A hora de voltar ao trabalho... e há muito por fazer Print
Written by Administrator   
Wednesday, 27 January 2021 20:58

Caros Amigos, Não lembro desde que data ou momento na minha vida que ouço “o ano só começa depois do carnaval” em se tratando de Brasil. Acredito que o mesmo já se passou com a maioria de meus estimados leitores. Entretanto, com a pandemia, instalada mundialmente e provocando mortes aos milhares e problemas de ordem econômica, nada está funcionando de maneira normal, e não há uma perspectiva de retorno a curto prazo.

 

Apesar das dificuldades apresentadas, a sociedade como um todo vem tentando manter as coisas da forma “mais normal possível”. Isso explica não estarmos vivendo uma espiral econômica negativa no cenário global e temos visto ações em diversos seguimentos para que, mesmo com restrições, as coisas aconteçam. Isso é uma situação onde podemos incluir os esportes – apesar do adiamento das olimpíadas – indo desde o futebol até o automobilismo.

 

Voltando os olhos para o cenário do nosso automobilismo, podemos fazer um elogio aos promotores das categorias nacionais, que divulgaram 5 calendários das 7 categorias (8 se incluirmos o Mercedes Benz Challenge, que por enquanto está em reestruturação), onde há uma série de arranjos para que categorias corram juntas em um mesmo final de semana, em um mesmo autódromo, e algo que por anos tentamos ajudar a CBA: fazer um calendário nacional sem conflito de datas entre os principais eventos de velocidade no asfalto. Eis a prova de que tínhamos razão: era e é possível!

 

Findo o processo eleitoral da Confederação Brasileira de Automobilismo, com a eleição de Giovanni Guerra poucas mudanças aconteceram entre os cargos mais importantes, nomeadamente as presidências das comissões e composição de conselhos. A mais importante foi a nomeação de Rubens Carcasci, para a Comissão Nacional de Kart, mas também podemos celebrar a nomeação do Dr. Dino Altmann para a presidência da Comissão Médica da FIA, assim como a permanência de Felipe Massa na presidência da Comissão Internacional de Kart, além da presença de brasileiros em diversas comissões.

 

No anúncio dos calendários, temos o grato retorno de Tarumã, que completou 50 anos de atividade em 2020, e ao final de um longo trabalho sob a supervisão do engenheiro Luiz Ernesto Morales, presidente da Comissão Nacional de Autódromos e membro da mesma comissão na FIA, vai receber a Copa Truck, a GT Sprint Race e a Copa HB20 e a esperada estreia do autódromo Potenza, em Lima Duarte-MG, próximo a Juiz de Fora.

 

Embora tenhamos o retorno de Tarumã e a chegada do Potenza para comemorarmos, Giovanni Guerra tem pela frente um desafio que o seu antecessor não conseguiu fazer as articulações políticas (que não são poucas, tampouco simples): desde 2020 o governador Ibaneis Rocha já demonstrou interesse em retomar as atividades do autódromo, com a conclusão das obras (falta algo como 35 a 40%), concluindo as obras de pista, terminar a parte de drenagem para corridas sob chuva, construção de dos boxes e locais de parque fechado e HCs) para a conclusão e as corridas poderem voltar a acontecer na capital federal. Atualmente o autódromo está sendo usado como alojamento provisório para a população de rua, e assim deve permanecer até 1º de janeiro de 2021, de acordo com o governo do DF.

 

Um espaço subutilizado que pode vir a receber competições de automobilismo é o parque olímpico, construído onde tínhamos o autódromo de Jacarepaguá. Representantes da Fórmula E visitaram o local, em um projeto que tem à sua frente Nelson Piquet Jr. e que tem potencial não apenas para sediar uma etapa da competição de carros elétricos, mas também de se manter um circuito semipermanente para atender categorias nacionais. Com a cidade estando sob nova administração (Eduardo Paes assumiu no último dia 1 de janeiro). A categoria tem interesse em vir para o Brasil e, se agirem de forma inteligente, não apenas o evento pode vir para o Brasil como o automobilismo local ser beneficiado.

 

Recebi esta semana muitos emails falando sobre o futuro autódromo do estado de Mato Grosso. Mandaram-me o link do jornal Gazeta Digital, com uma imagem de um local com um oval e várias opções de circuito misto, o que seria algo excelente para o automobilismo brasileiro. De acordo com a matéria, área de 300 hectares, orçada em 50 milhões, foi doada pelo Grupo Bom Futuro (que  tem forte envolvimento com as corridas de velocidade na terra no estado) após pedido do governo estadual, que estaria disposto a espera investir cerca de 32 milhões de reais para concluir o projeto.

 

O Grupo Bom Futuro, que atua há 30 anos no mercado de soja, possui Fernando Maggi Scheffer, presidente da Federação de Automobilismo do Mato Grosso, como um dos proprietários e a família Maggi tem envolvimento antigo com o automobilismo. Em 2009 tentaram construir um autódromo na cidade de Várzea Grande, mas o projeto não foi adiante. Desta vez, com apoio do governo estadual, podemos ter uma possibilidade, mas é importante que os interessados mantenham estreito relacionamento com a CBA, em particular com Luiz Ernesto Morales, para que tenhamos um autódromo dentro dos padrões FIA e, se houver interesse em tentar-se algo no motociclismo, buscar a FIM antes de iniciar os trabalhos.

 

Giovanni Guerra tem, certamente, com um dos seus maiores desafios conseguir ser um agregador e um agente dentro deste processo para colaborar de forma decisiva na realização destes três projetos.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva