O futuro está com pressa Print
Written by Administrator   
Wednesday, 26 July 2017 21:54

Olá pessoal. Esta semana não teremos o “Caros Amigos” e nem a presença elegante do Fernando por motivos que vão além de sua vontade. Vocês terão que tentar digerir o meu texto não tão polido, mas vou me esforçar.

 

Na semana passada o Fernando falou sobre o futuro do automobilismo e parece que este futuro está com muita pressa de se tornar presente e está provocando terremotos fortes no meio do esporte a motor e da indústria automobilística.

 

A Mercedes Benz, uma das três marcas que define a era atual do Deutsche Tourenwagen Masters ao lado de Audi e BMW, está deixando o DTM em 2018 para se juntar à Fórmula E com um esforço de trabalho em tempo integral na temporada 2019-2020, onde vai se juntar as suas concorrentes no campeonato de carros de turismo, Audi e BMW.

 

O envolvimento direto de Toto Wolff no projeto mostra o tamanho do comprometimento da gigante da estrela de três pontas no campeonato dos carros da “nova tecnologia”. Inicialmente, eles deveriam se juntar para a quinta temporada 2018-2019 da Fórmula E, no entanto, o Diretor Executivo da Mercedes-AMG explicou em entrevista que eles queriam entender corretamente a nova categoria totalmente elétrica e prepare-se corretamente para entrar “no caminho certo”.

 

O fato de deixar o campeonato nacional de turismo é algo, com devidas proporções, à saída da Audi do Mundial de Endurance, mas não tem como não associar o projeto aprovado no parlamento alemão da parada da construção para o mercado interno de automóveis equipados com motores de combustão interna.

 

Se formos analisar como um produto de mercado, a Fórmula E é como um empreendimento de “start-up” emocionante: oferece um novo formato, combinando corridas com uma forte característica de eventos, para promover tecnologias atuais e futuras. A eletrificação está acontecendo no mundo dos carros de passeio e a Fórmula E oferece aos fabricantes uma plataforma interessante para levar essa tecnologia a um novo público, criando um laboratório a céu aberto e fazendo um tipo de corrida completamente novo, diferente de qualquer outra categoria.

 

Neste período pré-férias, alguns meios de imprensa chegaram a levantar a possibilidade da gigante alemã radicalizar e deixar a Fórmula 1 para dedicar-se a nova categoria, mas este assunto logo foi deixado de lado. Na verdade, nem foi levado a sério. Mas não podemos deixar de perguntar o que será do campeonato de turismo mais tecnológico do mundo com a saída de uma de suas equipes.

 

A Mercedes teve um sucesso impressionante no DTM, com 183 vitórias em corridas e 10 títulos de pilotos. A Mercedes entrou pela primeira vez na Deutsche Tourenwagen Meisterschaft que precedeu o formato atual do DTM em 1988 e, mais tarde, tornou-se parte integrante do relançamento do DTM em 2000. Atualmente, eles possuem seis duplas em três equipes, todas sob supervisão de fábrica.

 

A categoria ter apenas duas montadoras envolvidas não será nenhuma novidade. Entre 2006 e 2011 eram apenas a Mercedes e a Audi no campeonato. A BMW juntou-se a eles apenas em 2012. Até 2005 a Opel fazia parte do campeonato e antes disso a italiana Alfa Romeo chegou a participar de algumas temporadas.

 

Toto Wolff fez questão de agradecer a todos os membros da equipe, cujo fantástico trabalho ajudou a fazer da Mercedes-Benz o fabricante de DTM mais bem sucedido durante esse período em que disputou o campeonato, lembrando que os anos no DTM sempre serão considerados altos como um capítulo importante na história do automobilismo da Mercedes.

 

A Audi já está com todo seu staff na categoria desde o final desta temporada, assumindo a equipe ABT e virá com tudo para a temporada do ano que vem. A BMW também já se anunciou sua entrada como equipe de fábrica para 2018. A Mercedes deve entrar no ano que vem no início de uma parceria com a equipe existente da Venturi Formula E. O piloto da fábrica da Mercedes, Maro Engel, atualmente corre para a equipe Venturi Formula E.

 

Agora nos resta saber se, diante do cenário desenhado na indústria automobilística alemã, por quanto tempos teremos o DTM, um campeonato que é um expoente tecnológico, mas que tem elevados custos e uma tecnologia de propulsão com data de validade estipulada.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar