandre é jornalista formado pela UNESP). Como não sou jornalista (nem sou sequer colunista aqui no site), peço alguma benevolência de vocês. O ano do esporte a motor sempre começa em alto estilo com a disputa do Rally Dakar (que há muito tempo não passa nem no mesmo continente da capital senegalesa), há alguns anos disputado na Arábia Saudita, depois de algumas edições aqui na América do Sul. Este ano serão 798 pilotos e navegadores envolvidos na disputa, entre eles 5 brasileiros. O maior destaque vai para Lucas Moraes, piloto na categoria principal de carros, na equipe oficial da Toyota, no carro #203, ao lado do navegador espanhol Armand Monleón. Na mesma categoria que tem o retorno, 25 anos depois, de seu pai, Marcos Moraes, com o navegador Maykel Justo, em uma Hilux #248. Marcelo Gastadi, campeão do Sertões em 2023, retorna à competição com o navegador Adrian Metge, conduzindo um Century CR7 #230. o 5° brasileiro é o navegador Cadu Sachs, em dupla com o piloto Gonçalo Guerreiro na classe T3 com um Taurus T3 Max #319. Nem preciso dizer como o Dakar (independente de onde foi a disputa) sempre foi uma competição duríssima e a edição deste ano tem não apenas mantido a escrita como provocado baixas severas. Em uma semana de competição nada menos que 3 das principais duplas (os espanhóis Nani Roma/Alex Haro, os também espanhóis e campeões de 2024, Carlos Sainz/Lucas Cruz além da dupla franco-belga Sebastién Loeb/Fabian Lurquin) estavam fora da disputa. Lucas Moraes terminou a primeira semana na 5ª posição. Seu pai, Marcos Moraes era o 23° e Marcelo Gastaldi o 25°. Cadu Sachs, na categoria Challenger, era o 2°. Após um dia de descanso na última sexta-feira, a competição foi retomada no sábado e depois de ver vários adversários sofrerem problemas, foi a vez de Lucas Moraes amargar um problema mais grave e perder quase 2 horas para reparar um problema de suspensão em seu Toyota. Os problemas apareceram já nos primeiros quilômetros da etapa. Com mais de duas horas perdidas, o piloto da Toyota despencou na classificação geral dos carros. No domingo, numa etapa bastante complicada. Para quem acha que deserto é lugar seco, uma chuva inesperada tornou o terreno ainda mais difícil de ser enfrentado, enquanto um erro no roadbook na marca de 158 km fez com que vários pilotos se perdessem, forçando o Dakar a neutralizar efetivamente um trecho de 20 km no meio da etapa de 418 km. Lucas Moraes contornou os problemas melhor que os adversários, venceu a etapa e recuperou parte do tempo perdido. Contudo, ele e seu navegador tomaram uma punição severa referente à especial da quinta-feira. Segundo o documento dos comissários, Monleón cometeu uma infração grave ao receber e utilizar um celular durante a especial por um total de 43s. A dupla recebeu uma punição de 1 hora em seu tempo total e, caso isso se repita, eles serão desclassificados do Dakar. Lucas Moraes terminou o dia em 13°, com 3h15m de desvantagem para os líderes e uma recuperação para o resultado final. Na categoria dos carros, a dupla Marcos Moraes/Maykel Justo estavam em 20° e Marcelo Gastaldi em 21°. Na categoria T3, correndo ao lado de Gonçalo Guerreiro, Cadu Sachs continua perseguindo a dupla Nicolas Caviliasso/Valentina Pertegarini, separados por 30 minutos após a etapa do domingo. Fórmula E Depois de uma corrida alucinante no traçado do Anhembi/Sambódromo que pude presenciar, a Fórmula E foi para uma das raras provas feitas em um circuito, neste caso, o Hermanos Rodriguez na cidade do México para a 2ª etapa desta temporada. Assim como em São Paulo, com trechos largos e boas retas, tínhamos a receita perfeita para uma corrida em “alta voltagem”, com a permissão (ou não) do trocadilho. O domínio da Porsche nos treinos apontava para uma corrida sob dominância da equipe alemã, mas Treino é treino e jogo (no caso corrida) é corrida. Pascal Wehrlein e António Felix da Costa até começaram a corrida na frente, mas como diria o Chapolim Colorado, eles não contavam com a astúcia de Oliver Rowland, que além de mostrar um bom rendimento em ritmo de corrida, fez uma estratégia agressiva que propiciou à equipe Nissan a conquista da vitória. Os dois acionamentos do safety car na parte final da corrida foram fundamentais para que Oliver Rowland conseguisse preservar carga na sua bateria e conseguir se defender dos ateques de António Felix da Costa nas últimas voltas e garantisse a vitória. No campeonato, o novo 2° lugar do piloto português com a combinação de resultados das duas primeiras etapas o colocou na liderança da tabela de pontos. Lucas Di Grassi teve uma performance apagada e marcada por um erro de estratégia, com a não tomada dos “attack mode” obrigatórios, o que implicará em punição para a etapa seguinte, programada para fevereiro, na Arábia Saudita. Encerro a coluna desta semana falando sobre as eleições da CBA. Na próxima quarta-feira, dia 15 de janeiro, teremos a eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo e, após alguns pleitos com uma divisão explícita – e pelo que acompanhei, pouco ou nada produtiva – diáspora, o atual presidente, Giovanni Guerra deve liderar uma chapa única, sem oposição para buscar a reeleição. O trabalho da atual gestão – a princípio – além de conseguir conciliar as eventuais divergências, mostrou um grau de eficiência a ponto de não estimular o surgimento de uma chapa de oposição. Despeço-me com o “até a próxima” do titular da coluna. Flávio Pinheiro Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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