Porsche Junior Program: Uma chance para conquistar o mundo Print
Written by Administrator   
Tuesday, 11 December 2018 23:32

O dinamismo no mundo dos negócios é algo que tem sido cada vez mais exigidos, obrigando aos gestores e suas equipes estarem sendo obrigados a agir – e reagir – de forma cada vez mais rápida e eficiente.

 

A Porsche, categoria que ficou marcada pela presença de “gentleman drivers”, pilotos de privilegiada condição financeira e que faziam uso da categoria para poder se divertir (uma palavra que os pilotos profissionais usam com frequência) pilotando carros espetaculares em uma condição de grande segurança, que é proporcionada por um autódromo.

 

 

Ao longo dos seus 13 anos de existência (2019 será a 14ª temporada da categoria no Brasil) a categoria, que é uma referência de boa gestão e sucesso no esporte a motor, vem buscando elevar seu nível de qualidade e competição, atraindo muito mais do que apenas empresários ricos. Há dois anos a Porsche vem investindo no programa de Jovens Pilotos, seguindo o modelo mundial da montadora.

 

A segunda edição do Porsche Junior Program atraiu mais de 40 pilotos, que tiveram seus currículos avaliados para a seleção dos 12 pilotos que disputariam uma competição entre eles que ia muito além da habilidade e velocidade na pista, passando por testes físicos, psicológicos e comportamentais onde cada aspecto é avaliado e pontuado. Afinal, não é só de pé pesado que se faz um piloto.

 

 

O programa existe desde 1997 e revelou nomes importantes como o alemão Marc Lieb e o australiano Earl Bamber, ambos vencedores das 24 Horas de Le Mans e é realizado em diversos países de onde partem os candidatos que disputam o “shootout” global da marca, com outros pilotos de 18 a 26 anos de idade, todos indicados pelas categorias nacionais que competem com os carros de competição mais produzidos no planeta. Está em jogo uma vaga no programa mundial da Porsche, que prestará apoio em competições internacionais.

 

Os 12 pilotos selecionados desta edição estiveram entre os dias 11 e 17 de outubro para serem submetidos a mesma bateria de testes (um toral de 23 parâmetros foram analisados) que outros pilotos são submetidos pelo mundo e desta vez o palco foi o Velo Città, em Mogi Guaçu, de onde saíram os três finalistas. Assim como na primeira edição, o campeão, Marcel Colleta recebeu uma bolsa de 70% de orçamento para a temporada 2019 da Porsche Carrera Cup 3.8. Já o segundo e terceiro colocados receberão agora 40% e 30%, respectivamente, de subsídios. A premiação, no total, corresponde a R$ 900 mil.

 

 

A visão do promotor da categoria no Brasil, Dener Pires sempre pareceu ir além da tangência de qualquer curva de qualquer autódromo. Ao trazer o programa para o Brasil ele deu mais um passo no alinhamento com a modalidade a nível mundial e desafiou com isso todos os jovens pilotos do país, alguns com passagem no exterior a enfrentar o desafio que pode levá-los a uma carreira internacional como piloto de fábrica de uma marca icônica.

 

A regra do jogo é relativamente simples. Os 12 nomes finalistas serão separados em três categorias, que serão montadas baseadas nos repertórios do esporte a motor ao longo de suas carreiras. As classes serão A, B e C. A classe A é para os pilotos com qualquer nível de experiência no automobilismo, enquanto a B é para aqueles que tenham até uma temporada em carro de corrida em uma só categoria. Já a classe C é para pilotos que vieram do kart e que tenham participado de até duas corridas de carro na carreira.

 

 

Os resultados de cada etapa de avaliação serão divulgados no final de cada dia trabalhado. É como um vestibular onde o aluno, digo, o piloto precisa colocar tudo em prática. E isso vai desde preparação física até coisas técnicas de pista. A diferença é que as provas são feitas com a assistência preciosa de 120 profissionais que buscaram orientar os competidores nos mínimos detalhes. No primeiro dia, treino livre, segundo dia, classificação e no terceiro é corrida.

 

Ganhar no program é uma ajuda e tanto, principalmente financeira, mas não é a garantia de ir para o “shootout” global da marca. Os pilotos vão disputar o campeonato regular da categoria e quem estiver melhor pontuado no campeonato em setembro de 2019 será o escolhido para representar o Brasil no programa mundial. Marcel Colleta explicou isso para nós na final da competição de endurance em Interlagos.

 

 

Quem esteve lá este ano foi Bruno Baptista, piloto vencedor do primeiro Porsche Junior Cup, realizado em 2017, no Autódromo de Pinhais revelou como foi a etapa final no último mês de setembro na Alemanha. Uma das coisas que mudou para o próximo ano é que o vencedor da Junior Cup no Brasil não está garantido no “shootout”, o que não foi assim para Bruno, que já sabia que estaria lá no ano seguinte.

 

O que ele não sabia era quem seriam seus adversários na fase final e o brasileiro elogiou o nível dos competidores, que se mostraram muito bem preparados para se sair bem em todas as etapas do processo a que foram submetidos. Segundo Bruno, o fato de já ter corrido anteriormente em categorias internacionais foi decisivo para que ele se saísse bem na competição, mas que ainda assim, foi submetido a situações pelas quais nunca tinha passado.

 

 

Tendo sido piloto na Europa na F. Renault, Fórmula 3 e GP3, Bruno considera que ter tido acesso a equipamentos atualizados e a ter que lidar com o nível de cobrança que as categorias europeias impõem fizeram uma base sólida e deixou um alerta aos que buscam estar na fase final na Alemanha em 2019: “se tivesse apenas com a bagagem que tinha aqui no Brasil, não teria sido suficiente para ter um bom desempenho na Alemanha”. Um outro ponto que o piloto brasileiro salientou foi que usar na temporada 2019 o Porsche 991 geração 2, com motor de 4 litros – o mesmo utilizado no shootout – vai dar aos candidatos para 2019 uma boa chance de sucesso.

 

Quem não desvincula sua imagem do sucesso é o promotor da categoria, Dener Pires. Responsável este ano por mais um salto de qualidade no campeonato da marca alemã realizado na América do Sul, o empresário trouxe para a temporada 2018 o Porsche 991 de segunda geração, que tem um motor maior, de 4 litros, e 25 cv a mais de potência (485 contra 460) da versão anterior, carros que passaram a serem os carros da categoria challenge. Além disso, a versão mais moderna conta com sistema ABS nos freios.

 

 

Mas não foi apenas a questão do motor e do freio que fizeram o carro ser 1,5s mais rápido que o seu antecessor em Interlagos. Trabalhos na aerodinâmica dianteira e na suspensão também foram fundamentais para que este carro fosse mais rápido. Mas o mais importante é o alinhamento com o que acontece na Alemanha e na principal competição da marca, a Porsche Super Cup, que faz as preliminares da Fórmula 1: agora nossos pilotos tem o mesmo carro com o qual se corre lá fora e colocar os jovens pilotos nestes carros vai dar um grande ganho para eles.

 

Marcel Colleta, vencedor da seletiva brasileira, realizada no Velocittà, em Mogi-Guaçu, já está bem familiarizado com o carro, inclusive fez questão de mostrar o carro para a reportagem do site dos Nobres do Grid, apresentando as partes técnicas como os freios ABS, que tem 11 regulagens e que o piloto pode alterar durante a corrida de dentro do carro através de comandos no painel.

 

 

Apesar de ter dado um grande passo – especialmente financeiro, uma vez que terá um desconto de 70% no custo da temporada de 2019 – Marcel Colleta está de olhos bem abertos por saber que precisa estar na frente dos seus adversários diretos do programa que virão participar da temporada 2019 da Porsche Carrera Cup. Se um deles tiver mais pontos, será este melhor classificado quem irá para a Alemanha tentar se tornar um piloto oficial de fábrica.