Caros Amigos, feriados no meio da semana costumam ser uma válvula de duas vias no mercado financeiro: ou servem para frear quedas indesejáveis, nem sempre provocadas por fatores econômicos e mercadológicos, mas muitas vezes por fatores políticos e não necessariamente lógicos. No caso deste feriado, ainda pesa sobre meus ombros o fato de hoje estarmos lembrando do fatídico 1° de maio de 1994, onde há 25 anos falecia (na pista e ninguém jamais vai me convencer do contrário) Ayrton Senna da Silva, na época o piloto mais importante do automobilismo mundial. A coluna não tratará deste assunto, fazendo um misto de homenagens e lamentos pelo ocorrido. Certamente meus estimados leitores terão oportunidade de ler sobre o assunto, com lembranças, depoimentos, lágrimas e tudo o que a mídia tem direito para explorar este dia e atrair visibilidade. A nós, nossos eternos votos de respeito para a família e amigos que foram privados de seu convívio. Falemos então de presente e futuro, o segundo uma coisa sempre desafiadora uma vez que ainda não conheço um meio de prever os fatos que irão acontecer com precisão matemática como, penso eu, todos gostariam. Contudo, temos condições de ao menos entender a direção em que certas coisas podem se desenvolver com o desenrolar dos fatos recentes. Se não temos a precisão que desejamos, talvez consigamos ao menos uma boa ideia. Há algum tempo, uma coluna do meu primo, Mauricio Paiva, aqui no site dos Nobres do Grid, criticou o fato da emissora detentora dos direitos de transmissão da Fórmula 1 ter feito uma mudança na sua forma de transmitir a etapas da categoria que afetou o canal por assinatura que a mesma detém, onde a corrida era passada em um horário alternativo, com outros narradores e comentaristas e onde havia uma programação pré-corrida e após a bandeirada tínhamos todas as entrevistas na pista, a conversa na sala de descanso antes do pódio, as entrevistas no pódio e na sala de conferências, uma verdadeira transmissão, como as coisas devem ser. Para 2019, além das mudanças no canal de sinal aberto, onde na última corrida nem o pódio mostraram para voltarem com a “programação normal” de reprises e fatos futebolísticos do programa de esportes dominical da emissora, a apresentação destes momentos que todo fá de automobilismo gosta de assistir também foi privada no canal por assinatura, bem como a opção de termos narradores e comentaristas diferentes. Talvez, quem sabe, alguém na emissora leu a coluna do Mauricio e desde o último GP, no Azerbaijão, a corrida e toda esta programação pré e pós-corrida foi disponibilizada em um aplicativo pela internet, no portal do grupo de comunicação, na área de esportes. Se não é o melhor dos mundos, ao menos foi dada uma alternativa. Mas o ponto em questão vai mais além. Os chamados “serviços de Streaming”, uma plataforma na internet para transmissão de eventos esportivos vem ganhando força com a mesma velocidade em que a comunicação eletrônica avança em nossas vidas. Com tendência de se tornar tão dominante quanto a TV nas transmissões esportivas nos próximos anos, as plataformas de streaming começam a mostrar números impressionantes, mesmo com as grandes emissoras de TV reforçam o poderio na cobertura jornalística das principais competições esportivas do mundo. No último ano o streaming melhorou sua qualidade, ganhou investimentos e vem aparecendo como a nova tendência na forma de consumo de eventos ao vivo, especialmente com os esportivos. O usuário pode agora escolher entre assistir no computador, smartphone e qualquer outro dispositivo móvel, além da própria tv (puxando o famoso cabo HDMI de um pc). E a melhor parte: esportes que não possuíam espaço na mídia conseguem encontrar seu público. Uma boa parte dos serviços vem sendo disponibilizados de forma aberta (gratuita) para os que fazem cadastro e assistem os programas por este meio. Outros, contudo, cobram assinaturas, como em alguns canais específicos da grade de programação das operadoras deste tipo de transmissão de sinal de televisão. Por enquanto, ao menos, as transmissões da programação de corrida da Fórmula 1 pelo aplicativo da emissora. Em alguns casos, o acesso apenas pode ser feito por meio de smartphones. Há algum tempo vinha sendo falado que, cedo ou tarde, as transmissões de determinados eventos esportivos deixariam a grade das emissoras de televisão com sinal aberto e passariam para as emissoras com sinal por assinatura. Este processo migratório chegou a ter início, mas ao que parece o processo foi “atropelado” por um novo meio de comunicação. Nos dias de hoje, um piscar de olhos virou “super slow”... e é bom tentarmos acompanhar esta velocidade que se apresenta para não ficarmos para trás. Um abraço e até a próxima, Fernando Paiva
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