Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesse final de semana tivemos a abertura da temporada do Road to Indy com todas as categorias de base que levam (ou podem levar) os pilotos até à categoria principal na Bela Saint Petersburg, na Flórida. Na temporada 2022 temos apenas um representante brasileiro na disputa por um lugar no topo do automobilismo em monopostos nos Estados Unidos. Campeão da USF2000, primeira etapa na “estrada para a Indy”, encara um novo desafio na PRO2000. A categoria não tem um grid tão grande quanto a categoria de entrada, mas isso não faz da PRO2000 uma categoria menos competitiva. Pelo contrário! São 16 pilotos, alguns deles, também vindos da USF2000, mas também há remanescentes da temporada 2021 e estes tem uma vantagem de conhecerem melhor o equipamento. Para os novatos, a disputa começa do zero. Na quinta-feira os pilotos tiveram o primeiro contato com o circuito em um treino livre de 30 minutos. Kiko Porto completou 21 voltas, sendo a melhor em 1m10.966s, ficando com a P10, 533 milésimos atrás do mais rápido, Nolan Siegel (que era da mesma equipe na USF2000). 14 dos 16 pilotos ficaram no mesmo segundo, apontando para um grande equilíbrio entre os competidores. Na manhã da sexta-feira tivemos o treino de classificação e era a hora de fazer a diferença no cronômetro e conseguir um bom lugar de largada para a corrida que aconteceria algumas horas depois. Kiko Porto conseguiu melhorar seu tempo em relação aos outros competidores e marcou o 7° melhor tempo, 554 milésimos atrás do pole position, Josh Green. Com isso largaria na quarta fila. Pouco mais de três horas após o treino 15 dos 16 competidores foram para o pitlane se preparar para a largada. Christian Brooks não conseguiu alinhar para a corrida 1 por problemas sofridos ainda no treino classificatório. Os carros saíram dos pits e seguiram por uma volta atrás do safety car para então se alinharem dois a dois e ser dada a largada com as bandeiras verdes sendo agitadas para as 25 voltas programadas. Kiko Porto fez uma largada segura, manteve-se longe de ataques e segurou a P7 ao final da primeira volta. O piloto brasileiro veio na balada do 6° colocado, Waytt Brichacek, mas Reece Gold, o P8, não estava distante. Com o passar das voltas nosso representante foi perdendo contato com o carro à sua frente e começou a ser pressionado por seu perseguidor, que não é novato na categoria, assim como Brichacek. Apesar da pressão, não é fácil ultrapassar em St. Pete. Até a metade da prova as posições pouco se alteraram, até que Waytt Brichacek errou e perdeu algumas posições. Melhor para Kiko Porto que subiu para P6, mas ainda trazia Reece Gold colado em sua caixa de câmbio. Faltando 10 voltas para o final um movimento interessante começou a ocorrer: os carros mais atrás na prova foram para os pits trocar pneus. Como o grid da corrida 2 é definido pela melhor volta em prova na corrida 1, era uma chance de, com o carro mais leve e pneus mais novos, melhorar a condição de largada para a corrida do sábado. Os primeiros não seguiram essa tática – Kiko Porto entre eles – e procuraram fazer suas melhores voltas com aquele jogo de pneus com o qual largaram. Quando assumiu a P6, o brasileiro estava 4s atrás de seu companheiro de equipe. Ele conseguiu reduzir esta diferença para 2,8s, mas no final, terminou 3,2s atrás, após Nolan Siegel fazer a volta mais rápida da prova e ficar com a pole para o dia seguinte. A tática dos pneus novos não funcionou, mas Kiko Porto ficou apenas com a 7ª melhor volta. Novo dia, novo horário – cedo pela manhã – mas a mesma posição de largada do dia anterior. Sendo a segunda corrida e largando novamente em 7° Kiko Porto tinha a obrigação de fazer uma corrida mais agressiva e tentar uma posição melhor ao final das 25 voltas da corrida 2. mesmos procedimento da corrida 1 e, após uma volta atrás do safety car, eles alinharam para receber a bandeira verde. Novamente Kiko Porto fez uma largada segura, mantendo-se a salvo de contatos, mas já partiu pra cima e no meio da primeira volta superou Enaam Ahmed, que largou imediatamente à sua trente para assumir a P6. O piloto de origem paquistanesa não se deu por vencido e buscou a recuperação na volta seguinte. Kiko pPorto sofreu o golpe e caindo para 7°, perdeu terreno, passando a ser ameaçado por yuvem Sundaramoorthy, mas logo retomou o ritmo. Na volta 4 Salvador De Alba provocou uma bandeira amarela depois de ficar sem asa no final da curva e deixar detritos depois da curva 1. A bandeira amarela agrupou o pelotão e deu uma nova chance ao piloto brasileiro. Após duas voltas em bandeira amarela tivemos a relargada e Kiko Porto foi pra cima, deixou o P8 pra trás e partiu para o ataque. Josh Green foi para os pits e Kiko Porto subiu para 6°, buscando Ahmed, que superou Waytt Brichacek, que passou a ser atacado pelo brasileiro. Brichacek estava lento e segurava nosso piloto, mas dentro da corrida ainda havia a necessidade de cuidar dos pneus, que mostraram um consumo excessivo na corrida 1. Na metade da corrida, Kiko Porto estava 1s atrás do 5° colocado e não parecia ter ritmo para atacar. Na volta 16 Enaam Ahmed ficou no muro e chamou a segunda bandeira amarela da corrida. Bom para Kiko Porto que subiu para P5 e teria o pelotão agrupado novamente. O serviço demorou, mas na relargada, na volta 20, Kiko Porto foi perfeito e superou Waytt Brichacek, deixando o adversário para trás e partiu pra cima do P3, Braden Eves, mas na na volta seguinte ele já não acompanhava briga pela P2. Kiko Porto terminou a segunda corrida na quarta posição, que junto com a P6 do dia anterior fez com que o brasileiro somasse 34 pontos, saindo de St. Petersburg na 5ª colocação do campeonato, 16 pontos atrás de Nolan Siegel, o líder e vencedor da corrida 2. A etapa seguinte Será em Barber, no final de abril, mas antes disso, todos terão dois dias de treinos no mesmo circuito, dias 21 e 22 de março. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |