A temporada 2020 de JJ já começou Print
Written by Administrator   
Tuesday, 10 September 2019 23:56

Olá fãs do Esporte a motor,

 

Neste mês foi trocada a foto da coluna da minha querida Fernanda Gonçalves, linda, maravilhosa e loiríssima! Mudar o visual as vezes faz bem para a autoestima, encontramos uma forma de ficarmos mais bonitos, bonitas... as vezes não.

 

Quando o Sebastian chegou no meu consultório com um bigode ruivo, “estilo Nigel Mansell”, eu tomei um susto... mas disfarcei. Com calma, trabalhando de forma subliminar, procurei ver os motivos daquela mudança e pacientemente fui mostrando que mudanças profundas são importantes, que tudo tem que a ver com um contexto e o “vassourão vermelho” sumiu.

 

Algumas semanas atrás, quando Jimmie Johnson chegou aqui no consultório sem a barba também tomei um susto. Era uma marca registrada! Seria como ver o Dale Earnhardt (pai) sem bigode ou o Richard Petty sem chapéu. Mas na presente altura da temporada, barba ou não barba seria o último assunto a se abordar com meu paciente esta semana, dois dias depois da Brickyard 400.

 

A etapa da NASCAR em Indianápolis era a última corrida antes do início dos playoffs, parte final do campeonato da qual Jimmie Johnson esteve presente desde a versão anterior, o “Chase”, iniciada em 2004, por todos os anos em que esteve na categoria... até este ano. Eu estava assistindo a corrida em casa quando, no reinício da volta 105, ele estava, como foi ao longo da temporada, lutando por uma posição entre os dez primeiros, com dificuldades.

 

    Em Indianápolis e sem a barba de anos, Jimmie Johnson foi para uma corrida decisiva para entrar nos playoffs.

 

Ao sair da curva 1, ele estava na parte interna da curva, ao lado do companheiro de equipe da Hendrick Motorsports, William Byron. Kurt Busch deslizou na frente deles e eles entraram em um insano “three wide” na curva 2. Eu levantei do sofá já gritando “meu Deus”. Jimmie se tocou com Byron, soltou-se e girou, foi para u muro do outro lado do asfalto, saiu coletando oito carros e tomou uma grande pancada por trás.

 

Eu já sabia que a nossa sessão na manhã da terça-feira não seria fácil... e não foi. Jimmie é o mais velho piloto da NASCAR Cup Series aos 43 anos (ele completará 44 anos na próxima semana) ele vem passando por uma série de dificuldades nas últimas duas temporadas. Sua última vitória foi em junho de 2017 no Dover International Speedway, e 2018 foi sua primeira temporada em tempo integral sem vitória e as perspectivas que isso se repita em 2019 são grandes.

 

    Na volta 105, um acidente e pela primeira vez, desde 2004, o hepta campeão estava fora da briga pelo título.

 

Apesar da idade Jimmie é um atleta formidável. Ele pratica e compete em triathlons no intervalo entre as temporadas. Tenho certeza que metade do grid (pelo menos) não tem a condição física que ele tem. Capacidade técnica, então, quem vai dizer que um piloto que vence 7 campeonatos não tem? Mas temos outros fatores interferindo neste processo.

 

No início do ano Jimmie estava um pouco mais esperançoso do que terminou a temporada de 2018. Ele venceu a prova extra-campeonato em Daytona e acreditava que a sua equipe e a Chevrolet poderia tirar a diferença para os carros da Ford e Toyota, evidentes na temporada anterior. Mas ao longo do ano não foi isso que se viu, um final de semana após o outro.

 

     Em entrevista após a corrida, ele não escondeu o quanto estava decepcionado pelo resultado e pela temporada.

 

Nas 26 corridas da temporada regular, ele conquistou apenas três finalizações no top 5, mais recentemente terminando em terceiro no Daytona International Speedway em julho. Ele conquistou uma pole em março no Texas Motor Speedway, mas isso não o conduziu a nenhuma vitória. O resultado disso foi terminar a temporada regular em 18° lugar.

 

Dentro da equipe Hendrick as coisas também não estavam funcionando como Jimmie gostaria. No final da temporada de 2018, ele e o chefe de equipe de longa data, Chad Knaus, se separaram, e Jimmie começou o ano com Kevin Meendering como chefe de equipe, mas ele foi substituído no meio da temporada por Cliff Daniels. As mudanças também não surtiram efeito e mesmo entre os carros da equipe, seus três companheiros de equipe estão nos playoffs.

 

    Nas últimas corridas, trabalhando com Cliff Daniels, Jimmie Johnson tem visto progressos e quer vencer uma corrida em 2019.

 

Jimmie confessou-se decepcionado, lamentando as 25 corridas ruins que desencadearam a situação que ele chegou para a corrida de Indianápolis e, apesar de estar com um bom ritmo de corrida, disse que estava andando no limite. Ele disse acreditar que a parceria com Cliff Daniels está funcionando e que ainda pode dar resultados este ano. Sim, nas 10 corridas que Jimmie quer vencer uma e a temporada de 2020 começa agora.

 

Ele tem contrato com a Hendrick até o final do ano que vem e errando longe está quem ache que Jimmie pensa em aposentadoria. Muito pelo contrário. Ele está motivado e conquistar o oitavo título, superando Dale Earnhadt e Richard Petty continua a ser um objetivo e, enquanto competitivo, ele não vai deixar de perseguir este oitavo troféu com o mesmo ímpeto com o qual conquistou o primeiro.

 

Uma das coisas que, de certa forma, entristece Jimmie é o fato dele não conseguir ter muita simpatia dos torcedores e fãs da categoria. A forma como Jimmie vê o automobilismo vem sendo copiado pelos pilotos mais novos, mas quando ele apareceu na categoria principal, aquela forma mais “focada” de trabalhar era bem diferente da forma como agiam os outros pilotos e isso foi visto de maneira negativa pelos torcedores. Jimmie nunca foi de “jogar para a torcida”.

 

    Sempre focado, Jimmie não pensa em parar de correr e tem contrato com a Hendrick até 2020. O 8° título é o objetivo.

 

Fiz um parâmetro não muito correto para falar sobre isso há algum tempo, explicando a diferença de postura entre Ayrton Senna e Nelson Piquet. Jimmie conhecia pouco sobre F1. Quem mais falava sobre esse meio com ele foi Max Papis, que é genro de Emerson Fittipaldi, um ídolo nos Estados Unidos. Jimmie falou que conheceu mais sobre Senna com Max e depois de ver o filme. Ele se identificou com a busca do perfeccionismo de Ayrton Senna, mas depois que falei para ele sobre Nelson Piquet, ele passou a achar ter mais afinidade com ele.

 

Independente disso, Jimmie é um perfeccionista como todo grande piloto deve ser e sua busca, sendo mais “midiático” ou não, pelo 8° título continuará em 2020.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares 
Last Updated ( Saturday, 21 September 2019 00:59 )