Nobres do Grid - Hyperlink (Janeiro/2012) Print
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Sunday, 29 January 2012 21:12

 

 

Caros amigos, o mês que termina teve o início do primeiro dos campeonatos que seguimos de perto, o WRC. Campeonato que quase não começa, devido à crise que estourou cerca de 10 dias antes do início da primeira etapa, o Rally de Monte Carlo. A antiga promotora da categoria, a North One Sports, controlada pela holding CSI (Convers Sports Initiatives), pediu concordata no início de janeiro. Seu maior investidor, o lituano Vladimir Antonov, foi preso como parte do processo de investigação de fraudes no Banco Snoras, de seu país natal. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) não outra alternativa a não ser rescindir contrato com a North One. 

 

Correndo contra o tempo, a FIA conseguiu fechar um acordo com a Eurosport. O canal de esportes que, infelizmente, não faz parte das nossas grades de tv por assinatura, é a responsável pela produção de TV, geração de imagens para todo o planeta, além de gerenciar o site oficial do WTCC. De acordo com a imprensa européia, a empresa fechou contrato para fazer um trabalho semelhante no WRC pelos próximos anos... foi a salvação do campeonato, que tem passado outros apertos. 

 

Enquanto a Volkswagen anuncia que deverá entrar com tudo em 2013 (este ano o piloto contratado, Sebastien Ogier, disputará algumas provas com um Skoda Fabia, carro produzido pela subsidiária da república Tcheca), a Ford perdeu seu principal patrocinador, Abu Dhabi – e seu piloto pagante, Khalid Al-Qassimi – e por um momento seu futuro na categoria tornou-se incerto. A marca só reassumiu seu compromisso com o esporte em dezembro e assegurou sua permanência no Mundial de Rali pelo menos até 2013. 

 

 

O Campeonato Mundial de Rally começou num misto de asfalto molhado, com gelo, um pouco de neve... e Sebastien Loeb na frente! 

 

A Mini, equipe da montadora anglo-germânica comandada pela BMW, voltou à categoria em 2011 e teve grande participação, chegando até mesmo a lutar por vitórias, sobretudo com o experiente Daniel Sordo, contratado para ser o primeiro piloto do time. O problema está fora das trilhas: a falta de patrocínios, aliada à insatisfação da BMW com a baixa divulgação da categoria na Alemanha, a fez com que a Mini-Prodrive revesse seus planos para 2012. A medida mais sonante foi a substituição do então segundo piloto, o promissor Kris Meeke, por um competidor pagante que deve mudar a cada etapa. Líder da equipe, Sordo teve como companheiro de equipe em Monte Carlo o local Thierry Campana.  

 

Na etapa de abertura, Loeb – literalmente – atropelou! O francês não apenas confirmou seu favoritismo ao vencer o Rali de Monte Carlo, etapa de abertura do Mundial de Rali em 2012. Como “grand finale”, garantiu três pontos extras com a vitória no Power Stage, última especial da competição, disputada na  manhã no Principado, somando-os aos 25 pontos da vitória na competição.  

 

No início, o finlandês Jari-Matti Latvala ainda mostrou alguma resistência, liderando os primeiros estágios, mas uma capotagem espetacular na 4ª especial tirou a concorrência que Loeb ainda enfrentava. A partir daí, a diferença para os concorrentes só aumentou! Sebaetien Loeb terminou 2min45s5 à frente de Daniel Sordo na classificação geral. O espanhol andou bem com o Mini John Cooper Works em superfície de asfalto, mantendo o rendimento do ano passado. Sordo, que teve sua participação incerta no WRC, já que a BMW, dona da Mini, diminuiu os investimentos, principalmente por conta da falta de um patrocinador principal para o projeto do Mundial de Rally, deve correr a temporada inteira... este ano, pelo menos. 

 

 

Correndo por uma equipe privada da Mini, os brasileiros Palmeirinha e Edu Paula correram o WRC. Em Monte Carlo, 20º lugar. 

 

Peter Solberg, em seu retorno à Ford, terminou em terceiro, O norueguês, campeão mundial em 2003, tentou se aproximar de Sordo na classificação geral, mas ainda assim ficou distante 28s7 do piloto da Mini. Mikko Hirvonen fes sua estréia oficial na Citroen em Monte Carlo. O finlandês, três vezes vice-campeão mundial, indicou que ainda está em processo de adaptação ao Citroën DS3, de condução bastante diferente do Ford Fiesta, segundo o próprio piloto. Mikko concluiu seu primeiro rally pela equipe francesa com um 4º lugar, mostrando que a vida não vai ser fácil este ano. 

 

Quem também não teve vida fácil foi o antigo companheiro de Loeb, Sebastien Ogier. Ao volante de um Skoda Fabia, no primeiro dia o francês ainda conseguiu terminar em 5º lugar, mas no sábado as coisas se complicaram e depois de um acidente, ele acabou abandonando a disputa. Quem conseguiu concluir foi a dupla brasileira, Paulo Nobre e Edu Paula, que pela primeira vez competiram em Monte Carlo e terminaram em 20º lugar com um Mini privado.  

 

No campeonato, Loeb soma 28 pontos – sendo três extra pela conquista do Power Stage neste domingo – dez a mais que Dani Sordo, segundo colocado. Petter Solberg soma 15, enquanto Hirvonen tem 14, sendo 12 pela quarta colocação em Monte Carlo e mais dois pelo Power Stage. A próxima etapa vai ser o Rally da Suécia, onde os pilotos devem encontrar muita neve e gelo. 

 

 

A Mini mostrou no "DE CÁ" que tamanho não é documento e os pequenos carros da equipe dominaram a edição de 2012. 

 

E terminou mais um “DE CÁ”. Sem a participação da tricampeã Volkswagen, o caminho ficou aberto para a Mini, que preparou 5 Mini X-Raid. Os cinco carros da equipe alemã chegaram ao final entre os dez melhores, mostrando esmagadora supremacia. Nani Roma encerrou sua participação em segundo. De Viliers, que não chegou a ameaçar o domínio de Peterhansel, foi o terceiro, seguido pelo russo Novitskiy. Robby Gordon, que assim como Nasser Al-Attiyah, chegou a ensaiar uma forte oposição à supremacia da Mini, terminou apenas em quinto, muito por conta dos problemas mecânicos do H3.  

 

Os Grandes Hummer H3 não foram uma real ameaça para os pequenos Mini. Reforçada com a presença do campeão de 2011, Nasser Al-Attiyah, a equipe norte americana enfrentou muitos problemas mecânicos... e de relacionamento! Gordon criticou Al-Attiyah durante a realização do Rally. Nasser, que abandonou com problemas mecânicos, e o dono da equipe trocaram farpas pela imprensa, e o príncipe catari afirmou que jamais voltará a guiar um Hummer ou na equipe de Gordon. 

 

Guilherme Spinelli e Youssef Haddad, que vinham sendo nos últimos anos a melhor dupla brasileira, enquanto estiveram na prova, tiveram bom ritmo e sempre andaram no grupo dos dez primeiros. Entretanto, um problema na bateria do Lancer na duríssima etapa de Fiambalá, ainda na Argentina, encerrou as esperanças do piloto carioca e do navegador paulista de lograr outro bom resultado. O duo bicampeão do Rali dos Sertões teve de abandonar o Dakar ainda no começo. A atitude dos competidores, que admitiram que receberam ajuda externa da equipe de apoio para voltar ao acampamento – ato proibido pela direção de prova – chamou a atenção até dos dirigentes do “DE CÁ”, que elogiaram os brasileiros pela honestidade e espírito esportivo. 

 

 

Os gigantes americanos Hummer tiveram muitos problemas mecânicos... e na equipe do "tio Sam" teve também briga de pilotos. 

 

Jean Azevedo e Emerson Cavassin conseguiram manter um ritmo constante, mantendo-se no grupo dos 20 primeiros. Contudo, uma falha no Nissan na décima especial obrigou a dupla a terminar a etapa apenas de madrugada, o que comprometeu o desempenho no geral. Mesmo recuperando-se nas etapas seguintes, no final a dupla terminou na 23ª posição na classificação geral. 

 

A parte triste, como sempre, fica por conta de mais uma morte no Rally. Ainda no primeiro dia, o argentino Jorge Martínez Boero morreu na tarde deste domingo (1), minutos após sofrer grave acidente com sua moto Beta durante a primeira especial da competição, entre Mar del Plata e Santa Rosa de la Pampa. O piloto sofreu graves lesões no tórax e chegou a ser trasladado até à cidade de largada do Dakar, mas não resistiu aos ferimentos. 

 

Se nas competições como o “DE CÁ” os problemas são uma dura realidade, mas “parte do script”, aqui no Brasil outra dura realidade perturba quem tenta fazer automobilismo... e também parece ser algo inevitável.  

 

A SPTuris divulgou a nova tabela de valores para a locação do Autódromo Internacional José Carlos Pace. Os valores, se formos analisar pelos simples valores numéricos e pelos valores cobrados até o ano passado, o aumento foi uma punhalada no peito daqueles que procuram fazer automobilismo no Brasil. Quando se fala em “fazer automobilismo” não se pode falar apenas dos pilotos, chefes de equipe e promotores de categoria. Há também uma gama de mecânicos, preparadores, instrutores de escolas de pilotagem e um enorme número de profissionais que aparecem e que fazem do automobilismo seu “ganha pão”. 

 

Por outro lado, é preciso colocar Interlagos no seu devido lugar: o autódromo encravado na capital paulista é o único circuito FIA 1 do país, o único que pode receber a F1. Apesar de ter a pista muito menor do que era nos anos 70, a área do autódromo permanece a mesma e precisa ser cuidada... e cuidar de qualquer coisa em São Paulo é caro... muito caro.  

 

 

A SPTuris alterou os valores para arrendamento de Interlagos... Os preços ficaram salgados e as 24 horas acabaram adiadas.

 

Independente disso, há que se questionar: Quanto custa a locação de Silverstone? Quanto custa usar Montmelo (Barcelona), Suzuka, Hockenheim ou Monza? Se a atual tabela de Interlagos coloca-o no mesmo platamar de valores destes circuitos citados e que também recebem a F1 esta seria uma adequação à realidade e não um absurdo como muitos tem protestado. 

 

O outro lado da moeda diz respeito ao que se é oferecido a quem arrenda um autódromo. Quem arrenda Monza ou Silverstone ou Suzuka recebe o que? Sim, porque quem arrenda um autódromo espera poder contar com uma infraestrutura compatível com o montante de dinheiro que ele está pagando. Interlagos vai oferecer – ou oferece – uma estrutura no padrão que outros circuitos da F1 oferecem? Ou oferece uma estrutura condizente com o que vai passar a cobrar? 

 

A questão não é simples. Além de custar caro há que se responder outra pergunta: os valores que Interlagos arrecadava e que passará a arrecadar ficarão integralmente nas mãos da administração do autódromo? O autódromo de Brasília tem uma ocupação de quase 100% nos finais de semana do ano e diversos dias durante os dias úteis. Contudo, a arrecadação não fica no autódromo. Vai para a Secretaria de Esportes do DF, somado ao que os demais esportes arrecadam (se é que o fazem) e o montante é distribuído entre todos! Ou seja, o autódromo não se custeia e tem que custear o handebol, o futsal, o boliche e outros tantos esportes! 

 

 

Toninho de Souza, que foi piloto, é dono de escola de pilotagem e promotor de corridas levou o 2º golpe em um projeto de corrida.

 

Por mais racional (ou não) que seja a nova tabela, se é que o intuito é fazer com que o autódromo tenha como se custear sem que a prefeitura tenha que injetar parte do seu orçamento nele, o incabível foi o que fizeram com as 24 Horas de São Paulo, prova marcada no calendário de comemoração do aniversário da cidade, corrida que seria realizada com os portões abertos e que teve toda sua estrutura orçamentária baseada numa projeção de custos calculada sobre a tabela do ano de 2011.  

 

Antônio de Souza Filho, promotor e organizador da prova foi – mais uma vez – apunhalado pelas costas (no ano passado, ele teve um evento devidamente “sabotado” pelos dirigentes que – tecnicamente – impediram que ele promovesse um campeonato de provas de endurance no Brasil, a começar por uma corrida em Interlagos). Desta feita, o custo do aluguel do autódromo saiu de 25 mil reais para 416 mil! Um aumento de mais de 1600%! 

 

A organização não teve outra alternativa a não ser cancelar (o  anúncio fala em adiamento, mas...) a prova, anunciando esta decisão na segunda-feira, 16 de janeiro. Na quinta-feira, dia 19, numa reunião que envolveu dirigentes nacionais e locais e as pessoas “responsáveis” da SPTuris tentaram corrigir o absurdo, voltando a praticar os valores do ano anterior, quando o contrato foi negiciado para a realização da prova e que seria o eticamente correto... mas já era tarde. O esquema de organização havia sido desmobilizado e o evento, graças a incoerência dos senhores da secretaria de turismo da prefeitura da cidade de São Paulo. A FASP e a organização da prova começaram a trabalhar com uma data para agosto, mas nada ainda confirmado. Segue abaixo, o texto do comunicado oficial da organização das 24 Horas de Interlagos. 

 

Comunicado Oficial 24 Horas de Interlagos

 

Abaixo, a íntegra do comunicado:

De Antonio de Souza Filho, promotor da “24 Horas de Interlagos”
Para a Comunidade Paulista e Brasileira do Automobilismo



Prezados Senhores,


A despeito de a São Paulo Turismo ter recuado de sua intenção de cobrar uma taxa de R$ 416 mil para a realização da “24 Horas de Interlagos”, voltando a adotar a anteriormente estabelecida de R$ 25 mil, a Interlagos Eventos vem a público comunicar que a prova permanece adiada, de acordo com o estabelecido pela Federação de Automobilismo de São Paulo (FASP), pelos motivos abaixo descritos:

1 – A Interlagos Eventos tem sua equipe trabalhando desde maio de 2011 com vista à realização da “24 Horas de Interlagos”, prova aprovada pela FASP, avulsa e de caráter regional, logo, sujeita às taxas de eventos regionais;

2 – Ao longo desse período, tendo em vista a magnitude do evento franqueado ao público e parte integrante das comemorações oficiais do aniversário da cidade de São Paulo, foram contratadas diversas empresas fornecedoras de serviço e equipamento, assim como mão de obra técnico desportiva especializada e logística para a corrida em si e eventos paralelos e gratuitos de entretenimento ao público, de 25 a 29 de janeiro;

3 – Apesar de todos os preparativos por parte da organização, competidores e integrantes das estruturas de apoio e entretenimento, a Federação de Automobilismo de São Paulo tomou a decisão de adiar a prova em 16.01.2012, no que foi apoiada pela Interlagos Eventos, até que houvesse um melhor entendimento sobre a cobrança da nova taxa estabelecida em publicação no Diário Oficial de 28.12.2011;

4 – Visto o adiamento, todas as operações relativas à prova tiveram de ser suspensas com o objetivo de impedir uma escalada ainda maior do já enorme prejuízo acumulado, com destaque para a retirada do evento da grade da Rede Globo, da rompimento do acordo com a Bridgestone para fornecimento de pneus e direcionamento, por parte dos fornecedores, do etanol que seria usado na prova, além da suspensão da entrega dos tanques especiais de combustíveis e torres de abastecimento;

5 – No dia de ontem, 19.01.2012, em reunião na sede da São Paulo Turismo, o diretor de evento Everaldo Jr., substituiu a nova taxa pela antiga e solicitou a realização da prova nas datas previstas, em que pesem as graves consequências provocadas pelo adiamento, recurso extremo adotado justamente por causa da elevação de taxas estabelecida pela própria São Paulo Turismo;

6 – Embora tendo alertado o diretor de eventos sobre a dificuldade de, em tão pouco tempo, reverter uma situação tão grave, o promotor da “24 Horas de Interlagos” esteve até o final da tarde desta sexta-feira, 20.01.2012, em contato direto com chefes de equipes, pilotos, fornecedor de pneu, de etanol, emissora de TV e todas as demais estruturas de prestação de serviço e entretenimento para tentar realizar a prova;

7 – Constatou o promotor que a reversão se tornou impossível exatamente porque, entre desportistas e fornecedores, houve um efeito em cascata de desmantelamento das respectivas logísticas e estruturas, ficando claro que, em razão das idas e vindas que infelizmente atingiram em cheio o evento, a “24 Horas de Interlagos”, para a data inicialmente prevista, teria deficiência de grid, serviços e fornecimento de equipamentos;

8 – Por esse motivo, e também em razão de a São Paulo Turismo não ter se manifestado até o final deste dia sobre um formato de colaboração para a realização da prova nas datas originais, não restou outra alternativa a este promotor a não ser manter o adiamento estabelecido pela FASP e, a partir deste momento, SOLICITAR À SÃO PAULO TURISMO UMA NOVA DATA PARA A REALIZAÇÃO DA “24 HORAS DE INTERLAGOS” 2012.


Atenciosamente,


Antonio De Souza Filho
Promotor da “24 Horas de Interlagos”


A questão vai além do problema causado para a realização das 24 Horas de Interlagos: O GT Brasil tem três etapas agendadas para serem corridas em Interlagos. A Stock Car tem duas. A Fórmula Truck, o Racing Festival, o Brasileiro de Marcas tem uma etapa. A F3 Sudam costuma ter mais de uma etapa na capital paulista... E agora, com os novos preços, os calendários serão mantidos? Esta “novela” ainda terá muitos capítulos pela frente.  

 

 

O "homem que ri", o presidente da CBA, mostrou os dentes e "rosnou" em alto e bom tom para os "inimigos de Jacarepaguá." 

 

Outra agonia que o automobilismo brasileiro vem passando há alguns anos e que parece estar longe de terminar é a situação do moribundo “meio-autódromo” de Jacarepaguá. A prefeitura do Rio de Janeiro abriu licitação para a construção do “parque olímpico descartável” (porque, depois dos jogos, tudo será demolido e ali será feita a construção de prédios comerciais e residenciais e outros frutos de ganhos imobiliários). A CBA entrou com um mandato de segurança (o Presidente da CBA afirmou que faria isso em entrevista ao site dos Nobres do Grid) e o processo licitatório foi suspenso. Vejam o comunicado da CBA sobre o assunto: 

 

Justiça acata mandado impetrado pela CBA contra licitação do Parque Olímpico do Rio

 

A M.M. Dra. Roseli Nalin, Juíza da 6ª. Vara de Fazenda Pública do Estado do Rio de Janeiro, deferiu o mandado de segurança impetrado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e suspendeu o processo licitatório CO 001/2011 referente à construção do Parque Olímpico carioca. O projeto prevê a construção de instalações esportivas projetadas para a Olimpíada de 2016 exatamente na área onde está situado o Autódromo de Jacarepaguá. A licitação estava programada para acontecer hoje. Segundo o diretor jurídico da CBA, Dr. Felippe Zeraik, a magistrada enxergou no pedido da entidade os erros cometidos no processo referente à licitação ora suspensa:

"A Sra. Roseli Nalin identificou no nosso mandato um vício formal no processo licitatório que contraria o acordo celebrado com autoridades municipais, estaduais e federais que garantem a manutenção do autódromo de Jacarepaguá até que um novo local apto a receber provas de F1 seja construído e esteja em operação."

Para o presidente da CBA, Cleyton Pinteiro, a decisão de suspender a licitação do Parque Olímpico deixa claro que a Justiça está atenta aos acordos que garantem a continuidade da prática do automobilismo no Rio de Janeiro. Segundo ele a entidade não é contra a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil, mas é importante que o automobilismo não pague um preço indevido:

"Não bastasse o acordo que garante a construção de uma nova pista, não podemos aceitar que um dos principais autódromos nacionais seja destruído sem que os automobilistas cariocas tenham outro local para manter a prática do esporte e o emprego de milhares de pessoas que vivem desta atividade."

Confederação Brasileira de Automobilismo

Assessoria de Imprensa
 


Como tudo na justiça brasileira, essa discussão deve se arrastar por muito mais tempo que o bom senso permitiria e o pior de tudo é que, este ano é ano de eleições municipais... e um dos possíveis candidatos ao cargo é o “prefeito maluquinho”, o mesmo que promoveu o sucateamento do autódromo, sua parcial demolição e que parece odiar o esporte a motor. Os cariocas estão sob grande risco de ficar sem autódromo... 

 

 

Bruno Senna tem porque sorrir... depois de um demora - até excessiva - foi confirmado na Williams... mas apenas para 2012. 

 

Já o cirquinho do bom velhinho andou animado este mês. Se não em quantidade de notícias, na intensidade das que surgiram. 

 

A Williams, depois de “cozinhar o galo” em fogo brando, divulgou quem seria o “pagante” para compor a equipe. Entre os brasileiros Rubens Barrichello, Bruno Senna e o alemão Adrian Sutil, a opção foi por Bruno Senna e seus milhões da OGX e outras empresas que, dependendo da “fonte”, entraram com algo entre 18 e 30 milhões de reais pelo contrato de 1 – umazinha só – temporada ao lado do também pagante, Pastor Maldonado. 

 

Fora das pistas, o “rolo” é com os tribunais. O bom velhinho continua com aquele processo sobre o suborno no enrolado caso da venda da F1 para a CVC. Segundo as investigações, o juiz, depois de ler os autos e ouvir o decano mandachuva, perguntou diretamente: “Sr. Ecclestone, isso não é suborno?”  

 

 

"Cala-te boca", não é Bernie? O processo sobre o caso de suborno continua em andamento e todos os "dedos" apontam pra você! 

 

Donald Mackenzie, um dos sócios da empresa que comprou os direitos da categoria afirmou que a categoria tinha muitos problemas e que só a CVC poderia comprá-la. Segundo o jornal ‘Financial Times’, Mackenzie afirmou que a F1 “era um investimento muito arriscado” para a CVC, uma das cinco maiores gestoras de private equity (atividades financeiras realizadas por instituições que investem em empresas que ainda não têm ações vendidas nas bolsas de valores, com o objetivo de alavancar seu desenvolvimento) do mundo. E que a parceria com Bernie Ecclestone foi fundamental para a categoria se recuperar e se reestruturar. 

 

Quem também tem seu enrosco com a justiça é Adrian Sutil, que após o GP da China envolveu-se numa briga com Eric Lux, um dos diretores da “Nêga Genii”, vulgo Lotus. O empresário do alemão, Manfred Zimmermann garantiu a inocência de Sutil. “Nós estamos convencidos de que a corte vai chegar à conclusão de que não houve ataque intencional. Nós estamos tranquilos, então a verdade vai vir à tona”, declarou. O julgamento começou, mas pode ser suspenso pois uma das testemunhas de Sutil, Lewis Hamilton, disse que não poderia comparecer na data que lhe foi determinada por compromissos profissionais. Caso condenado, Sutil – que ainda está “a pé” em 2012 – pode pegar até um ano de cadeia! 

 

A "Nega Genii" parece gostar de viver perigosamente. Liberou Raikkonen para correr de Rally "por lazer". Olha ele em ação...

 

 

E quem não tem – ou aparentemente não tem – parece que não aprende e gosta de viver perigosamente. Depois de passar pelo problema de ficar sem seu primeiro piloto com o acidente de Robert Kubica no Rally de Andorra, a “Nêga Genii” liberou Kimi Raikkonen para participar de provas da categoria que disputou por dois anos sempre que for possível e as provas de Rally não atrapalhem o calendário da F1. Só para lembrar, Raikkonen sofreu alguns acidentes pilotando no WRC. 

 

E sempre tem gente querendo entrar para o circo do tio Bernie. O Chile anunciou na quinta-feira (26) um ambicioso projeto de construção de um complexo de esporte a motor. Assinado por Hermann Tilke, uma área distante 30 km da capital do país, Santiago será o local para a construção do complexo esportivo chamado de 'Motorpark'. A pista atenderá às especificações técnicas máximas da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e também da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para homologação. Inicialmente, o alvo é uma etapa do mundial de motociclismo, que não tem mais etapa no continente. 

 

Acima, os chilenos contratam Herman Tilke para um mega projeto. Abaixo, as obras do circuito de Austin segue em ritmo acelerado.

 

 

Da mesma forma que tem gente querendo entrar, os já presentes lutam para não sair. Interlagos vai “fechar” em agosto para fazer as obras da área de escape da curva do café. O Circuito das Américas corre para tirar o atraso das obras, que ficaram paradas por indefinição de “quem pagava o que” e agora está “vendendo cadeiras cativas”, com prazo de uso de 15 anos. A corrida americana deve acontecer... já a do Bahrein, apesar do velhinho dizer que “está tudo bem”, as pressões sociais e políticas continuam no emirado e o risco de um cancelamento não pode ser totalmente afastado.  

 

 

Rubens Barrichello moldou o banco para fazer testes com um carro da KV, equipe de Tony Kanaan na Indy... mas ainda olhando a F1. 

 

Rubens Barrichello entrou para o time dos “sem carro”, ao lado de Vitaly Petrov, Adrian Sutil, Jerome D’Ambrosio (esse vai ser “piloto de simulador – testes) e Vitantonio Liuzzi. O brasileiro vai fazer um teste em um carro da KV, equipe do amigo Tony Kanaan na Fórmula Indy, mas não há nenhuma garantia de que a equipe vá contratá-lo – além do que, a “patroa”, Silvana Giaffone, não vê com bons olhos o marido correndo nos ovais. Por incrível que pareça, Barrichello continua falando em conseguir um lugar na F1! Sinceramente, está faltando alguém que chegue junto e faça o cara “cair na real”. 

 

Os próximos dias (fechamos esta coluna no domingo, dia 29) será de apresentação dos carros da F1 para a temporada de 2012. A Caterham foi a primeira das 12 equipes que apresentou o carro em uma apresentação sem muita pirotecnia e – claro – custo. No ano passado, a equipe de Tony Fernandes foi a que mais evoluiu entre as pequenas e pretende alcançar o “fundo do pelotão da F1 de verdade” com o câmbio e o KERS da Red Bull, que vai usar neste ano. 

 

 

A Caterham, de Tony Fernandes foi a primeira equipe a apresentar seu carro para a temporada de 2012... cheia de esperanças! 

 

Pois é, amigos. Como nos Estados Unidos ninguém muda taxas de autódromos para eventos já contratados e assinados, as 24 horas de Daytona aconteceu pela 50ª vez neste último final de semana de janeiro. E depois de 24 horas –  das quais o canal Speed transmitiu 14 horas ao vivo – o Brasil foi para o ponto mais alto do pódio.  

 

 

Depois de 24 horas de muita disputa, o Ford do brasileiro terminou em 1º lugar a primeira prova de endurance do ano. 

 

O carro nº 60 pilotado por Osvaldo Negri Jr. AJ almendinger, Justin Wilson e John Pew terminou pouco mais de 6s à frente do Ford nº 8 de Ryan Dalziel, Allan McNish, Lucas Luhr, Alex Popow e Enzo Potolicchio. Para uma prova de 24 horas, foi uma diferença muito pequena, principalmente porque a disputa roda a roda entre os líderes durou algumas horas na parte final da prova, fazendo os cerca de 50 mil espectadores acampados na área interna do circuito não desgrudarem os olhos da pista. Que shows como o mostrado em Daytona sirvam de exemplo para os senhores da SPTuris. 

 

Até a próxima,  

 

 

Colaboraram para esta coluna: Maurício Paiva, Paulo Alencar, Toni Vasconcelos, Flavio Pinheiro e Fernando Paiva. 

 

Last Updated ( Sunday, 29 January 2012 23:52 )