E aê Galera... agora é comigo! O final de semana teve duas categorias na pista: uma num autódromo para corridas, outra em uma pista pais afeita à track days do que para corridas de verdade (eu gostaria muito de entender os critérios da tal da FIA para dar AP Velocittà um grau FIA 3 em uma circuito “sem reta” e que a saída dos boxes é uma temeridade, despejando os carros no ponto de tomada para curva 1. Mas a gente tem que respirar fundo e não precisa ir longe para lembrar da confusão que armaram com o final da temporada da Fórmula 1 para concluir que a palavra “critério”, usada como advérbio de modo e como aposto, não faz muito sentido para os lados da Praça da Concórdia. A corrida disputada no autódromo foi a categoria “Fois Gras” do Brasil (Gourmet hoje é “padrão picanha”), a Porsche Cup, que até o momento, no final de semana de sua corrida de abertura, ainda não tinha apresentado o calendário da temporada 2022 (essa categoria já foi mais organizada...). Outra coisa que não ficou bom para os lados da transmissão, foi a falta do Sinestro, o melhor locutor de corridas do país, e a escalação de Ivan, “o terrível” ao lado do muito bem apadrinhado Proscócimo. O Sinestro estava na outra corrida, a GT Sprint Race, no Velocittà. A abertura da temporada trouxe a estreia do modelo 992, que é o mesmo das temporadas europeias e o grid com 24 muito bem abonados pilotos mostrou que o campeonato além de ter carros mais rápidos iria exigir mais braço dos pilotos para domar as novas feras. Na primeira fila da corrida do sábado tivemos o experiente Marçal Muller, que brigou pelo título até a última etapa no ano passado e o moleque Enzo Elias, que mostrou ter mais capacidade técnica que metade do grid da atual Stock Car. O Pole garantiu a liderança na largada e contournou a curva 1 na frente. Os 4 primeiros fugiram com o líder tendo alguma vantagem. A briga ficou pela P5 onde Christian Hahn depois da 3 voltas superou Werner Neugebauer. Entre os 4 primeiros, Miguel Paludo era quem vinha mais próximo do carro da frente, no caso, Alceu Feldmann. Com uma ou outra rodada, mas sem maiores consequências, a corrida seguia tranquila. Como não tem “Push-Nutella” pra fabricar ultrapassagens, a corrida estava fácil até para o narrador. Com o andar da corrida, Christian Hahn diminuiu a diferença, mas não conseguia encostar em Miguel Paludo enquanto este foi perdendo terreno para Alceu Feldmann. Nos minutos finais, Enzo Elias tentou se aproximar de Marçal Muller, mas melhor disputa era pela P7, com Lucas Salles, Renan Pizii e Pedro Aguiar. No último minuto de corrida, Enzo Elias forçou demais, escapou da pista e no final da curva 1 a traseira escapou e ele furou o pneu traseiro esquerdo, rodando (pela imagem, a impressão que tive foi que ele já vinha com o pneu deformado antes de sair na zebra). Com isso Marçal Muller venceu com tranquilidade, seguido por Alceu Feldmann e Miguel Paludo. Depois tivemos a corrida da GT3, renomeada este ano como “Challenge”, teve 20 carros no grid, os 991 da segunda geração que, até o ano passado eram os carros da Carrera e a primeira fila Christian Mohr e Mariotti, o pole foi bem, o colega de 1ª fila foi mal. As duas melhores largadas foram de Nelson Marcondes e Urubatan Jr. principalmente a de Urubatan que saiu de 5° pra 2°. Largando de último com sua colheitadeira, o rei da soja, Raijan Mascarello veio escalando o pelotão pra, pelo menos, tentar pegar a pole na inversão do grid. A briga de Urubatan Jr. e Nelson Marcondes ajudava o líder, mas na abertura da volta 4, sem “Push Nutella” tomou a P2. Diferente da corrida da Carrera tivemos toques e gente empurrando gente pra fora da pista. Melhor pra Mascarello, que era o P7 faltando 10 minutos para o fim dos 25 minutos. Nos 5 minutos finais a briga da corrida era entre Ayman Darwich e Raijan Mascarello pela P6 e a pole na corrida do domingo. Nelson Marcondes se aproximou de Christian Mohr, mas não conseguia atacar. Os “comissacos” já quiseram atrapalhar a briga advertindo Darwich. Nas duas voltas finais a briga ficou também pela ponta. Mohr segurou a ponta, mas na briga da P6, Mascarello superou Darwich por 16 milésimos. No domingo, com o número do sorteio para a inversão do grid sendo “6”, os 6 primeiros do sábado tiveram as posições invertidas no grid. Com isso a primeira fila da corrida 2 ficou com Lucas Salles e Werner Neugebauer. O pole foi engolido na largada. Christian Hahn por dentro e por fora, além de Werner Neugebauer, um surpreendente Marçal Muller. Neugebauer, Hahn e Muller eram os 3 primeiros no fechamento da 1ª volta. Miguel Paludo assumiu a P4, que logo virou P3 com o abandono de Neugebauer (quem disse que Porsche não quebra? Furo no radiador? Estranho), deixando Christian Hahn na liderança no começo da volta 2. Os 3 primeiros, Hahn, Muller e Paludo começaram a briga pela ponta, abrindo de Salles e Feldmann, brigando pela P4 e Feldmann tomou a posição no miolo na volta 5. Quem voava era Enzo Elias, que largou na última fila e em 5 voltas já era o 8º. Alceu Feldmann chegou na briga pela P2. Christian Hahn fugiu um pouco e deixou a briga com Muller, Paludo e Feldmann. Lucas Salles, o P5, segurava um pelotão com 5 carros e Enzo Elias fez uma ultrapassagem espetacular sobre Pedro Aguiar e logo subiu pra P6 e esse o Lucas Salles não conseguiu segurar, mas com 3 minutos +1 volta ia ficar complicado chegar na briga da ponta, que teve vencedor inédito, com Christian Hahn, seguido por Marçal Muller e Miguel Paludo. Na sequência, tivemos a corrida da Challenge, com Ayman Darwich e Raijan Mascarello graças ao número do sorteio para a inversão do grid ter sido o “7”, na Challenge e assim os 7 primeiros do sábado tiveram as posições invertidas no grid. Na largada, enquanto Darwich segurava a ponta, Marcio Mauro passava uma promissória por dentro pra comprar a safra de Mascarello que caia pra P3 e depois pra P4, superado por Nelson Marcondes. Na saída da curva 1 / 2 teve uma panca generalizada com vários envolvidos e o diretor de prova, meu camarada, Gomalina, azeitou o Safety Car pra pista. Prejuízo para Christian Mohr e Urubantan Jr. que foram pódio no sábado. Guilherme Bottura foi acertado por Urubatan Jr e esse ainda acertou o carro do ator globêstico (a segunda vogal não era bem essa...), depois que esse aparentemente queimou a largada. Comédia para Gustavo Zanon, que pegou uma placa de publicidade e ficou com a cobertura entolada no aerofólio. O trabalho foi rápido e com 17 na regressiva a prova foi retomada. A briga foi mais divertida do que na Carrera. Daniel Correia passou a colheitadeira de Sapezal em quando Nelson Marcondes tomou a P2. Marcio Mauro perdeu a mão e tomou de Daniel Correia e Raijan Mascarello. Nelson Marcondes foi pra cima e tomou a ponta e na volta seguinte, Daniel Correia também superou Ayman Darwich. Dois furos de pneu e os carros de Marcio Mauro e Rafael Cardoso parados em local perigoso, o Gomalina não hesitou em colocar o Safety Car na pista. A relargada foi pra uma volta apenas e Nelson Marcondes mandou bem, escapou na ponta e foi pra quadriculada, seguido por Daniel Correia e Ayman Darwich. Depois da prova, Daniel Correia tomou uma punição de 5s dos “comissacos” por uma “suposta atitude antidesportiva” contra Ayman Darwich, que subiu pra P2 e Raijan Mascarello subiu pra P3. Correia caiu pra P5. No Velocittà tivemos a segunda etapa da GT Sprint Race, com duas corridas disputadas no domingo, comemorando 10 anos de existência e com narração do meu camarada, o melhor narrador de corridas do Brasil, o Sinestro, na companhia do comentarista, dono do Serrote mais afiado dos autódromos (Como o Sinestro é chegado em atacar de cantor de música sertaneja, dá pra fazer uma dupla: Sinestro e Serrote!). Na corrida 1 a pole position ficou com Diogo Moscato, que marcou primeiro o tempo, sendo igualado – até os milésimos – por Arthur Gama... ambos da PROAM, puxando os 22 carros do grid. O primeiro piloto da PRO, Gerson Campos, largava apenas na P3. Depois de algumas voltas para aquecimento dos pneus, eles largaram para os 20 minutos de corrida com bandeira verde e o pole foi engolido por quem vinha atrás. Caindo pra 4°... e continuou caindo ao longo da primeira volta. Arthur Gama tomou a ponta, seguido de Gerson Campos e Rafa Teixeira. Gama abriu um pouco na primeira volta. Walter Lestes fechou a 1ª volta como líder da AM e Gerson Campos, na P2, liderava a PRO. Diogo Moscato caiu pra 7°. Na volta 3, Lester se envolveu num enrosco com Brendon Zonta e com isso, perdeu a a liderança da AM para Leo Yoshi. Diogo Moscato tentou um início de recuperação, chegando na P5 na volta 5. Gerson Campos se livrou da pressão de Rafa Teixeira e conseguiu atacar e superar Arthur Gama na volta 8, mas o gaúcho não desistiu da briga. A pilotagem defensiva de Gerson Campos juntou os 3 primeiros para os 5 minutos finais de corrida. Um lance surreal aconteceu com os 3 primeiros na volta 12. Gerson Campos deu uma “traseirada” na entrada do ‘saca rolha’ e tomou por fora de Arthur Gama, mas o líder não quis perder a ponta e espalhou na saída da curva, forçando o gaúcho a ir pra grama. Nisso Rafa Teixeira aproveitou pra tentar passar os dois, mas tomou um totozinho na porta e rodou, perdendo muitas posições. Arthur Gama recuperou a ponta no geral e venceu na geral. Gerson Campos na PRO e Alexandre Kauê na AM. Pedro Costa fechou o top 3 na geral. Depois da corrida os “comissacos” enfiaram 20s no tempo de prova de Gerson Campos por atitude antidesportiva e com isso el caiu pra P9 na geral e os 3 primeiros ficaram sendo Arthur Gama, Pedro Costa (vencedor da PRO) e Diogo Moscato. Na GT Sprint Race não tem Nutellinha de grid invertido. São duas classificações independentes e para a corrida 2 a pole foi de Thiago Camilo, com Diogo Moscato na primeira fila, seguido de Arthur Gama e Gerson Campos. Ver o Thiago Camilo nessas corridas é – para mim – como assistir uma briga com bêbado. Se você bate no bêbado, foi sacanagem, porque você bateu num bêbado. Se apanhar, vai ser zoado por ter apanhado do bêbado. E como ele não é de “apanhar de bêbado”, não deu chance pro azar na largada, fez uma linha defensiva e tomou a ponta na curva 1, atrapalhando quem tentou atacar. Melhor para Sérgio Ramalho, que pulou da P5 pra P2. Como teve acidente no final do pelotão após a largada, o Walter Lester e Roberto Possas se acharam e por conta dos detritos na pista, o diretor de prova, amigo do Adoniran, o Ernesto, botou o Safety Car na pista. Bandeira verde e 14 minutos de corrida, Thiago Camilo manteve a ponta na PRO com uma relargada profissional. Arthur Gama, na P3, era o líder da PROAM e Leo Yoshi liderava na AM. Na volta 6 Thiago cometeu um erro e Sergio Ramalho aproximou-se, atacou e tomou a ponta. Com isso Arthur Gama encostou e virou uma briga de 3 novamente, mas com 4 minutos pro fim, o carro de Alexandre Kauê ficou parado em posição perigosa e o amigo do Adoniran botou novamente o Safety Car na Pista. A coisa foi rápida e na relargada Sérgio Ramalho segurou a ponta, mas na abertura da penúltima volta Thiago recuperou a liderança mostrando a diferença do profissional para o amador, mas não foi “de graça”. O pernambucano foi bravo! Arthur Gama, na P3, era o líder da PROAM e Roberto Possas, que bateu na largada com Walter Lester, era o líder da AM. Assim eles receberam a quadriculada. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - A transmissão da Band pisou na bola com a transmissão para a TV, passando apenas a largada e depois deixando a transmissão da corrida para o “aplicativo”, que é pago! Felizmente, ainda transmitem pelo youtube que – por enquanto – é de graça. - Piada da transmissão da Band: no sábado, pegaram o Terrível e o Prosdócimo e jogaram uma imagem de fundo da arquibancada do Autódromo de Goiânia. Ficou tão mal feito que até a patroa comentou! No domingo, a sobreposição de imagem dos dois estava melhor. Aparentemente eles estavam no autódromo, mas eu tenho cá minhas dúvidas. Conheço bem a pista e o local de transmissão, na torre, daria pra fazer uma tomada real. - Apenas para constar: ignorei solenemente o fato da transmissão da corrida pelo canal globêstico (a segunda vogal não era bem essa...). Ninguém merece ver o Nhonho pagando “peitolas”. - Pelas imagens do domingo, a Porsche levou mais público para o autódromo de Goiânia que a Stock Car... o valor do ingresso para a Porsche Cup foi de 50 reais. Tem alguém fazendo a coisa certa e alguém fazendo a coisa errada. Na transmissão, o Prosdócimo informou que entre arquibancadas e camarotes, o público foi de 3.000 pessoas. Pelas imagens, possivelmente correto. - Alguns dos meus leitores me avisaram... mas eu não quis acreditar. Daí eu fui lá no site da Stock Car... o “MEU JESUS CRISTO” (a expressão com 3 palavras não era bem essa...) foi ouvido em toda cidade de Palmas! R$ 600,00!!! Isso mesmo, Seiscentos Reais! Exponencializaram o valor do café com pão de queijo das biroscas do aeroporto e transferiram para o ingresso da corrida. Duas “corridinhas de meia hora” e os caras querem cobrar preço de Fórmula 1. É muita falta de noção. - O TCR é um campeonato continental, por isso não comento as corridas, deixo isso para o meu camarada, Alexandre Gargamel, mas se alguém tem alguma crítica aos diretores de corridas brasileiros, que tal os argentinos? Meu Jesus Cristo (a expressão com 3 palavras não era bem essa...). Felicidades e velocidade, Paulo Alencar Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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