Um mês após o anúncio de que Carlos Col formaria o Conselho da Stock Car ao lado de Fernando Altério e de outro nome a ser indicado, o diretor da Vicar, Rodrigo Mathias, que estava à frente da categoria desde o início de 2017, se demitiu. Era pedra cantada, como dizem os jogadores de dominó. Ao ter de se reportar ao Conselho, justamente onde estará o principal resgatador da Stock Car, ele perdeu poder de decisão e sentiu que estava na corda-bamba. Antes de ser defenestrado, preferiu a saída pela direita, situação que passaram a chamar de renúncia, termo que, gramaticalmente, está correto, mas na prática todos sabemos que quer dizer demissão mesmo. Para ser sincero nunca tive qualquer contato com ele. Somente uma vez uma amiga jornalista disse ter comentado sobre o meu Guia da Stock Car e ele se mostrou interessado em republicar e disse que gostaria de conversar comigo. Com autorização, ela me passou o telefone dele e pediu para ligar depois das férias. Fiz, mas nunca recebi uma resposta sequer. Mandei um recado pelo Whats App e nada. Desisti. Carlos Col volta a ter nas mãos o poder de controle sobre a Stock Car com o desafio de alavancá-la como negócio. Agora leio que ele fez várias lambanças no comando da Stock Car e que desagradaram chefes de equipes, pilotos e patrocinadores. Pelo que vi, conseguiu ser unanimidade e agora sai sem deixar saudade. Dizem alguns amigos da categoria: já vai tarde! Não quero chutar cachorro morto, como se diz na linguagem popular, e agora teremos de esperar para ver quem será contratado para o importante cargo, que requer além de muito jogo de cintura, capacidade administrativa, pois como um braço da T4F, a Vicar tem de dar lucro como dão os shows trazidos pela empresa-mãe. Esse lucro deveria vir, de preferência, sem o aumento de taxas de inscrição, sem cobrar das equipes determinados valores e por aí vai. A busca por novos patrocinadores deve ser a base da nova administração, que tem de contar com bom trânsito entre os donos de equipes. Isso Col sabe muito bem fazer, pois exercia funções para eles, e será de fundamental importância para quem assumir o cargo. Outro ponto essencial é mais ouvir do que falar e agir mais do que assinar papeis que impliquem no aumento de custos das escuderias e dos pilotos. E vejam que não tenho nada a ver com as equipes. Fernando Altério, da T4F, que fatura milhões com shows, quer melhores resultados com a Stock Car. Difícil? Sem dúvida alguma, por isso esse cargo requer habilidades que poucas pessoas possuem. Essencial seria ter alguém que conhece o meio das corridas e não um paraquedista vindo de área totalmente diferente e sem qualquer ligação com o automobilismo que, como todos os setores, tem seus jeitos e trejeitos. Estamos acompanhando o anúncio dos ministros do novo presidente da República, Jair Bolsonaro, e temos visto muitas indicações políticas de gente que pouco, ou nada entende de determinados setores, mas estará à frente de muito dinheiro (nosso dinheiro, claro!). Enquanto os ministros não precisam correr atrás de grana, o novo diretor, CEO ou seja lá o nome que derem ao cargo agora vago, precisará juntar e fazer grana para manter o negócio Stock Car e seu emprego. Milton Alves
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