O ano de 2015 apenas está se iniciando, e com isto as vagas nos cockpits de diversas categorias do automobilismo internacional estão sendo firmadas para a temporada. Com a bandeira brasileira sempre marcando presença nos principais certames, apesar de não ser mais em número tão expressivo, alguns de nossos representantes já estão garantidos nas categorias de base para a Formula 1. O primeiro caso aqui abordado é de André Negrão na GP2 Series. Jovem paulista de 22 anos, está na Europa competindo regularmente desde 2010, na World Series by Renault, galgando os degraus do aprendizado nas categorias de formula da montadora francesa junto a equipe International Draco. No ano passado Negrão competiu pela primeira vez na categoria que serve como último estágio antes da Formula 1 (ou nem tanto, vide os últimos campeões), correndo pela cambaleante Arden, time pelo qual os brazucas Luiz Razia e Bruno Senna já competiram anos atrás. Cambaleante, pois a equipe de Banbury as vezes se dá bem, como os casos dos anos de 2005 (segunda colocada) e 2012 (terceira), outras nem tão bem, 2011 terminara apenas na singela 11ª... e neste ambiente instável, André teve de superar as adversidades ao mesmo tempo em que adquiria experiência com o bólido da GP2.
André Negrão (Draco) nas atividades de pré-temporada do WSR, em 2012 - Foto: Paolo Pellegrini Prova disso é a drástica evolução do piloto, o qual pontuou apenas nas 4 últimas etapas, chegando na zona de pontos em 6 das 8 provas na reta final de 2014, e com isso somando 31 pontos. E em Abu Dhabi andaram atrapalhando a vida dele... mas é vida que segue e contrato renovado para quem sabe voltar com a Arden aos pódios e briga por títulos de outrora.
André Negrão (Arden) na última etapa da GP2 2014, em Abu Dhabi. Outro brasileiro confirmado este ano é o paranaense Pietro Fantin, de 23 anos. Assim como Negrão, Pietro compete desde 2010 pelo Velho Continente, e encontrou certo espaço para explorar no World Series, outra coincidência. E que tal mais uma? Fantin correu ano passado e renovou contrato com qual equipe na 3.5? Sim, também com a Draco International. O fato interessante, e importante para auxiliar na renovação do nosso automobilismo no cenário internacional, é o chefe de equipe do time: Guto Negrão. O ex-piloto assumiu a esquadra italiana em 2012, e desde então reatou a receita de sucesso ítalo-brasileira. Afinal, Felipe Massa (2001) Augusto Farfus (2003) foram campeões na Formula 3000 junto ao time de Bérgamo, além de Rubens Barrichello em 1990, competindo na Euroseries Opel.
Pietro Fantin (Draco) em ação na sétima etapa do WSR, outra foto de Hungaroring, 2014. Fantin está indo pelo outro caminho rumo a F1, um dos que mais tem dado visibilidade e efetividade na conquista de uma vaga na categoria máxima do automobilismo mundial, vide nomes como Kubica, Kobayashi, Bottas, Vettel, etc.. Esta será sua terceira temporada completa na 3.5, e promete ser bem interessante, pois agora o paranaense possui experiência e conhecimentos necessários para alcançar regularmente o pódio, além de contar com a estrutura de uma das equipes mais tradicionais das categorias de base do automobilismo europeu. E há mais pilotos de nossa amada pátria certos de correrem no Velho Mundo, mantendo a tradição e as esperanças dos entusiastas do esporte motor nacional de vermos a bandeira verde e amarela tremulando nos pódios pelo mundo a fora. É o caso de Henrique Baptista na Euroformula Open, sucessora da F3 Espanhola. Baptista fará a sua segunda temporada nesta categoria, saindo da DAV Racing para a tradicional Campos Racing. Ainda como F3, Ricardo Maurício fora campeão em 2003. Largada da Euroformula Open, em Barcelona 2014. Na Formula 4 Alemã teremos a presença de um dos finalistas da Seletiva Petrobrás 2014, Mauro Auricchio. No ano passado ele disputou a Formula 3 Brasil, pela RR Racing, porém competindo em metade do campeonato na divisão Light e a outra metade na principal. Este ano ele estreará na Europa no Team Scheider, do bicampeão (2008 e 2009) do DTM Timo Scheider, e será também a temporada inaugural do campeonato, aliás a Formula 4 e sua “fórmula” parecem estar dando muito certo, ao contrário da F3, que o diga a terra da Rainha...
Mauro Auricchio alinhado no grid da F3 Brasil, em Goiânia 2014. Foto: Glauco Guerin/P1 Filmes Por falar das ilhas bretãs, o BRDC Formula 4 contará novamente com a esquadra e carros nas nossas cores, a Petroball Racing. E os dois open-whells do time contarão com a revelação da categoria no ano passado, Gaetano di Mauro, e o jovem promissor Enzo Bortoleto, estreante nos monopostos na última temporada, na qual competira o torneio de inverno do BRDC Formula 4 e algumas etapas da co-irmã F4 Sulamericana. Nas próximas semanas deveremos ter mais nomes brasileiros sendo confirmados, além de outros que por ventura posso não ter aqui nesta matéria relatado. De toda sorte, vale a pena ficar ligado e acompanhar a trajetória deste jovens talentos, futuro do esporte do qual tanto amamos. Saudações, agora em São Paulo. Fabiano Esteves.
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