Hamilton e a Mercedes Print
Written by Administrator   
Wednesday, 12 December 2012 17:58

 

 

Amigos, muito está se esperando da transferência de Lewis Hamilton da McLaren para a Mercedes. Não foi por acaso, e isso vai ficar provado.

A equipe da estrela de três pontas está gastando mais do que devia para obter resultados. Os alemães sempre foram objetivos com suas metas na pista. Vide o abandono das competições, F1 inclusive, da equipe oficial da Mercedes em 1955. Isso aconteceu depois do grave acidente em Le Mans, onde morreram mais de 80 pessoas nas arquibancadas com destroços de uma grave batida na pista. A Mercedes não viu futuro em marketing nas corridas, isso já nos anos 50.

Anos depois a extinta Brawn deu origem a Mercedes F1, equipe com o nome oficial da grande montadora alemã. A vitória de Nico Rosberg no GP da China foi um raio de luz no projeto de 2012, mas muito pouco para o dinheiro investido levando em consideração que até a Williams, que vinha trás da Mercedes, mas mudou essa realidade, venceu com Maldonado na Espanha. 

É importante lembrar que Schumacher não entra nessa equação, já que no meu entender, antes de tudo, Schumy pagou uma dívida com a Mercedes que ele tinha desde que era um jovem piloto do projeto da montadora nos final dos anos 80.

Agora chega Lewis. O inglês teve desde sua pré-adolescência a McLaren como casa. Ron Dennis, hoje presidente do McLaren Group, praticamente criou Hamilton para o automobilismo, e obteve resultados, é claro. O talento de Lewis chegou junto com a capacidade de seu pai, Antony Hamilton, de negociar seus contratos. Depois, já campeão mundial, Hamilton seguiu seus passos com um empresário do "show business", Simon Fuller.

O dinheiro que a McLaren pagava a Lewis não se mostrou suficiente para piloto e empresário. Cada piloto sabe o seu valor e aquilo que deseja profissionalmente, e se tiver chance de agarrar o faz, é óbvio. O problema é que a McLaren pagava 15 milhões de libras para Hamilton e ofereceu um contrato com redução para 12,5 milhões. 

A oferta inicial da Mercedes ainda na primavera europeia foi de 17,5 milhões. Além disso, a equipe alemã fez proposta considerada excelente para Hamilton em termos de propaganda pessoal. Lewis chegou a trabalhar para a McLaren fora das pistas em mídia de 70 a 90 dias por ano. A Mercedes pede 25 dias de trabalho extra pista.

A McLaren fez uma contra oferta para Hamilton de 13.7 milhões de libras por ano. A Mercedes respondeu com 19,4 milhões. Fechou. Só um maluco não sairia da McLaren nessa situação, ainda mais com um título já vencido.

A EQUIPE E O FUTURO

A Mercedes não fala diretamente em uma vaga de primeiro piloto para Hamilton. Será um absurdo se isso não acontecer, mesmo com Rosberg reclamando. Lewis é no mínimo o piloto líder, o homem para mudar de vez a cara da equipe alemã. A confiança de Hamilton é muito grande. 

O inglês é um piloto que não se deixa abater facilmente. Prova disso foi o final de temporada espetacular de Lewis, mesmo saindo da McLaren e sem chances de título. A corrida no Brasil, inclusive, era dele e não de Button, mas o acidente com Hulkenberg o fez abandonar a prova em Interlagos.

A equipe alemã estava até pensando em sair da F1. Bernie Ecclestone correu atrás, e prometeu ajudar nas negociações com Hamilton. Trato feito. Resolvido o caso e mantida a equipe, a Mercedes precisa agora de um carro a altura. Nas classificações esse ano de 2012 a equipe até foi bem. 

Lembrem-se da melhor volta de Schumacher em Mônaco, que seria a da pole, mas o heptacampeão perdeu 5 posições devido a uma punição recebida em Barcelona, uma corrida antes. Rosberg foi segundo em Mônaco. A expectativa de Hamilton é de um carro todo novo da Mercedes para 2013, e um monoposto de alta qualidade em 2014, com motor turbo.

Após a certeza da manutenção da equipe da estrela a longo prazo na F1, os alemães começaram a investir pesado em um motor turbo para 2014. A intenção é aproveitar a mudança no regulamento para sair na frente.

Acredito que Lewis será um elemento chave para o sucesso da Mercedes. Não vejo em um primeiro momento problemas com Rosberg. Acredito também que Hamilton vai vencer corridas já em 2013. De qualquer forma foi uma atitude corajosa do inglês. Bem paga, mas corajosa.

 

Um abraço e oremos sempre,

 

Toni Vasconcelos