Caros Amigos, Desde quando comecei a assistir as corridas de Fórmula 1, o início da temporada de corridas na Europa sempre era o sinônimo de introdução de mudanças. Antes mesmo, era o momento que as equipes em muitos casos estreassem o carro daquela temporada, usando o carro que havia terminado o campeonato do ano anterior nas primeiras corridas do ano, que eram disputadas fora do continente. Há muitos anos esse tipo de coisa não acontece mais. As equipes trabalham nos carros do ano seguinte antes mesmo da temporada do ano que estão disputando terminar e, com os chamados testes pré-temporada, a apresentação dos modelos para a temporada que irá ter início tornaram-se grandes eventos de marketing antes de irem para a pista. Com as grandes mudanças no regulamento para a temporada de 2022, todas as equipes partiram de “uma folha em branco” (no caso, de uma tela em branco nos computadores) após os primeiros testes de pista na pré-temporada e mesmo depois das primeiras corridas, as equipes costumam introduzir modificações nos seus projetos. Este ano, em teoria, o GP da Emilia Romagna deveria oferecer a chance perfeita para introduzir as primeiras grandes mudanças. Deveria, mas não deve ser assim, particularmente para as equipes protagonistas do campeonato (Ferrari e Red Bull na disputa pelas vitórias e a Mercedes, tentando despertar do pesadelo que tem sido este início de ano). Apesar expectativa de introdução de atualizações nos carros, a configuração dos treinos devido a primeira das “classificações com corrida sprint” e há muito não serem permitidos treinos privados entre as corridas, o tempo de pista será mais curto do que os três treinos livres habituais. Antes da classificação para a “corrida sprint” as equipes terão apenas uma de treino livre e as grandes equipes tem se posicionado no sentido de que não haveria tempo suficiente para avaliar novas peças importantes e deixar os carros perfeitamente configurados para o resto do fim de semana. Para Ferrari e Red Bull esta situação é um problema menor se comparado às outras equipes de forma geral e em relação à Mercedes em particular, com as duas devendo seguir no protagonismo da disputa pela vitória. Entretanto, vimos que é possível vermos a Red Bull ter uma recuperação como foi na Arábia Saudita após ser superada (antes dos carros abandonarem) no Bahrain. O que não me parece compreensível foi a decisão tomada pelo Grupo Liberty Media – chancelada pela Federação Internacional de Automobilismo – de colocar uma “classificação sprint” na primeira corrida da categoria retornando à Europa após três corridas em locais distantes, e as equipes não terem questionado esta decisão quando a mesma foi informada, o que certamente não aconteceu após o GP da Austrália. Apesar deste tempo exíguo, quem tem menos a perder, casos de Alpine, Alfa Romeo e Alpha Tauri, por exemplo, pretendem introduzir atualizações consideráveis para a etapa, contudo, menores que os pacotes tradicionalmente levados na primeira corrida europeia do ano. Quem traz as atualizações mais consideráveis são as equipes que buscam recuperar o atraso... e ninguém estaria tão atrasada quanto a Mercedes em comparação com o status que a equipe alemã tinha no ano passado. Entretanto, apesar da situação extremamente incômoda, e de – certamente – termos certeza que a equipe está trabalhando para encontrar uma solução (ou ao menos reduzir drasticamente os problemas) para o desempenho dos carros que estão longe de poder brigar por vitórias. Com as mudanças a serem introduzidas e o pouco tempo para por em prática – na pista – e conseguir reunir informações suficientes para apontar a direção correta, é possível que, no caso da Mercedes, um grande pacote de evolução só venha a ser introduzido em Barcelona. Um abraço e até a próxima, Fernando Paiva |