Foi simplesmente sensacional a nona e última rodada dupla da segunda temporada da vida da Copa Truck. Na Grande Final, que fez juz ao nome, foram duas corridas repletas de adrenalina e o título ficou com o primeiro vencedor da categoria: Roberval Andrade, que juntou essa às duas conquistas da extinta Fórmula Truck e se aproximou de Wellington Cirino, que tem quatro, e de Felipe Giaffone, o maior de todos, com cinco, quatro na FTruck e um na Copa Truck. Em tempo, Roberval derrubou minha, como sempre digo falível, previsão de que Giaffone era o favorito. Roberval guiou como nunca seu Scania e contou com problema no turbo do caminhão Volkswagen de Giaffone na primeira corrida do dia, quando o adversário liderava até com certa folga (mais de 4 segundos) e perdeu a vitória nas últimas voltas. Azar de Felipe, sorte, trabalho e competência de Roberval. Na segunda corrida, Giaffone teve de ir para os boxes resolver o problema no turbo e do sétimo lugar, onde largaria com a inversão do grid, foi para a última posição. Enquanto ele dava seu costumeiro show de ultrapassagens até chegar às primeiras posições, Roberval corria com o olho no retrovisor e as informações da equipe no rádio. E fez tudo certinho, até mesmo ao não brigar com Giaffone, que vinha com a faca nos dentes, nas voltas finais, quando um segundo lugar já lhe asseguraria o tricampeonato de caminhões. Como Cirino, o terceiro colocado, estava muito longe, deu tudo certo e ele festejou mais um título. Antes disso, Roberval ainda ameaçou atrapalhar Felipe para ele conquistar o título com uma vitória, mas foi convencido pela equipe que não valeria a pena colocar em risco a inédita conquista por mais uma vitória. Deu certo e o que entrou para a história foram as excelentes e limpas brigas entre os dois primeiros colocados e várias outras nas posições intermediárias. Em resumo, os pilotos e as equipes superaram os problemas relatados na coluna anterior no Autódromo de Curitiba e levaram o público ao delírio. Eles passaram por cima de tudo e fizeram a parte que lhes cabia. Bom para o esporte e para os fãs do automobilismo. Uma pena mesmo foram os problemas que perseguiram André Marques. Ele desembarcou em Curitiba com a liderança na Grande Final. Fez uma boa largada, mas problemas na direção hidráulica acabaram por tirá-lo na metade da primeira corrida e, depois de retornar, teve de abandonar de vez. Triste ver um piloto que brigou o ano inteiro pela vitória e liderou o grupo de finalistas, abandonar. Decepcionante, mas é claro que ele não teve culpa. Vamos jogar na conta de coisas do automobilismo. Agora vamos esperar para ver os rumos que tomará a Copa Truck em 2019, que será sua terceira temporada de existência. Veremos como o administrador da categoria, Carlos Col, fará para conciliar esse trabalho com o que recentemente assumiu na Stock Car. Particularmente, vejo um ano de muito trabalho, seguidas viagens e grande desgaste físico e mental. Col tem tudo para superar essas naturais dificuldades e dar sequência ao que executou na Truck e retomar seu trabalho na Stock Car. Como ser profeta não é um dos meus dons, como vocês viram neste ano, o que nos resta é esperar pra ver. Milton Alves
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