Lewis: de bem com a vida e de olho no futuro Print
Written by Administrator   
Wednesday, 30 October 2019 22:45

Olá fãs do esporte a motor,

 

A segunda quinzena de outubro costuma ser o que eu chamo de “meu inferno astral”. Hahaha

 

Com a realização dos GPs do México e dos Estados Unidos em dois finais de semana seguidos e com a NASCAR no meio dos playoffs, montar a agenda para tentar (Tentar. Conseguir é impossível) atender a todos no horário que eles pedem colocam meus cabelos loiros em pé. É preciso contar com a boa vontade de todos para que todos sejam atendidos.

 

Quem tem sido um “campeão de flexibilidade” neste aspecto é o campeão (alguém tem dúvidas de que ele não vai ser?) Lewis Hamilton. Desde a “aposentadoria” de Nico e sua saída da equipe Mercedes, a vida – dentro e fora da pista – de Lewis Hamilton tornou-se muito mais tranquila, mesmo neste ano com Valtteri Bottas começando a temporada de forma surpreendente para todos.

 

Lewis veio na terça-feira pela manhã para sua sessão regular com aquele sorriso de quem está de bem com a vida, cheio de correntes, anéis, brincos e todos os seus acessórios, com tranças no cabelo e uma caixa enorme de chocolate da Cadbury, que eu adoro e que é um problema para quem está precisando emagrecer (muito). Minha secretária adora o Lewis e não tem como não gostar dele.

 

 

 

Uma das coisas que mais me diverte é a forma como ele “se joga” no meu Divã e começa a falar como um papagaio. Hoje ele começou contando sobre o jogo da NBA que ele foi em Los Angeles ontem (Charlotte Hornets 96x111 Los Angeles Clippers) e ele disse que iria ao jogo dos Lakers esta noite antes de ir para Austin, na corrida que vai – provavelmente – definir o título a seu favor.

 

Depois dele falar uns 5 minutos sobre o jogo (que eu não vi) procurei levar o assunto para o ambiente na Fórmula 1, e como ele tem conseguido, mesmo nos momentos mais complicados, conquistar vitórias que não eram esperadas, como esta última no México e ele mesmo disse que jamais esquecerá o que aconteceu na Alemanha no ano passado, onde tudo poderia dar errado e no final ele estava no alto do pódio.

 

 

 

O equilíbrio emocional não vem do dia para a noite, é um treino constante das emoções e requer disciplina para alcançar bons resultados e ter sucesso em diversos aspectos das nossas vidas. Mas as adversidades estão sempre à nossa volta e é claro que cada pessoa reage de uma forma elas, o que é natural do ser humano, mas muitos acabam ficando presos nesses sentimentos negativos por tempo demais e deixam a vida de lado, não reagem, pois não enxergam uma saída para determinada situação. 

 

Na vida não existe uma matemática exata para acertos e erros. Pode ter a certeza de que nossas jornadas como profissional em qualquer área de atuação será repleta de altos e baixos. Lewis falou alguns anos atrás, quando a Mercedes ainda não era a dominadora do campeonato, que estava ficando “velho” e que os resultados que ele sonhava conquistar na Fórmula 1 não estavam vindo.

 

 

 

Foi um momento quase tão complicado quanto aquele da “guerra” entre ele e Nico na equipe em 2015 e 2016 e em situações como essas, nem todas as suas decisões serão acertadas. Dificuldades sempre se apresentam e por isso é importante que aprendamos com cada errinho que cometermos. Eles estão aí para isso, para que possamos analisá-los friamente e extrair deles tudo que puder para não cometê-los de novo.

 

Essa fase da vida de Lewis, entre autos e baixos, parece ter terminado ao final da temporada de 2016. Mesmo no ano passado, quando na primeira metade do campeonato as coisas estavam indefinidas na luta pelo título entre ele e Sebastian, Lewis parecia estar completamente ciente do que poderia fazer, de como poderia fazer e de que o que ele fizesse o levaria ao sucesso.

 

Falamos também sobre futuro e ele sorri ainda mais fácil quando o assunto é este. Ele está de bem com a vida, que está feliz na Mercedes e que vê cada vez mais perto algo que parecia distante e quase inalcançável quando fala de numero de poles, vitórias, títulos e Michael Schumacher. Lewis não fala de números e feitos como seu ídolo – Ayrton Senna – falava sobre estabelecer marcas. Ele seta vivendo cada dia tentando aproveitar o melhor a cada momento.

 

 

 

Lewis, apesar do sucesso, tem os pés bem no chão (mesmo quando está em seu patinete). Ele sabe que a chave para o sucesso foi um planejamento bem feito e o estabelecimento de metas. É óbvio que há certas coisas impossíveis de se prever, como aquela quebra de motor na Malásia, mas na sua cabeça hoje ele está aberto a todas as possibilidades profissionais que possam surgir e quando ele falou isso eu pensei imediatamente: Ferrari?

 

Sim... porque não... quem sabe... um dia... ou não... Lewis foi evasivo e ele sabe ser evasivo quando quer o faz muito bem. Ele aproveitou para falar sobre as possibilidades para 2021, após a provável mudança no regulamento que alterará bastante os carros em relação aos carros de hoje. Apesar disso, ele não acredita que a Mercedes vá perder o nível de competitividade que atingiu e isso o estimula a renovar o contrato com a equipe antes do final da temporada do próximo ano, sem “novela”, sem “jogos bobos” entre ele e a equipe.

 

 

 

Hoje Lewis se sente em cada na Mercedes e algo muito dramático precisaria mudar – negativamente – para as coisas ficarem difíceis lá dentro e ele sentir-se incomodado ao ponto de pensar em mudar de equipe ou de abandonar a Fórmula 1. Como muitos deles gostam de falar, ele está se divertindo e enquanto ele estiver se divertindo, nós, que assistimos as corridas pela televisão ou nos autódromos, teremos o prazer de ver um dos maiores pilotos da história em ação.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares