Caros amigos, “habemus Indy”! “Habemus Indy”? Antes mesmo do final do ano passado, corriam rumores de que não haveria etapa brasileira da Fórmula Indy em 2014, rumores estes que mostraram-se ser verdadeiros quando surgiram as notícias das dificuldades financeiras e dos cortes que seriam feitos no Grupo Bandeirantes, e que ganharam o importante reforço da decisão do prefeito Fernando Haddad, que cortou a ajuda financeira ao evento, mas que continua apoiando as etapas do WEC e da F1. O maior problema da emissora não era simplesmente não ter onde ou como fazer a corrida, mas um contrato assinado com a IMS, comprometendo-se a realizar a etapa brasileira até 2019... e a Bandeirantes teria que pagar uma multa milionária, fora o processo que nos Estados Unidos correm mais rápido e tem penas mais duras do que as coisas como acontecem por aqui. A Bandeirantes não conseguiu fazer a etapa deste ano, mas comprometeu-se a realizar as demais (serão 5) tendo um novo local para as provas: o reformado autódromo internacional de Brasília. Só tem um problema: a reforma sequer começou! No final do ano passado, nosso editor chefe esteve com o presidente da CBA em Recife e na conversa entre eles o presidente afirmou que os trabalhos para a reforma do autódromo de Brasília teriam início logo no começo do ano. O ano começou e nada aconteceu. Era para o edital de licitação antes de fevereiro... não saiu! Tinha prazo para começar as obras até o final de março... não começaram e assim, de promessas em promessas, de adiamentos em adiamentos a “novela” continua. O autódromo foi colocado no pré-calendário do mundial de moto velocidade para 2014, que tinha o dia 28 do mês de setembro como data. É claro que a Dorna não esperou para ver as falácias dos políticos brasileiros (sim, porque não se pode jogar na conta da CBA as nebulosas relações políticas da capital federal, que independente do partido, continuam nebulosas) e cancelou a prova. A última promessa é de que a reforma terá início no segundo semestre deste ano, segundo o governador Agnelo Queiroz, que mais do que um autódromo, “o espaço será mais uma arena multiuso para que a cidade ganhe dinheiro permanentemente, entre os quais, a Fórmula Indy em 2015.” O projeto com que o governo trabalha no momento prevê a alteração do traçado por questões de segurança, reduzindo o tamanho da pista dos atuais 5,2 km para 5,1 km. “Depois das alterações na pista, faremos boxes e, posteriormente, construiremos arquibancadas definitivas”, explicou Queiroz. “Com essa reforma, teremos um dos autódromos mais modernos do Brasil e poderemos receber até a F1”, completou o mandatário do governo local. Após o anuncio do acerto com a Indy, Maruska Lima, diretora de Obras Especiais da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) afirmou que o edital só será lançado após a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) avaliar as transformações propostas para o autódromo, o que está previsto só para maio. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, só na enrolação... e aí sai o valor da fatura: 300 milhões reais! 200 Km distante dali, em Goiânia, o autódromo está sendo igualmente praticamente reconstruído por 10% deste valor! Uma coisa é preciso ser levada em consideração, que é o fato de que Brasília terá a estrutura de um autódromo FIA 1 e isso requer investimentos muito maiores do que o investimento em um autódromo FIA 3, como é o caso da estrutura de Goiânia. Contudo, diante do que aconteceu naquele “paliteiro” que fica ao lado do autódromo candango (o estádio de futebol da copa da FIFA), o risco deste custo extrapolar esta cifra, já bastante alta, é enorme! Outra coisa é o argumento “tecnicamente aceitável” da construtora responsável pela obra, que argumenta a diferente natureza das obras. No caso de Goiânia, a reforma prevê a troca completa do pavimento, substituição dos boxes, remodelação completa da torre de cronometragem e a construção de uma pista de arrancada, além da edificação de um parque, com pista de skate e de patinação. No caso do autódromo de Brasília, o projeto prevê um novo traçado (mais ou menos, serão alguns complementos e melhorias) da pista com quatro opções de circuito, um kartódromo, novas edificações, estacionamentos e toda a infraestrutura necessária a eventos de grande porte. Honestamente, eu só acredito vendo! Enquanto isso, no balcão do cafezinho... Dentro no amontoado de coisas que os pilotos da Fórmula 1 estão tendo que aprender – ou reaprender – a fazer uma delas está sendo o uso dos freios... justamente os tais que viraram motivo de chacota – para uns – e de extrema irritação e inconformismo – para outros. Este, no caso nosso querido Macarroni, que foi abalroado pelo Kamui – Kamikase – Kobayashi. Pior do que ter que lidar com possíveis problemas de freio, que estão ligados com o software de acumulação de energia e que, quando carregado, deixa de acumulá-la, aparentemente altera o comportamento, tanto do pedal como dos discos nas rodas, mostrou-se motivo de preocupação por parte de quem não está dentro co cockpit. Adrian Newey vem questionando, desde os testes da pré-temporada, se os novos bicos seriam realmente seguros. Nem tanto pela resistência estrutural, mas pelo design, que poderia fazer com que os carros “encaixassem” uns nos outros, preocupação partilhada pelo japonês depois de ver as imagens do acidente. Talvez “Dona FIA” tenha que tomar uma atitude antes do início da temporada de 2015, quando deverão ser colocadas novas regras com relação à parte frontal dos carros. Assunto da coluna do nosso querido portuga este mês, o já não existente ronco – agora assobio – dos motores turbo vem dividindo opiniões no paddock. O tetra campeão, Sebastian Vettel, em entrevista a jornalistas ingleses, não fez rodeios e disse que o som dos atuais motores da categoria “é uma merda”! Afirmando que um bar lotado produz mais barulho do que os motores da Red Bull. Por outro lado, Jenson Button, campeão de 2009 e piloto da McLaren, sair em defesa do novo regulamento da F1, rebatendo as críticas que tem ouvido de colegas – e mandando uma indireta no melhor estilo britânico para Sebastian Vettel – ponderando que, na hora da vitória, ninguém lembra o som dos carros! E emendou: “Se você não está feliz, vá correr de outra coisa”. Depois da corrida da Malásia, onde ninguém foi punido por conta do famigerado fluxômetro, as coisas bem que poderiam estar mais calmas... mas não estão! Christian Horner, chefe da Red Bull, acha que, em provas futuras, outras equipes possam ser punidas pela FIA por conta de problemas com os sensores de fluxo de combustível, o que acabaria por decidir os resultados das corridas. O novo regulamento determina que a taxa de fluxo de combustível não pode passar de 100 kg/h, sendo que o controle desse número é feito por sensores homologados pela FIA, mas operados pelas equipes. Horner argumenta que é preciso encontrar um método confiável para medir o fluxo de combustível, especialmente porque mesmo com uma margem é pequena de variação a alteração de performance é significativa, com o motor gerando cerca de 6cv por Kg de combustível medido no fluxo. 5% neste caso, de 100 para 95 Kg/h significam uma perda de 30cv. A Red Bull vai continuar batendo nessa tecla e torcendo para que outras equipes venham a ter problemas para que ela possa usar este argumento no recurso impetrado para recuperar os pontos de Daniel Ricciardo, punido por “excesso de consumo” no GP da Austrália. Contudo, em Sepang, ninguém teve problemas. O maior concorrente do Ron Dennis no “troféu carranca” da F1, o Assessor para Assuntos Aleatórios da Red Bull, Helmut Marko – falando ao jornal alemão ‘Bild’ – engrossou o discurso e deu um ultimato à Renault. “Se não tiver uma melhora notável em dois ou três meses, vamos, definitivamente, conversar sobre uma alternativa”. O interessante é saber que “alternativa” seria essa: afinal, a Mercedes – e muito menos a Ferrari – iriam fornecer ao inimigo comum e “calo no sapato” dos últimos anos um motor melhor do que os franceses e nem esperar que a Honda adote uma segunda equipe a curto prazo. Isso faz pensar na real possibilidade de uma volta da Toyota – como fornecedora de motores – à categoria. Contudo, por enquanto, as preocupações da Toyota estão voltadas para o WEC, que também sofreu grandes mudanças em seu regulamento e, terminado o primeiro teste coletivo, realizado em Paul Ricard, tanto os japoneses quanto os alemães da Audi já tem com o que se preocupar: O Porsche 919 foi o mais rápido na bateria de dois dias de testes realizados! Com Brendon Hartley, o carro #20 registrou sua melhor marca em 1min41s289 e ficou à frente de Audi #2 guiado por André Lotterer, que cravou 1m42s073. Os parceiros de Hartley, Timo Bernhard e Mark Webber também conseguiram rodar abaixo da marca de 1min42s ao longo do primeiro dia de exercícios na pista francesa, que também colocou seu segundo carro entre os 3 primeiros, com o trio Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb. O Toyota de Alexander Wurz, Stéphane Sarrazin e Kazuki Nakajima fez o quarto melhor tempo, deixando o carro numero #1 da Audi, de Lucas Di Grassi, Loïc Duval e Tom Kristensen, ainda na casa dos 1m42s. O segundo carro da Toyota, Anthony Davidson/ Nicolas Lapierre/ Sébastien Buemi, ficou a mais de 1s de diferença. Ainda é cedo para se querer prognosticar alguma coisa e ninguém tinha dúvidas de que a Porsche não viria pra brincadeiras. Agora, que eles iriam chegar enfiando tempo nas já estabelecidas Audi e Toyota talvez fosse um pouco de otimismo demais. E seguindo na linha do otimismo, o “homem do veto”, Luca di Montezemolo, foi até a Inglaterra chorar suas mágoas junto ao bom velhinho. O presidente da Ferrari diz estar preocupado e quer evitar que a categoria perca interesse do público, por focar mais aspectos técnicos, como em economia no consumo de combustível dos carros e em equipamentos eletrônicos, do que com a competição entre os melhores pilotos do mundo. No próximo final de semana, durante o GP do Bahrein, Montezemolo e Ecclestone se reunirão com o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Jean Todt, para “encontrar soluções” para a categoria nesse início de ano e eu duvido que Dietrich Mateschitz, presidente da Red Bull não vá querer meter a colher no assunto, uma vez que tem 4 carros no grid e anda reclamando tanto quanto os outros. Vão “encurralar” o Jean Todt, que tem apostado no futuro com uma “FIA ecologicamente correta”! Quem não pode perder as esperanças e o otimismo com o que pode acontecer no futuro é Corinna Schumacher. O marido, o eterno piloto e grande ídolo germânico, Michael Schumacher está há mais de 100 dias em estado de coma, internado em um hospital nos Alpes. Especialistas do mundo inteiro, convidados a opinar sobre o quadro clínico do paciente apontam a recuperação como algo “muito difícil” ou “pouco provável”. A fonte – que não é das mais confiáveis, visto que foram tabloides ingleses – noticiaram que a esposa de Schumacher teria investido 10 milhões de libras para transformar parte da residência da família numa instalação hospitalar para que ele seja transferido e ainda assim fique com todo o suporte possível. Ainda segundo a fonte, Schumacher teria perdido cerca de 25% do peso, estando atualmente com pouco mais de 50 Kg. A assessora da família, Sabine Kehm, como sempre, negou tudo e nós, fãs ou não de Schumacher, continuamos na ignorância da escuridão. A Williams anunciou no começo da semana a venda de todo o seu setor de sistemas de recuperação de energia para a GKN Land, empresa que tem sede em Worcestershire, na Inglaterra, e que fornece diferentes unidades de alimentação e motorização para veículos industriais destinados para a agricultura, mineração e construção. O time inglês não revelou o valor exato das negociações, mas disse que foi um negócio de milhões de libras. Na nota enviada à imprensa, a Williams informou que o departamento que passou para as mãos da nova companhia será rebatizado de GKN Hybrid Power e que, pelo contrato, ela vai receber uma renda adicional com base nas vendas futuras e licenciamento de tecnologia no armazenamento de energia cinética. O trabalho que veio sendo desenvolvido desde 2009 tinha como um dos objetivos o desenvolvimento do Kers para a F1, mas sem deixar de mirar o setor automotivo comercial, além de outras categorias. Foi a Williams que forneceu a tecnologia para os Audi R18 e-tron quattro, campeões do WEC em 2013, além de outras marcas. Todo mundo viu – e ouviu – o que aconteceu nas conversas de rádio entre a Williams e seus pilotos (ou pelo menos parte). A reunião depois da corrida deve ter sido quente e muitas toalhas molhadas usadas nos pescoços, cabeças e línguas para um melhor controle da temperatura. Independente de tomar partido – pachecosamente – em favor do Macarroni ou em favor do “frangote”, como o narrador da TV por assinatura se referiu ao Bottas, confesso estar curioso para ver o primeiro treino livre nesta sexta-feira no Bahrein. O motivo? Pode ser “viagem” da minha cabeça, afinal, pelo que foi dito, seria o Bottas a ceder o carro, mas eu prefiro esperar. Felipe Nasr vai pilotar o FW36 na primeira sessão de treinos para o GP do Bahrein, o terceiro da temporada 2014 da F1, pista onde já pilotou o carro da equipe, no último dia de atividades em Sakhir, em que registrou o quarto melhor tempo. Este é o primeiro dos 5 dias programados para Felipe Nasr andar com o carro da equipe, inicialmente informado que seria no carro 77, mas depois do ocorrido, caso a equipe venha a dar razão ao finlandês e tirar Felipe Massa do carro, o que aconteceria? Felipe Nasr não se manifestou sobre nada do ocorrido no domingo em Sepang. Ele vai ter muito o que fazer um vez que, além do treino livre da manhã de sexta-feira, será no Bahrein a abertura da temporada da GP2, na qual o brasileiro defenderá, mais uma vez, a equipe Carlin. Dando uma lida pelos sites de automobilismo como sempre faço, dei de cara com um dos maiores do seguimento colocando como manchete que as nababescas obras dos boxes da reta oposta, que custariam o preço de se fazer um autódromo novinho em folha, foram para o vinagre. Para nós, aqui no site dos Nobres do Grid e para os nossos leitores isso é notícia velha! No melhor estilo do “oráculo” Américo Teixeira, a ‘chefia’ informou sobre a mudança de planos há mais de 3 meses, quando colocou o sorridente presidente contra a parede e ele entregou várias ações que foram acontecendo (outras não, como o tema da coluna) com o passar dos meses... e outras que não estão acontecendo por conta da politicagem, tema central da coluna. Outras coisas que foram faladas pelo cabelinho de algodão doce foi o projeto de barateamento da Fórmula 3 para um campeonato apenas brasileiro e a “nova” Fórmula 4, com caráter continental. O Brasileiro de Fórmula 3 terá 16 carros largando na abertura em Tarumã, um número que há muito não era alcançado. Contudo a Fórmula 4, que terá sua primeira etapa em Mercedes, no Uruguai, terá apenas 8 pilotos no grid, sendo 3 uruguaios, 3 brasileiros e 2 argentinos. Vamos ver se os promotores da categoria conseguem fazê-la crescer. Um abraço e até a próxima, Fernando Paiva. |