Tem tudo para dar certo? Print
Written by Administrator   
Wednesday, 18 October 2017 21:49

Caros Amigos, as colunas que escrevi no final do mês passado a linha de raciocínio de ambas tinha como cerne a necessidade de algumas das principais categorias do automobilismo mundial encontrar uma solução para suas respectivas sobrevivências para os próximos anos onde, especialmente na Europa, os movimentos dos políticos tem apontado para uma proibição em breve dos carros com motores de combustão interna.

 

Neste período entre o que escrevi e esta quinta-feira, quem mais caminhou no sentido de consolidar um projeto sem desvirtuar seu projeto de campeonato de forma radical, mas abrindo-se para novas – e necessárias – possibilidades, foi a direção do DTM, atualmente liderada por Gerhard Berger, ex-piloto da Fórmula 1 e que foi ao longo da carreira um exímio negociador de contratos pessoais, estando sempre em boas equipes e com boas condições de trabalho, valeu-se da etapa de encerramento da temporada de 2017 em Hochenheim para apresentar “o futuro”.

 

Um Lexus LC500 e um Nissan Nismo GTR que disputam a temporada japonesa de Super GT andaram na pista alemã diante dos olhos do público e dos dirigentes da Audi e BMW, além da já de saída Mercedes. 100 Kg mais leves e com um motor com 100cv a mais de potência, os carros japoneses foram quase dois segundos mais rápidos do que os atuais carros alemães.

 

Masaaki Bandoh, presidente da GTA, entidade que promove o campeonato da Super GT no Japão esteve presente no autódromo e declarou acreditar no sucesso deste projeto conjunto e no bom entendimento entre ele e Gerhard Berger e confirmou que o trabalho sobre os novos regulamentos está em pleno andamento, com uma grande cooperação entre a DTM e o GTA que vem impressionando os alemães e o austríaco Berger. Como os japoneses não são nem um pouco bobos, esta é a melhor vitrine para apresentar os carros do país na Alemanha. Tanto que a Honda tem acompanhado todo o processo de perto e pode ser a terceira marca japonesa no campeonato.

 

Há alguns anos os promotores – DTM e GTA – já vem conversando sobre regulamento e agora, com a quase certa integração dos campeonatos, o ITR (International Tourism Racing Series). Os regulamentos DTM desenvolvidos pela ITR e a Associação Alemã de Motorsport (DMSB) constituirão a base dos regulamentos que entrarão em vigor em 2019.

 

A temporada de 2018 será um ano de transição, com os carros de uma e outra categoria indo correr nos continentes europeu e asiático, com uma etapa final, fechando a temporada, com os carros reunidos. Os regulamentos da Classe 1 serão elaborados em cooperação com os parceiros japoneses e incidirão em quatro chaves aspectos: custo-eficiência, automobilismo espetacular, segurança e motores modernos.

 

Os custos necessários para construir os carros de forma a equilibrar a competitividade devem ser em um nível que permita refinanciar os custos de funcionamento através do patrocínio. Desta forma, ambas as séries serão de interesse para as equipes privadas assistidas a partir de 2019, e não apenas fabricantes. É primordial encontrar o equilíbrio entre carros tecnologicamente avançados, com os quais os fabricantes são capazes de demonstrar seus conhecimentos e carros de corrida que podem ser executados sem legiões de engenheiros e com isso reduzir os custos operacionais da temporrada.

 

As atuais categorias, na forma que estão montadas, DTM e Super GT, já oferecem ao público e aos pilotos uma competição do mais alto padrão. Manter este novel é uma prioridade primordial no futuro. Para isso, a próxima geração de carros terá que ser pelo menos tão espetacular quanto os carro atuais. O equivalente de produção do carro de corrida continuará a definir claramente a forma do corpo do carro. Enquanto isso, o número de peças aerodinâmicas montadas que são vulneráveis ​​em colisões, ou que não são visíveis para os fãs, será reduzido, algo que ambos os CEOs concordam.

 

O quesito segurança jamais será desprezado. Se hoje os carros das duas categorias já estão entre os carros de turismo mais seguros em automobilismo, os padrões de segurança impostos pelo ITR, DTM e GTA serão aprimorados. O monocoque de fibra de carbono, que envolve o motorista, permanecerá como está. Os elementos de segurança na frente, traseira e laterais dos carros serão objeto de regulamentos ainda mais rígidos.

 

Por fim, os motores, estes terão um foco na quantidade de emissões de CO, e serão projetados exclusivamente para alcançar o melhor desempenho, a limpeza efetiva dos gases será um desafio a ser vencido. Embora nenhum catalisador, por razões de segurança, seja usado em séries de corridas internacionais, eles fizeram parte do DTM desde 2000. Os catalisadores ainda devem ser adaptados para lidar com a tensão que eles são colocados pelo V8 de alto desempenho motores, conversores catalíticos nos sistemas de escape dos motores modernos resultarão em uma melhoria significativa na forma como os gases de escape são limpos.

 

Contudo, para 2019, os carros das duas categorias deverão ser equipados com um motor turbo de quatro cilindros e dois litros. Dimensões e materiais serão estipulados para uma série de componentes do motor moderno, que cada um dos fabricantes irá desenvolver-se. O objetivo disso é reduzir os custos de desenvolvimento e garantir um desempenho equilibrado de mais de 600 hp. Os atuais carrod do DTM usam motores V8, mas os carros que andaram em Hochenheim mostraram que um motor de 4 cilindros também podem promover grandes corridas.

 

Além disso, o motor da temporada de 2019 está sendo projetado para adotar múltiplas opções de fonte de energia alternativa, consideramdo a propulsão híbrida a curto prazo sem que sejam utilizados sistemas caros e tecnologicamente complexos, nem sistemas que tornam mais lentos os carros de corrida devido ao peso da bateria.

 

Honestamente, duvido muito que uma união de mentalidade e trabalho de alemães e japoneses possa vir a dar errado... mas muitos achavam o mesmo quando McLaren e Honda assinaram seu contrato.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva