E tudo vai continuar igual... Print
Written by Administrator   
Monday, 14 January 2013 08:14

 

Caros amigos, na próxima sexta-feira, dia 18 de janeiro vai acontecer a eleição para presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Da mesma forma como ocorreu nas eleições anteriores (ao menos nas duas últimas com certeza) teremos uma eleição de chapa única para o período 2013/2016, com o nome do atual presidente, Cleyton Tadeu Correa Pinteiro, à frente.

 

O estatuto da entidade reza que, uma chapa para poder ser homologada, necessita – obrigatoriamente – estar respaldada por pelo menos 05 (cinco) federações estaduais. Contudo, este tipo de exercício democrático fica inviável quando uma grande maioria (até onde apuramos, mais de 15 federações já manifestaram  apoio ao atual presidente).

 

No final do ano passado, o Site dos Nobres do Grid apurou que estava ocorrendo um movimento entre alguns presidentes de federação no intuito de manter o atual modelo de apoio (em bloco) para uma proposta de projeto de gestão para a CBA, assim como foi quando da apresentação da candidatura de Cleyton Pinteiro (“Por uma CBA de verdade”), porém, com outro nome encabeçando a chapa, nome este que ainda vinha sendo discutido. Pelo visto, o projeto não foi adiante.

 

Ao longo de seu primeiro mandato, Cleyton Pinteiro enfrentou severas críticas por parte de imprensa (normal) e também de parte dos que começaram apoiando, chegando até a haver uma tentativa de impeachment por parte de um dos seus vice-presidentes, que acabou não ocorrendo. Também tivemos pessoas que se afastaram da administração da atual gestão por discordar dos métodos aplicados na mesma.

 

Não bastassem estes problemas internos, problemas externos também marcaram os quatro anos de gestão de Cleyton Pinteiro. Dois de seus apoiadores, inclusive um dos seus vice-presidentes, esteve as voltas com as justiça, inclusive sendo presos.

 

Antonio dos Santos Neto, vice-presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, foi preso em setembro de 2010, na cidade de Belém (PA), acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações que teriam prejudicado os cofres federais em R$ 10,3 milhões.

Outras quatro pessoas foram presas junto com o ex-presidente da Federação Paraense de Automobilismo, e todos serão acusados de formação de quadrilha, fraude em licitações, peculato e falsidade ideológica.

 

As duas licitações fraudadas pertenciam à Secretaria de Saúde de Belém, e contratariam empresas para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e para o Programa de Atenção e Assistência Domiciliar Alô Saúde. 

 

Poucos meses depois a Federação Cearense de Automobilismo foi alvo de uma ação deflagrada pela Polícia Federal e a Secretaria da Receita Federal. A “Operação Podium”, que resultou na prisão de nove pessoas, entre elas o presidente da FCA, Haroldo Scipião Borges, e a apreensão de computadores e documentos. A ação investigava um suposto esquema de sonegação fiscal, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e corrupção de agentes públicos por dirigentes da Federação Cearense (FCA) em parceria com sete grandes grupos empresariais de diversos estados do país.

 

A Operação Podium foi fruto de dois anos de investigações da PF e da Secretária da Receita no Ceará. Esse trabalho constatou que a federação teria sido utilizada como depositária de recursos da ordem de R$ 50 milhões, provenientes do caixa de empresas entre 2005 e 2008, sob pretexto de “patrocínio à pilotos”, envolvendo remessas ilegais de dinheiro ao exterior. O montante era mais três vezes maior do que o movimentado pela FASP, Federação de Automobilismo do Estado de São Paulo, a com maior número de filiados do país.

 

Voltando a eleição desta semana, os três vice-presidentes serão trocados por “pessoas da confiança” do grupo e do presidente, sendo os nomes vindos dos estados do Paraná, Rio Grande de Sul e Pernambuco, este último, terra natal do Presidente e que aponta para o nome de Zeca Monteiro, ex-presidente da CBA e pais do piloto Beto Monteiro da Fórmula Truck.

 

Este processo tem algumas perguntas que não querem calar (que na verdade não podem ser caladas):

 

É voz corrente nos autódromos que “o automobilismo brasileiro precisa se profissionalizar”. Muito bem: o atual Presidente – e em breve reeleito – adotou a política de remunerar os membros da CBA, os presidentes de comissões, como o da comissão de arrancada, que não foi a Curitiba no Festival Nacional, com mais de 300 carros inscritos e que a bagunça está exposta no nosso último editorial.

 

Nada de errado em se profissionalizar o automobilismo, mas estes remunerados estão atuando de forma profissional, ou é mais uma fonte de renda para eles e uma forma de “garantir apoio político”? Outra coisa: de onde vem este dinheiro? Isso não poderia ser melhor aproveitado, por exemplo, fomentando uma categoria de monopostos no país?

 

A gestão de Cleyton Pinteiro tem ideias boas, pontos positivos, como o formato da copa das federações de kart, com o projeto de dar chances aos pilotos que não tem os recursos dos mais abastados, mas o kartismo brasileiro vive um problema de custo excessivo e defasagem técnica.

 

Uma coisa posso afirmar: vamos continuar cobrando da CBA uma gestão séria.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

12 carros batem no treino da NASCAR em Daytona. No segundo dia de testes da pré-temporada da Nascar, em Daytona, na sexta-feira, dia 11, andando daquele jeito que se anda na NASCAR (ou seja, todo mundo junto), bastou um daqueles “toquinhos” e estava feita a lambança!

 

Dale Earnhardt Jr tocou em Marcos Ambrose, que bateu em outros carros e provocou uma reação em cadeia. Por conta do problema, as equipes Penske, Michael Waltrip Racing e Petty confirmaram que estão fora da atividade deste sábado. Ambrose relevou o ocorrido, evitando polêmicas, atribuindo o motivo do acidente ao novo carro, “que é muito leve” e disse que isso pode ser comum ao longo da temporada. Ou seja, preparem-se para ver muitos “big ones” ao longo do ano!

 

Dale Earnhardt Jr, o “queridinho da América”, endossou as palavras de Ambrose, afirmando que as características do carro novo contribuíram para o acidente. “Os carros estão mais soltos na traseira e vai ser preciso ser mais cuidadoso”.

 

Morre piloto no DE CÁ. O piloto francês Thomas Bourgin, de 25 anos, que disputava a competição pela primeira vez, morreu ao se envolver em um acidente durante a sétima etapa do Rally. O competidor estava em sua moto quando se chocou de frente com um carro da polícia chilena que vinha na direção oposta. A morte é a primeira de um participante do rali nesta edição de 2013, mas já é a terceira do evento, que estava exatamente na metade dos seus 14 dias de disputa. As autoridades locais vão investigar as causas do acidente.

 

Na última quarta-feira, duas pessoas morreram e sete ficaram feridas em um acidente próximo da fronteira entre o Peru e o Chile, durante intervalo de disputa da quinta etapa do Rally Dakar. O acidente, no entanto, envolveu um veículo de apoio e táxis locais, sem relação direta com os competidores da prova.

 

Neste final de semana tivemos mais uma edição do Desafio Internacional das Estrelas. No final do mês, não deixe de ler o especial que faremos sobre o evento, mas agora vou falar sobre o que vi e ouvi, de casa, pela televisão, com as transmissões da “transmissora oficial do evento”.

 

Que – quase – todo mundo (eu incluso) desce a lenha no Galvão Bueno por conta das bobagens que ele fala, mas a que ele mandou no domingo foi além das expectativas. Ele chamou Beto Monteiro, piloto da Fórmula Truck, de “caminhoneiro”. Nada contra os bravos profissionais que trabalham nas cidades e estradas do país, mas não é o caso. Beto Monteiro é piloto de corridas, disputa a Fórmula Truck, é piloto da IVECO, que é tão FIAT quanto a Ferrari.

 

Talvez, neste caso, a gente tenha que “dar um desconto” para o Galvão. A empresa onde ele trabalha, quando do falecimento de Aurélio Batista Felix, criador da Fórmula Truck, não deu uma nota sequer em nenhum de seus noticiários, nem nos esportivos. Na transmissão, teve uma hora que, sem ter como evitar, o narrador chamou a categoria de “F Truck”. Mais uma vez a megalômaca tenta empurrar goela abaixo do povo que o mundo existente é só o seu.

 

Mas a “pérola” da transmissão veio do Sportv. No pódio do domingo, com Felipe Nasr (É NASR, NÃO TEM DOIS “S” E NEM “ER” NO FINAL), Nelsinho Piquet e Beto Monteiro, Lito Cavalcanti fala que, “ao contrário do sábado, desta feita os três pilotos no pódio eram brasileiros e, mesmo com 14 pilotos oriundos da F1, nenhum dos três tinham passado pela categoria” (sic).

 

Como é que é, Sr. Lito? E o Nelsinho Piquet correu de que entre 2008 e 2009? E mandaram o Rodrigo Mattar embora...

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva