A ameaça não terminou e o alerta continua Print
Written by Administrator   
Wednesday, 06 January 2021 20:13

Caros Amigos, Praticamente passado um ano desde que começaram a surgir as primeiras notícias sobre o coronavírus, o mundo continua em alerta. A indústria farmacêutica mobilizou um exercito de cientistas em busca da produção de uma vacina contra esta que estabeleceu-se como a grande pandemia, um século após a famigerada gripe espanhola, que matou milhões de pessoas em todo o mundo cem anos atrás.

 

Em um século o mundo mudou e a ciência evoluiu ao ponto de diversos laboratórios terem conseguido produzir vacinas para que possamos atacar a proliferação do vírus e imunizar a população. Entretanto, o processo não é imediato e a vacinação da população mundial ainda levará meses, talvez anos até que sejam produzidas bilhões de doses destas vacinas.

 

A economia mundial sofreu consequências como um todo e continuará a sofrer ao longo deste período que se segue em todos os seus seguimentos e no esporte a motor as coisas não devem ser diferentes, apesar do otimismo com o qual foram planejadas as temporadas de 2021 com a divulgação de calendários das diversas competições, nacionais ou internacionais. Os primeiros reflexos deste duro choque de realidade já estão aparecendo.

 

Ainda em dezembro, antes mesmo do final do ano a organização da Fórmula E comunicou o adiamento da realização do ePrix de Santiago, evento marcado para os dias 16 e 17 de janeiro, no Parque O’Higgins, na capital do Chile. A alta dos casos de contaminação por Covid-19, especificamente no Reino Unido, que teve o surgimento de uma variante do vírus, causou a alteração no calendário.

 

Como medida preventiva, o governo chileno – que é um dos países que já deu início ao processo de vacinação – proibiu a entrada de pessoas vindas do Reino Unido por 14 dias, o que implica na impossibilidade de membros que trabalham na categoria de entrar no país. Além da determinação, todos os voos entre Santiago e Londres foram cancelados, impedindo a entrada de britânicos em terras chilenas.

 

Diante do adiamento da etapa chilena, a categoria está trabalhando agora com uma rodada dupla na Arábia Saudita para os dias 26 e 27 de fevereiro, somado ao cancelamento da etapa no México que ocorreu ainda em outubro passado e lembrando que o país árabe está recebendo no momento o Rally Dakar, cortando seu deserto entre rochas e dunas, mas longe dos grandes centros urbanos.

 

Enquanto eu escrevia esta coluna, recebi a informação de que a abertura da temporada da Fórmula Indy, que aconteceria em St. Petersburgo no dia 7 de março foi adiada para 25 de abril. Autoridades de saúde da Flórida relataram 15.431 novos casos de coronavírus na terça-feira, junto com mais 98 mortes de residentes atribuídas ao COVID-19. O estado já confirmou 1.392.123 casos de COVID-19 desde o início da pandemia e 22.188 vítimas.

 

É o segundo ano consecutivo que o fim de semana de São Petersburgo teve de mudar de data. A abertura da IndyCar do ano passado foi cancelada no último momento, quando a pandemia COVID-19 ganhou força. A decisão significa que o retorno do campeonato Indy Lights e de todo o programa “Road to Indy” também terá sua primeira mudança de temporada de São Petersburgo para Barber, que está inicialmente mantida para o final de semana de 09 a 11 de abril.

 

A Fórmula 1 não está fora deste processo e as autoridades australianas, que continuam impondo restrições de viagem rígidas e em meio a temores globais sobre o surgimento de uma nova cepa de COVID-19, as dúvidas têm crescido sobre a viabilidade da corrida. Com esta possibilidade ainda não comentada pelo Grupo Liberty Media, o Grande Prêmio da Austrália, caso se confirme o adiamento, a possibilidade mais provável seria uma realocação para o final da temporada de 2021, forçando uma possível reorganização das corridas no final do ano.

 

As obras de construção do circuito temporário de rua em Albert Park, em Melbourne, normalmente começam no final de janeiro, mas a venda de ingressos ainda não começou para a corrida. Havendo esta confirmação de adiamento, o Grande Prêmio do Bahrein agendado para 28 de março pode vir a se tornar a abertura da temporada de 2021.

 

O início do ano na Austrália tem um outro grande evento agendado: Melbourne está se preparando para sediar seu primeiro grande evento internacional há quase um ano, realizando o torneio de tênis Australian Open, evento do Grand Slam, de 8 a 21 de fevereiro. O Governo do Estado de Victoria já confirmou que todos os jogadores que participam do torneio devem aderir à quarentena de duas semanas na chegada à Austrália para “garantir a segurança de todas as partes”, algo que deve ser feito caso o GP da Austrália venha acontecer.

 

Este processo certamente irá impactar gerencialmente e financeiramente no esporte a motor, que corre sérios riscos de ver a repetição de ao menos parte dos fatos vistos em 2020. A FOM já estuda possíveis alternativas e na próxima semana, Stefano Dominicali, o novo CEO do Grupo Liberty Media pode comunicar alterações no calendário e o estabelecimento de protocolos para serem cumpridos na temporada 2021 que ainda sequer começou.

 

O alerta está ligado. Na verdade, continua!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva