Atos e omissões Print
Written by Administrator   
Wednesday, 14 December 2016 21:24

Caros Amigos, algumas semanas atrás escrevi uma coluna com o título “Mea Culpa”, onde o assunto era a assunção de culpa por parte dos envolvidos. Assumir a culpa por seus atos, palavras ou omissões é algo que o ser humano, humildemente, deveria assumir perante a si mesmo, perante as pessoas que o cercam e perante suas crenças. Inclusive, na missa católica, no seu início, um trecho da mesma é sobre o pedido de perdão dos pecados cometidos e neste momento pede-se perdão por pensamentos, atos e omissões.

 

O automobilismo brasileiro está vivendo momentos difíceis, em boa parte devido à condição da economia nacional, que atravessa uma grave crise financeira e de credibilidade. Em meio a este processo, o comando da Confederação Brasileira de Automobilismo está passando por uma eleição onde dois candidatos tem disputado os votos dos 19 representantes de Federações, Clubes e Pilotos para a votação a se realizar no próximo dia 20 de janeiro de 2017.

 

O Site dos Nobres do Grid esteve presente no encerramento do evento que reúne mais carros, pilotos e categorias no calendário nacional, realizado no último domingo no mais importante autódromo do país: Interlagos. Sendo este um evento onde cinco categorias disputavam sua última etapa e quatro títulos estavam em aberto, seria lógico vermos no autódromo o presidente da Confederação e ambos os candidatos ao cargo. Contudo, não foi isso que aconteceu.

 

O senhor Cleyton Pinteiro, por razões que desconheço, não estava presente no Autódromo José Carlos Pace. Como bem sabemos que os dirigentes da CBA não são profissionais remunerados e o presidente da entidade é um empresário no estado de Pernambuco (bem como “seu candidato” e igualmente o candidato da oposição, no Paraná).

 

Uma vez que não havia nenhum evento da FIA, que justificasse a sua ausência do país e por ser a corrida em um domingo, teria que haver um motivo bem considerável para que o presidente da CBA não estivesse lá em São Paulo (ou em Londrina, no sábado, na decisão da Fórmula Truck) para entregar os troféus aos campeões. Onde estava o senhor, senhor presidente?

 

A mesma pergunta faço ao candidato da situação à presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo, senhor Waldner Bernardo. Onde estava o candidato, que também responde pela presidência da Comissão Nacional de Velocidade no Asfalto? Faltando quarenta dias para as eleições um candidato deveria estar ausente do encerramento dos campeonatos  naquele final de semana?

 

A única explicação que encontro para a ausência do atual presidente da entidade máxima do automobilismo brasileiro e de seu candidato à sucessão é o fato da FASP – Federação de Automobilismo do Estado de São Paulo – ser, declaradamente, oposição à atual gestão da CBA. Vale lembrar que, o presidente anterior a atual gestão era de São Paulo – Paulo Scaglione – que estava presente no autódromo.

 

Até onde procuramos nos informar, existe uma forte divisão entre os estados do sul e do norte em relação a qual candidato atenderia melhor aos pleitos de suas respectivas federações, com os estados do sul apoiando o candidato da oposição, ligado a FPRA (Federação Paranaense de Automobilismo) e os estados do nordeste – que tem oito federações, apenas o Piauí a exceção – apoiando o candidato da situação, que é pernambucano.

 

Um outro levantamento que fizemos aponta para o fato de que os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, somados, tem praticamente o mesmo número (na verdade, passa um pouco da metade) de pilotos filiados que o restante dos estados do país. Apesar disso, eles tem um voto cada no colégio de 19 votos que elegerão o próximo presidente da CBA.

 

Independente do resultado da eleição do mês que vem, o presidente eleito será responsável pelo automobilismo em todo o país, não apenas nos estados de onde vieram seus votos. Omitir-se não é uma opção e, em meu entender, tanto o presidente como seu candidato, pecaram por omissão ao não comparecer ao Autódromo domingo passado.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva