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Written by Administrator   
Friday, 15 May 2020 22:26

Há cerca de 10 dias, fui informado que havia uma campanha de difamação desencadeada por um grupo de pessoas ligadas ao automobilismo contra o nosso site de uma forma geral e a um de nossos colunistas, o jornalista Milton Alves.

 

A campanha demonstrava uma discordância com relação ao conteúdo de sua coluna semanal, onde nosso colunista mostrou sua preocupação com relação a forma como as duas maiores categorias do automobilismo brasileiro – a Stock Car e a Copa Truck – estão sendo obrigadas a enfrentar o desafio da inatividade nas pistas em função do coronavírus e de como todos os envolvidos (promotores e equipes) honrar seus compromissos profissionais, suas folhas de pagamento e negociar contratos de publicidade e exposição de marcas que, sem corridas, não estava acontecendo.

 

Milton Alves mencionou algo que, a distância, senti transparecer ao longo dos últimos anos, com a Copa Truck sem conseguir atingir seu verdadeiro público. Se isso servir como crítica construtiva, acredito que é preciso buscar as raízes da categoria para termos de volta os maravilhosos espetáculos dado pelo público em retorno aos sempre excelentes espetáculos dados na pista com seus talentos excepcionais.

 

Eu acompanho as colunas de todos que escrevem para o site e, como linha editorial, desde quando entrei como um simples colunista, em 2010, fui orientado no sentido de “pode ser incisivo, jamais ofensivo”. Quando fui Editor Assistente, censurei o conteúdo de várias colunas do meu primo, Mauricio, marcando as coisas que não eram concebíveis e pedindo que ele reescrevesse. Levou anos para ele entender como ser crítico sem ser ofensivo. Como Gestor do Projeto (o site é só uma parte) Nobres do Grid, que é totalmente voluntário, desde 2013, sinto-me muito à vontade para cobrar, reprimir, aplaudir ou criticar a atuação de qualquer dos nossos parceiros.

 

Entretanto, sinto-me totalmente confortável para deixar bem claro que lamento a decisão deste profissional com mais de 40 anos de carreira em deixar de escrever diante da atitude deplorável destes que, como ele disse em sua coluna de despedida, tiveram seu trabalho a serviço do automobilismo por décadas a fio e, seguindo a deplorável postura do chefe de estado que “mandou um jornalista calar a boca” diante das câmeras da TV em um país de regime democrático.

 

A estes, dou a resposta que nosso jornalista não deu: não iremos nos calar! O jornalismo sério é comprometido com a verdade, mesmo que ela não seja aquilo que queremos ouvir. Trabalhamos sim, voluntariamente, pelo bem do automobilismo brasileiro. Tornamos a história de pilotos que eles, os nossos críticos, mal sabem os nomes, conhecidos em todo mundo através de ações de promoção usando eventos internacionais.

 

Trabalhar pelo bem do automobilismo é também cobrar responsabilidades, questionar atitudes tomadas dentro e fora das pistas e, se essas pessoas não são capazes de viver com críticas, achando-se acima das mesmas, e não conseguindo absorver algo que seja escrito em desacordo com o que lhes agrada, tenho o dever de informar que o colunista que vai assumir o espaço deixado por Milton Alves tem toda a liberdade de usar seu conhecimento de quase 10 anos trabalhando conosco e minha carta branca para ser incisivo, jamais ofensivo, mas não poupar nada ou ninguém se precisar tecer uma crítica em suas colunas, da mesma forma que elogiará tudo que for digno de elogio.

 

E aos que detrataram Milton Alves, deixo-lhes a certeza que a mim, Fernando Paiva, e ao colunista que irá assumir o espaço das terças-feiras, Paulo Alencar, vocês não intimidarão, não nos calarão e caso pensem em alguma ação no sentido de prejudicar nosso trabalho, terão que arcar com todas as consequências de seus atos, podem ter plena certeza. Aqui ninguém vai se calar. Aqui ninguém vai se intimidar.