A encruzilhada de Bruno Senna Print
Written by Administrator   
Thursday, 27 March 2014 12:11

Olá fãs do automobilismo,

 

Na minha coluna passada, relatei como foi a primeira sessão de Nelsinho Piquet aqui no consultório. Ele foi trazido pelo amigo (que apesar de todas as ridículas tentativas da imprensa de criar ou “reviver” uma rivalidade além das eventuais disputas em pista que eles viessem a ter, não envenenou a amizade entre eles) Bruno Senna, que vem há algum tempo fazendo terapia regularmente.

 

Em sua sessão, acontecida naquele mesmo dia, encontrei um Bruno um pouco mais sem rumo do que ele aparentou estar em outros momentos em que a vida o colocou diante de uma “encruzilhada profissional”.

 

Depois de não ter conseguido manter-se na Fórmula 1, que é o sonho de 10 entre 10 pilotos no mundo, foi preciso buscar alternativas e entre as alternativas o Mundial de Endurance parecia ser a mais palpável. Afinal, ele já disputara provas com os carros de Gran Turismo antes de entrar na Fórmula 1 em 2009 e se saído bem, vencendo corridas, inclusive.

 

E foi vencendo corridas que Bruno começou a temporada pela equipe Aston Martin em 2013, andando na frente em sua categoria, mas algo parece ter “se perdido” ao longo da temporada. A ponto da direção da equipe mudá-lo de categoria, tirando-o do carro da “PRO” e colocando-o na “AM”, onde ele correria ao lado de “gentleman drivers”.

 

 

Bruno começou 2014 com muitas perguntas sem respostas para o seu futurono automobilismo.

 

Bruno não estava feliz naquele lugar e começou a procurar alternativas. A Fórmula 1 continuava sonho, mas um sonho que dependia de algo grande e concreto chamado patrocínio... e quando se fala em patrocínio para a Fórmula 1, fala-se em algo que para muitos beira a insanidade, tamanha é a aposta no escuro.

  

Os Estados Unidos começaram a ser vistos como opção, e nisso a amizade com Nelsinho pesou. Mas havia uma coisa por – digamos – diminuir a vontade em acelerar por aquelas terras: os ovais! Andar em circuitos ovais, ainda por cima em monopostos como Bruno vinha pensando em manter-se, era algo que não o deixava confortável.

 

Ele bem que tentou fazer um acerto com alguma equipe nos moldes do que seu antigo adversário dos tempos de Fórmula 3 na Inglaterra, Mike Conway, conseguiu em anos anteriores: disputar corridas apenas nos circuitos permanentes e nos traçados urbanos da categoria, que equivalem a 2/3 da temporada... mas nada foi concluído.

 


Com contrato para duas provas pela Aston Martin no WEC, o maior acordo conseguido foi para comentar corridas de F1.  

 

O primeiro trimestre de 2014 já está terminando e o único contrato que Bruno assinou no meio do automobilismo foi o de comentarista para a televisão britânica... e mesmo assim, será por apenas sete provas (Malásia, China, Hungria, Singapura, Russia, Estados Unidos e Brasil).

  

Bruno não costuma transparecer suas preocupações pessoais diante do público. Está sempre sorrido, com uma atitude positiva e confiante, mas a verdade, por trás do que ele não mostra, há um grande peso de preocupação com o futuro. Seus sonhos de seguir os passos do tio parecem estar se esvaindo nas dobras do tempo.

 

Ele falou que iria participar (e quando esta coluna for publicada, isso já terá acontecido) da corrida da Stock Car em Interlagos, onde os pilotos que disputam o campeonato regularmente farão uma corrida onde haverá uma troca de pilotos, com um piloto convidado... e Bruno foi um desses convidados, para correr ao lado de Antônio Pizzonia.

 

 

Depois de correr a prova de encerramento em 2013 e participar da abertura da Stock Car este ano, ele não a descarta. 

 

Correr pela categoria mais badalada do país não tem deixado de ser uma possibilidade. Ele chegou a disputar a corrida de encerramento do campeonato do ano passado, mas será que isso vai conseguir suprir as suas necessidades? Será que ele, depois de um tempo não vai se sentir como se sentiu ao longo da temporada de 2013 no Mundial de Endurance?

  

Ficar parado é um processo muito doloroso para qualquer piloto e com Bruno não seria diferente. Tanto que ele, já este ano, acabou acertando a participação em duas das etapas do Mundial de Endurance: os 1000 Km de Spa Francorchamps, segunda prova do campeonato, e com isso se adaptar ao novo carro para as 24 horas de Le Mans, a grande corrida do certame.

 

Com uma “força” do amigo Nelsinho – e também do seu sobrenome, que pesa e ele sabe disso – uma negociação está acontecendo para que Bruno venha a fazer parte da equipe de Antônio Hermann na Blancpain Sprint Series, que já tem em um dos carros, Cacá Bueno e o próprio Nelsinho, e no outro, o gaúcho Matheus Stumpf, que pilotou na equipe no extinto Brasileiro de GT. A disputa é dura, mas Bruno segue com esperança.

 

 

Outras possibilidades existem: a Blancpain Sprint Series e a novíssima F-E, mas a disputa por uma vaga não está fácil. 

  

A outra “aposta” de Bruno é a Fórmula E. A categoria dos monopostos elétricos vem atraindo muitos nomes e diversos ex-pilotos de Fórmula 1. Ele é um dos membros do grupo de pilotos que tem uma espécie de ‘clube’, atualmente com 28 integrantes. Acontece que dificilmente o grid terá 28 carros e a disputa pelas vagas reais está grande. Bruno acredita que a categoria tem um grande potencial, mas será que estas “alternativas” são suficientes?

 

São perguntas que apenas você, Bruno, pode responder.

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares

  

Last Updated ( Friday, 28 March 2014 13:27 )