Jimmie Johnson, o resiliente Print
Written by Administrator   
Wednesday, 08 May 2019 13:38

Olá fãs do esporte a motor,

 

Se existe uma qualidade que todo atleta precisa ter é a resiliência. Todo desportista passa por ciclos em sua vida e nem sempre ele está por cima e saber lidar com os momentos de “baixa”, onde por mais que ele trabalhe as coisas parecem não funcionar, é de uma importância vital para fazer o jogo mudar e se conseguir uma nova curva de crescimento.

 

A capacidade que cada pessoa tem de lidar com seus próprios problemas, de sobreviver e superar momentos difíceis, diante de situações adversas e não ceder à pressão independente da situação, estimula boa parte dos estudiosos no assunto a afirmar que precisamos de uma certa desordem, de momentos de caos, para sobrevivermos e crescermos. O benefício advindo da experiência do estresse torna o ser humano melhor que antes.

 

Uma das pessoas mais resilientes que tenho acompanhado nestes últimos anos é o heptacampeão da NASCAR, Jimmie Johnson. Ele é meu paciente desde que vim para os Estados Unidos e quando me procurou disse que estava precisando de um “algo mais” em sua preparação, que a maioria de seus adversários eram tão fortes psicologicamente quanto ele e que ele precisava encontrar caminhos, respostas, diferenciais para superá-los.

 

Acontece que, como sabemos, no automobilismo e outros esportes que dependem de equipamentos, apenas a força do atleta não é o suficiente. Ele não tem como superar as limitações de um equipamento e o que temos visto nos últimos dois anos é que as equipes que usam carros da Chevrolet (GM) na principal categoria da NASCAR tem sofrido com performance e raramente tem vencido corridas. Inclusive, no ano passado, houve um pedido da marca para fazer algumas alterações no carro, o que não foi permitido.

 

 

 

Não bastasse essas dificuldades, Jimmy perdeu seu patrocinador de quase sempre na carreira, com as cores que conquistou seus sete títulos. Mas com o tamanho do nome Jimmie Johnson no meio do automobilismo norte americano, logo surgiu um novo patrocinador. Independentemente do estado financeiro atual da NASCAR. Hendrick Motorsports e Ally Bank concordaram em um contrato de dois anos que colocará o logotipo da instituição no carro #48.

 

O inicio do ano parecia promissor. Depois da fabrica ter afirmado ter corrigido as deficiências que o SS Camaro apresentou em 2018, mas a pole position de Jimmie Johnson e também a vitória no ‘Clash’, que envolveu algumas circunstâncias como a chuva que caiu no final da prova ou o acidente que envolveu mais da metade dos carros e que foi provocado – acidentalmente – pelo próprio Johnson, que saiu ileso, bem como a primeira fila para as 500 milhas, abertura do campeonato.

 

 

 

A Chevrolet não vencia uma corrida da Série Cup desde outubro do ano passado até a combinação e estratégia articulada entre equipes diferentes, inclusive, levaram a marca a vencer em Talladega. Mas o que transparece é que as equipes da Chevy não conseguiram descobrir o caminho para a vitória com os novos Camaros por conta própria, e até agora a NASCAR fez pouco ou nada para ajudá-los.

 

Em somatório a isso, parece que paira uma nuvem negra sobre o carro #48 onde tudo o que pode acontecer de ruim, acontece e alguma coisa acaba “sobrando” para o heptacampeão. Apesar de toda a sua tranquilidade (Jimmie é uma pessoa muito “zen”), é impossível, por mais resiliente que a pessoa seja, não se abalar em algum aspecto diante de tantos problemas. São quase 70 corridas sem vitórias e Jimmie está longe de ser um piloto que tenha perdido o “brilho nos olhos” ou a “vontade de vencer”.

 

 

 

A resiliência demonstra se uma pessoa sabe ou não trabalhar bem sob pressão. É mais que educação, experiência, treinamento. O nível de resiliência de uma pessoa determina quem terá sucesso e quem se perderá pelo caminho. Quanto mais resiliente é uma pessoa, mais forte e preparada ela estará para lidar com as adversidades da vida. O sucesso é resultado de inúmeras quedas e derrotas que o indivíduo pode ver como oportunidade de aprendizado e crescimento. E a resiliência é resultado de aprendizagens de vida, o que torna possível qualquer pessoa desenvolvê-la.

 

Quando eu estava encerrando esta coluna, Jimmie e a equipe estavam viajando para o Kansas, corrida em um oval de 1,5 milhas que tem como patrocinadora justamente o patrocinador do carro #48. Pelo que vimos nos últimos dois anos, um tipo de circuito que vem favorecendo os carros da Ford. Será a décima segunda etapa do campeonato e ao final das 11 primeiras Jimmie Johnson ainda ocupava um 17° lugar, tendo como melhor resultado uma 5ª posição no Texas.

 

 

 

É muito pouco para um piloto com a capacidade que ele tem, mas não se engane quem pensa que Jimmie Johnson já entrará vencido nesta ou em qualquer disputa. Ainda tem muitas milhas até o início do playoff e não descarto um campeão na luta por um campeonato.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares