Valentino Rossi aos 40 anos: Aposentadoria? Nada Print
Written by Administrator   
Tuesday, 10 March 2020 19:47

Olá fãs do esporte a motor,

 

Depois do carnaval meio brasileiro/meio latino aqui em San Diego, meu consultório voltou para atividade ainda na quarta-feira de cinzas. As temporadas do automobilismo na Europa e do motociclismo estão começando agora em março e a agenda estava lotada.

 

Entre as sessões – todas muito produtivas e interessantes – que fiz com meus pacientes, uma delas eu gostaria de dividir com meus queridos leitores porque eu não acredito que haja alguém no mundo que acompanhe corridas que não seja fã de Valentino Rossi. Seja por sua simpatia, seja por seu carisma, seja por seu hilário inglês com um carregadíssimo sotaque italiano (as vezes é difícil segurar a vontade de rir), mas com certeza por seu talento.

 

Valentino esteve aqui na sexta-feira, dia 28 de fevereiro, uma semana antes da data de abertura da temporada da Moto GP de 2020, pelo menos era o que estava programado, mas o evento foi cancelado devido ao corona virus. Estava com aquele sorriso de piá travesso de sempre e – para meu desespero com a balança – trouxe uma caixona do chocolate belga que eu não resisto #tentação. Não tem uma vez que eu não o encontre de pé, conversando com minha secretária. Ele é uma simpatia.

 

   Sim, aos 40 anos de idade Valentino Rossi vai dar início a mais uma temporada na Moto GP pela equipe oficial da Yamaha

 

Desde o início do mês Valentino estava com um ar muito tranquilo com as decisões que a equipe Yamaha tomou com relação ao ano de 2020 e 2021. Eles se acertaram e Valentino continuará como piloto da “equipe oficial” ao lado de Maverick Vinãles, que teve o contrato renovado até 2022. Enquanto isso, uma transição será feita para que Fábio Quartararo assuma seu lugar em 2021, com a fábrica disponibilizando uma moro igual na equipe satélite, patrocinada pela Petronas, caso Valentino queira continuar correndo no próximo ano.

 

Valentino deixou sempre claro, desde o final do ano passado que estava em dúvida quanto ao futuro. A questão da Yamaha ter perdido a competitividade nos últimos anos e ele não estar mais conseguindo lutar por vitórias tem sido muito desestimulante. Para ele, era preciso refletir se valia a pena ficar forçando o limite, se expondo a quedas e até mesmo tirando o espaço de quem estava chegando.

 

   Depois de muita conversa interna, a equipe optou por manter a dupla Rossi/Viñales para 2020. Mas Quartararo tem moral.

 

Ele considera Fabio Quartararo um piloto especial, com capacidade para – com o equipamento certo – derrotar Marc Marquez, de que hoje fala com um certo desprezo por atitudes do espanhol na pista. Mesmo quando era praticamente imbatível e massacrava seus adversários – técnica e psicologicamente – como fez com Sete Gibernau, Jorge Lorenzo, Max Biagi, Casey Stoner (só para citar alguns), Rossi jamais foi desleal ou antidesportivo na pista. E isso é evidente que ele não engole no atual campeão.

 

Uma coisa que nenhum piloto recente tem como Valentino é esse carisma “fora da curva”. Ele é aplaudido e admirado por torcedores no mundo inteiro e tem fãs como Lewis Hamilton, tinha Michael Schumacher e tem fãs mesmo fora do mundo das rodas. No ano passado ele venceu uma corrida de GT3 e também já venceu corridas com carro de turismo em festivais na Itália. Quem sabe, depois de deixar as motos, não veremos Valentino, por exemplo, disputando as 24 Horas de LeMans? Ele ri e diz: “Porque não?”

 

   Nenhum piloto da atualidade tem tanto carisma como Valentino Rossi, que tem fãs como Schumacher e Hamilton.

 

O importante nesse processo foi que Valentino não fez imposições e o diretor da Yamaha sempre tratou Valentino com total respeito e confiança em sua capacidade de pilotagem. Por isso procurou conciliar o talento do multicampeão com o futuro já presente dos seus outros dois pilotos para evitar perder qualquer um deles para as equipes concorrentes. Mas Valentino sabe (e cobra) performance, algo que a Yamaha está devendo.

 

A “fome” de Valentino por corridas – e vitórias – certamente não diminuiu, apesar dos resultados decepcionantes no último ano. Um título para encerrar a carreira com chave de ouro seria apoteótico para ele, mas ainda assim, aposentadoria não é garantida. Ele riu e lembrou o que Giacomo Agostini, O grande campeão da motovelocidade e seu ídolo disse: que Valentono, aos 40 anos, tem uma capacidade de pilotar que muitos pilotos com 10, 12 anos menos gostariam de ter.

 

   Apesar do trabalho, Valentino Rossi continua apontando para o consumo excessivo de pneus em longas sequências de voltas.

 

A verdadeira questão é se ele ainda acredita ser competitivo... e ele só saberá que quando o Moto GP retornar ao território familiar na Europa. Quando o MotoGP deixar Mugello ou Barcelona, ​​ele saberá se pode vencer outra corrida. Esse pode ser um fator decisivo no futuro de Valentino, que sempre desconversa quando falamos sobre aposentadoria, mas ele não desconversa sobre avaliar o que poderá ou não fazer depois das primeiras corridas da temporada.

 

Valentino se confessa animado para este ano, considerando que após as últimas mudanças técnicas e com a chegada do um novo chefe de equipe. Ele deixou claro que seu primeiro objetivo é ser competitivo este ano e continuar sua carreira como piloto de Moto GP também em 2021, mas isso depende de muita coisa e isso passa pelo desenvolvimento da moto desta temporada. “Não dá para ter boas uvas e um bom vinho sem uma boa cepa”, ele disse.

 

   Pelo visto a aposentadoria é algo que Valentino Rossi não pensa no momento, para felicidade de seus fãs.

 

Nos últimos anos, os pilotos da Yamaha têm lutado constantemente em corridas com pneus traseiros começando a desaparecer demais no meio da corrida. Os novos pneus traseiros da Michelin para 2020 foram projetados com o objetivo de oferecer maior durabilidade e uma queda mais gradual, enquanto seu aumento na aderência parece ter oferecido aos motociclistas Yamaha e Suzuki uma pequena vantagem sobre seus rivais. No entanto, falando no final dos testes de pré-temporada no Qatar, Valentino admitiu que o problema com o desgaste dos pneus ainda persiste para ele.

 

No seu entendimento – e pouca gente entende tanto quanto ele – a moto melhorou em relação a 2019, mas mesmo sendo rápido nas primeiras voltas do pneu, a queda de rendimento ainda é um complicador e isso. Ainda assim, Valentino está com um ar mais otimista, diferente do ano passado e ver pilotos como ele, Jimmie Johnson e Tony Kanaan motivados é uma injeção de ânimo em qualquer terapeuta.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares

  
Last Updated ( Sunday, 01 March 2020 23:10 )