Nobres do Grid - Hyperlink (Novembro/2011) Print
Written by Administrator   
Monday, 31 October 2011 06:19

 

Caros amigos, com os avanços das comunicações e com o advento da internet e toda a velocidade da troca de informações do mundo atual, o planeta em que vivemos – convenhamos – ficou menor que uma ervilha! Tudo que acontece nos quatro cantos do mundo chega tão rápido e a tanta gente que é difícil para qualquer ser humano normal assimilar tanta informação. Talvez, melhor assim do que morrer na ignorância. 

 

O site dos Nobres do Grid consolidou-se em muito pouco tempo e sem nenhum suporte extraordinário ou profissional, apesar de contar com alguns profissionais no elenco de colunistas, como um site de artigos e pesquisa, sem querer (e nem teria como) concorrer com os sites de notícias especializados em automobilismo.  

 

Este “detalhe”, que a muitos pode escapar na percepção, por vezes acaba sendo uma vantagem, uma vez que permite que a equipe – formada em sua grande maioria por amadores – tenha tempo de assimilar, processar e tirar suas conclusões sobre a enxurrada de notícias que chegam de todos os cantos do mundo. Assim, podemos – ou ao menos tentamos – racionalizar os fatos para evitar os arroubos. Será que funciona? Em todo caso, nos esforçamos para fazer do site algo palatável a quem lê e com credibilidade. Princípios – razoavelmente lógicos – do jornalismo até para nós, os leigos. Aceleremos então! 

 

 

No GP do Japão, uma situação rara nesta temporada: a Red Bull não era o carro mais bem adaptado à pista, mesmo com a pole. 

 

O mundial de Fórmula 1, “que acabou faz tempo”, teve três corridas neste mês de outubro, com direito a um novo mercado (ops) circuito para o “cirquinho do bom velhinho”, a Índia. Só assim para deixarem os pilotos indianos participarem das provas. Afinal, eles entram com uma grana preta e no fim das contas, alguém chega e “compra” seus lugares. 

 

Oficialmente, com o campeonato ainda não decidido, aconteceu a etapa do Japão, com algumas apreensões com terremotos e radiação, mas que os pilotos – muito bem orientados – evitaram polemizar ou divagar sobre o assunto. O circuito de Suzuka é adorado por todos os pilotos que gostam de uma boa pista, que exijam deles todo seu repertório de habilidades... mas tem um problema: falta reta!  

 

Na atual Fórmula 1, que criou o advento da vantagem artificial com a asa móvel e com o “pneu de farinha”um outro ingrediente tornou-se fundamental para que as tão desejadas ultrapassagens e a “emoção” mantenha o telespectador acordado (no caso do Brasil), no meio da madrugada: retas! 

 

 

Felipe Marra largou na frente de Fernando Alonso. Chegou a andar na frente... mas, como sempre, teve que abrir passagem. 

 

O “problema” em Suzuka é que não tem reta! O trecho de maior velocidade fica numa sequência com duas retas não muito grandes, antes da “chicane do Balestre”, aquela onde ele deu a “patriotada” depois que o Prost jogou o carro em cima do Senna em 1989. Com uma curva rápida à esquerda entre as duas, os comissários da FIA não arriscaram colocar ali o ponto para a abertura de asa (o DRS), que acabou ficando na minúscula reta dos boxes, com menos de 700 metros. 

 

O resultado todo mundo viu: Pra passar ali, mesmo tendo pneus ou motores melhores, só se a condição de desgaste de borracha fosse muito acentuada... ou se o piloto que estivesse na frente “desse muito mole”. O resultado disto foi uma prova nos moldes de “antigamente”, com as trocas de posições sendo fruto mais do que nunca, da estratégia das equipes. Exceção feita as ultrapassagens sofridas por Felipe Massa, primeiro pelo sempre “faster than you” Fernando  Alonso, depois, por uma dormida no ponto após o safety car, para o kamikase Hamilton. 

 

As McLarens mandaram nos treinos todos... até a hora de decidir a pole. Pense o amigo leitor o que quiser, mas Sebastian Vettel mostrou no Q3 que é realmente um piloto diferenciado, daqueles que vai “buscar o que não tem” em um momento único e consegue quebrar paradigmas. Assim, foi mais uma pole para sua carreira.  

 

 

Repetindo a corrida de Singapura, Felipe Massa e Lewis Hamilton tentaram ocupar o mesmo espaço no mesmo instante de tempo. 

 

Acontece que dar uma volta “acima do normal” é uma coisa, dar todas as voltas de uma corrida assim é outra e nos dias de hoje não depende apenas do piloto fazer este tipo de performance e o carro da Red Bull mostrou – pela primeira vez – não ser o melhor conjunto do final de semana. Este foi a McLaren e Jenson Button fez uma corrida simplesmente soberba. 

 

No contraponto, Lewis Hamilton e Felipe Massa voltaram a se encontrar na pista, com Hamilton aprontando mais uma das suas “arrojadas manobras”, arrancando um defletor da asa dianteira da Ferrari, que nesta altura já estava no ritmo de “marasmo pós ultrapassagem doméstica”.  

 

Vettel, que deu uma bela espremida em Jenson Button na largada, fazendo o inglês ter que por as rodas na grama, poderia ser punido, bem como Hamilton, por conta da manobra com Felipe Massa. Contudo, em nenhum dos casos nenhuma punição foi dada e o fato de que, em outras provas, por menos que isso, pilotos foram punidos, está levando a FIA a considerar a possibilidade de ter uma comissão fixa de comissários para evitar discrepâncias nas decisões... é, de vez em quando a cartolada dá uma dentro! 

 

 

No GP da Coréia, mesmo com uma reta enorme para se usar a asa móvel, as emoções acabaram logo nas primeiras voltas. 

 

Se no Japão “faltou reta”, na Coréia, com uma “retona” de mais de 1Km, deveria “chover ultrapassagens, certo? Pois é... nada! Poucas foram as ultrapassagens, apesar da asa aberta por um longo período. Qual seria a resposta para este mistério? A Pirelli deve ter uma explicação para isso e outras coisas. 

 

Pelo menos uma coisa mudou: a pole não foi da Red Bull! Lewis Hamilton quebrou a escrita do ano, mas largar na frente não é mais garantia de vitória, especialmente quando se tem o campeão do mundo a seu lado... e não deu outra: Apesar de estar largando do “lado pior” da pista, Vettel pulou na ponta e despachou a concorrência! 

 

Interessante foi a estratégia de treino da equipe austríaca, que observou o bom rendimento dos pneus mais duros e a rápida queda de performance dos mais macios, escolhidos para a etapa. Ao contrário do que se faz normalmente, a equipe poupou os duros e treinou com os macios! Na corrida – pelo menos para Vettel – funcionou. 

 

 

Com uma tática de poupar os pneus mais duros, a Red Bull (Vettel) voou na pista. Já Alonso, precisou de "ajuda" para passar Massa. 

 

Felipe Massa foi – mais uma vez – uma “vítima da fatalidade”. Depois de largar pela segunda vez na frente do Alonso, Felipe manteve-se à frente do espanhol e sem deixá-lo se aproximar... até chegar a hora de ir para os boxes. Uma daquelas “paradas especiais a lá Ferrari”, com 6 segundos ao invés de 3 e pouco seria suficiente... mas Alonso pegou tráfego na pista e não conseguiu passar. Não tem problema: outra parada e jogaram o Felipe no meio do tráfego! 

 

Mesmo com uma entrada do safety car, para embolar uma corrida enfadonha, quando relargaram, Sebastian Vettem não deu chances para aproximações e disparou para a vitória, deixando a briga pelo segundo lugar (na corrida e no campeonato) para Alonso, Button e Webber... com Hamilton ainda matematicamente com chances. 

 

 

Quando não dava para passar com a asa móvel e o kers no final da reta, alguns forçaram demais... e acidentes aconteceram. 

 

Existe um risco de que esta possa ter sido a última aparição do GP da Coréia no calendário da F1... mas já?!?! Pois é... os organizadores andaram se queixando de que o custo para fazer a prova está muito alto e foram tentar uma renegociação dos "termo$" do contrato com o bom velhinho... é, passaram a cuia na ponte errada! No fluxograma de tio Bernie, dinheiro só entra, nunca sai! 2012 ainda pode se salvar, mas a corrida da Coréia desponta como forte candidata à ceder o lugar para a 2ª prova americana, em New Jersey. 

 

Assim como estreou a Coréia no ano passado, com o autódromo concluído praticamente em cima da hora, o circuito de Buddh, na India,  teve seu ‘debut’ com direito a frustrações, como a do piloto da Lotus Karun Chandhok que sonhava em correr o GP local, como vai acontecer com seu compatriota, Narain Karthikeyan, que vai correr – no termo figurativo – com a Hispania.  

 

 

Assim como foi com autódromo da Coréia no ano passado, o autódromo da India também só ficou pronto às vésperas da corrida. 

 

Narain participou apenas da primeira sessão de treinos, junto com outros “compatriotas”... alguns simpáticos cachorrinhos que invadiram a pista e cegaram a paralisar o treino para que os funcionários do autódromo pudessem correr atrás dos “intrusos” e os retirassem da pista. Vale lembrar que, em seu ano de estréia na F1, Bruno Senna atropelou um cachorro nos treinos para o GP da Turquia. 

 

Voltando à normalidade e aos treinos, aconteceu o normal: pole para Sebastian Vettel! A 13ª deste ano e sem – talvez – a maior ameaça, uma vez que Lewis Hamilton recebeu uma punição por não respeitar uma bandeira amarela nos treinos livres e perdeu três posições no grid, mostrando que o subjetivo julgamento dos comissários de pista não são exclusividade dos comissários da CBA. 

 

 

Alegria e decepção na India: Chandhok não correu o GP de casa... mas outros "indianos" ocuparam a pista e chamaram a atenção. 

 

Na corrida, o problema da reta grande e a falta de ultrapassagens – pelo menos entre os carros de ponta – ocorrido na corrida da Coréia, repetiu-se na India. Talvez uma parte desta conta possa ser depositada na pista extremamente suja. Afinal, o autódromo foi entregue praticamente em cima da hora. 

 

Assim como na etapa anterior, Sebastian Vettel largou na ponta, impôs um ritmo forte logo de cara e não permitiu que a concorrência se aproximasse. Foram alguns recordes de volta, inclusive na última volta da corrida. Jenson Button fez uma grande largada e ao final da primeira volta em 2º lugar. Não foi por falta de tentativa, mas ali ele teve que ficar. 

 

O grande momento da prova acabou sendo protagonizado, mais uma vez, por uma disputa entre Felipe Massa e Lewis Hamilton... que – claro – tinha tudo para dar errado. E deu! Hamilton tentou passar no final de uma retinha após a reta oposta, a grande. Felipe fechou a porta e o inglês “deu na roda” do brasileiro. Sem patriotada, pela câmera on board deu para ver que o Hamilton forçou a barra. 

 

 

Na corrida, um "misto" das duas últimas provas: Vettel 'despachando' a concorrência e mais um "encontro" entre Massa e Hamilton. 

 

Ao contrário do que aconteceu no Japão, foi Hamilton quem teve o maior prejuízo, quebrando a asa dianteira e tendo que trocá-la. Massa rodou, mas – aparentemente – sem um grande dano. O dano quem causou foi o “comissário convidado”, Johnny Herbert e os comissários que impuseram um ‘drive trough’. Massa ainda voltou na frente de Hamilton, mas – assim como aconteceu no Q3 – Massa pegou uma “quina de zebra”, muito menor que as “cotas topográficas da chicane do milhão”, mas o suficiente para quebrar as suspensões dianteiras da Ferrari (no treino foi a direita, na corrida, a da esquerda). 

 

Vettel conquistou sua 11ª vitória na temporada, com Jenson Button em segundo e Alonso, que superou Mark Webber na estratégia, completando o pódio. Interessante foi a recusa de Webber em receber ajuda para conquistar o vice campeonato. Mesmo que a equipe quisesse, o australiano precisa ao menos andar em 2º para que o campeão Vettel possa fazer tal cortesia.   

 

Os já decididos campeonatos da F3 sulamericana, tanto na categoria principal como na light tiveram apenas a etapa de Brasília disputada. A etapa da Piriápolis, no Uruguai, foi cancelada... bem, se na Argentina, quem completou o esquálido grid foram os pilotos locais, no Uruguai ou não houve interesse dos uruguaios e/ou os argentinos não toparam bancar a conta novamente...e assim o campeonato se arrasta tristemente. 

 

 

Fabiano Machado venceu as três provas em Brasília. Das 21 etapas disputadas, o piloto da Cesário Formula venceu 16! 

 

Em Brasília, Fabiano Machado teve trabalho com Fernando Kid Resende, mas venceu as três corridas disputadas no final de semana da capital federal. Apesar da cara feia e das ameaçadoras nuvens, não choveu durante as provas... disputadas por apenas sete carros. Apesar do campeonato já estar decidido e da prova de Interlagos ser apenas uma “exibição”, as etapas não disputadas em Piriápolis serão disputadas aqui mesmo no Brasil em local a definir. 

 

Nas categorias nacionais, mais uma polêmica estourou. Desta vez na etapa de Campo Grande do Itaipava GT Brasil, quando Daniel Serra foi punido com uma passagem pelos boxes – e posteriormente excluído da prova – por ter, segundo a análise dos comissários, ter tocado a traseira do carro de Claudio Ricci. Pelas imagens da TV, não parecia haver dúvidas, mas a equipe mandou Serra continuar na pista.  

 

 

O circo dos "carrões" foi pela primeira vez para Campo Grande... e empolgou um público recorde nas provas do sábado e Domingo. 

 

Depois da prova, o piloto da Via Itália levou as imagens da câmera on board que mostrava que ele não havia tocado o adversário. Numa atitude de extrema lisura e humildade, os comissários retiraram a punição e confirmaram o terceiro lugar dele e de Chico Longo na prova do Domingo, a que foi vencida por Valdeno Brito numa disputa que chegou a envolver seis carros na segunda metade da prova. Não podemos deixar de perguntar: será que isso aconteceria na Stock, onde quem manda é a TV? 

 

O campeonato, após as duas etapas em Campo Grande (que lotou o autódromo) ainda tem a liderança de Valdeno Brito e Matheus Stumpf, seguidos pela família Negrão, com apenas 14 pontos de diferença. A próxima etapa vai ser disputada em Londrina (tomara que tenham arrumado o asfalto com a devida antecedência), no dia 13 de novembro. 

 

 

Valdeno Brito e Mateus Stumpf continuam líderes, mas o paraibano teve muito trabalho para segurar um batalhão de adversários. 

 

Já que mencionamos a Stock, as etapas de Londrina e Brasília foram completamente distintas... e ambas complicadas! 

 

Em Londrina o calor estava de “derreter o asfalto”... literalmente! A prefeitura, dona do autódromo, atendeu as exigências da VICAR, de refazer diversas partes do asfalto antes da etapa local, não apenas da Stock, mas de todos os eventos satélites (Copa Montana e Mini Challenge). O problema é que o trabalho foi concluído na semana da prova, não havendo tempo para a “cura” do asfalto. Com o calor, o mesmo começou a esfarelar e se desmanchar.  

 

Foi um horror! Teve treino cancelado, muita reclamação de equipes, pilotos e da própria VICAR. Nestas horas, apontar culpados é muito fácil, mas onde estavam os organizadores do evento que não foram fazer uma vistoria 30 dias antes da prova? Havia um “plano B” para, caso a etapa não pudesse acontecer, correrem em outro lugar? Se a pista era problemática, porque marcar uma das etapas do playoff justamente para lá?  

 

No calendário anual da CBA a única categoria que tem “playoff” é a Stock. A coisa poderia ser mais racional, colocando as 4 últimas provas em locais onde as pistas não são problemáticas. Agora, se a própria CBA não atenta para o fato de que marcou para o mesmo final de semana, no mesmo estado, uma etapa do Brasileiro de Endurance (que acabou esvaziada e cancelada), não dá para eximir ninguém de culpa. Na noite do sábado para o domingo deram uma “meia-sola” no asfalto para minimizar o estrago e as três corridas poderem acontecer no dia seguinte. 

 

 

Apesar do asfalto ter comprometido a performance dos carros, Cacá Bueno e Ricardo Maurício protagonizaram um grande duelo. 

 

Apesar de tudo isso,a corrida foi boa, com uma disputa emocionante, com muitas trocas de posições entre Cacá Bueno em Ricardo Maurício na luta pela liderança. No final, Cacá levou a melhor, chegando com Maurício embutido em sua traseira. Max Wilson fechou o pódio e quem ficou no prejuízo foi Thiago Camilo, que tinha uma vantagem enorme nas 8 primeiras provas e com a segunda “zerada” no Playoff praticamente deu adeus às chances de título. 

 

Em Brasília a prova foi de baixo de água... muita água. Tanta água que o diretor de prova, Mirnei Piroca, só autorizou a largada com o safety car... e mesmo assim, após seis voltas, com total bom senso e tendo ouvido a opinião via rádio dos pilotos e do carro de segurança, interrompeu a prova. Ah, foi o caos na TV! E agora? Como é que a gente vai “arrumar a grade”, tem algum torneio amador de peteca ou frescobol na praia, onde não estava chovendo? 

 

Com a diminuição da chuva, depois de alguns minutos a corrida foi retomada... com um complicado do tipo “tudo que a Globo não quer”, com as posições de pista não mostrando a realidade devido as correções de tempo e que depois a cronometragem teria que corrigir as posições. Apesar disso, no final, a confusão nem foi tão grande. 

 

 

Em Brasília, Valdeno Brito fez as pazes com a vitória na categoria numa corrida que certamente "irritou os 'donos' da categoria". 

 

Valdeno cruzou a linha de chegada na frente, seguido por Khodair, que teve uma pane seca na volta final. O piloto da Vogel não foi o único. Max Wilson e Ricardo Maurício também tiveram problemas com o combustível e sobrou para Thiago Camilo empurrar o piloto da RC até a bandeira quadriculada, tipo o que Pace e Anísio receberam com o KG Porsche nos anos 60. 

 

Depois do trabalho da cronometragem, Valdeno manteve a vitória, seguido por Khodair e por Cacá Bueno, que desbancou o terceiro lugar de Giuliano Losacco. Ricardo Maurício contou com um empurrão de Thiago Camilo para terminar em quinto, enquanto Marcos Gomes foi o sexto. Felipe Maluhy, David Muffato, Tuka Rocha e Rodrigo Sperafico completaram os dez primeiros. 

 

No campeonato, Cacá Bueno soma 271 pontos, contra 258 de Ricardo Maurício e 248 de Max Wilson. No entanto, contando com um descarte, o piloto da Red Bull chega aos 255 pontos, contra 248 de Wilson e 246 de Maurício. Tudo que Cacá precisa fazer para ser campeão é chegar em segundo no Velopark. Sobre o “outro filho do Carlos Col e do Maurício Slaviero – o brasileiro de marcas – a gente fala no mês que vem. 

 

 

No autódromo de Guaporé, onde a emoção para pilotos e torcedores é garantia, Benavides não abriu para Giaffone como na F1. 

 

Na Truck, Valmir Benavides venceu a etapa da charmosa Guaporé... após a prova ter sido encerrada  cinco minutos antes do tempo devido ao grave acidente de Luiz Lopes, que ficou sem freios, atravessou uma placa publicitária e caiu de um barranco de 4m de altura. O piloto foi levado ao hospital e passa bem. 

 

Diumar Bueno largando na pole-position pela primeira vez na carreira enrolou-se na largada e tocou-se com Adalberto Jardim, deixando a ponta com Roberval Andrade, que logo foi abrindo frente... até a uruca bater novamente e na nona volta o caminhão do timão abrir caminho para o Isgué herdar a liderança. 

 

O piloto do caminhão número 2 seguia tranqüilo rumo à bandeirada até que ocorreu algo que era uma questão de tempo e oportunidade para acontecer: Luiz Lopes – o outro caminhão do Corinthians – ficou sem freios, atravessou a pequena barreira de proteção voou sobre o guard rail e despencou de uma altura de quatro metros para fora do perímetro da pista. O piloto foi levado ao hospital, e a equipe médica constatou que não houve nenhuma fratura grave. Este ponto foi fotografado e alertado o risco pelo Raio X feito no autódromo em 2009. Leia a matéria clicando na foto abaixo. 

 

 

O segundo 'caminhão do timão' ultrapassou a barreira de pneus e o guard rail, caindo pelo barranco que circunda a pista. 

 

A corrida foi encerrada, e Valmir Benavides, declarado vencedor. Felipe Giaffone terminou em segundo, seguido por Geraldo Piquet. Com o resultado, Giaffone assumiu a liderança do campeonato, com 90 pontos, apenas um a mais que Geraldo Piquet. Benavides aparece em terceiro, com 74. A próxima etapa da F-Truck é dia 6 de novembro, em Curitiba. 

 

Correndo mundo a fora, giremos eletrizantes etapas do mundial de Rally, tivemos duas etapas – França e Espanha – e o campeonato simplesmente pegou fogo! A vantagem de Sebastien Loeb que este pobre amador previu estar com as mãos no título sumiu (e eu mordi a língua). 

 

 

Mikko Hirvonen aproveitou-se dos problemas do líder, Loeb, e - com uma ajudinha do companheiro de equipe, empatou na liderança.  

 

Uma mancada histórica (um erro na montagem do motor) provocou a quebra e o abandono de Loeb ainda no primeiro dia do rally da França, deixando para “o outro Sebastião”, o Ogier a responsabilidade de manter a “equipe da casa” como líder... e não foi fácil. Daniel Sordo e um Mini cada vez mais ajustado liderou por boa parte das especiais. Enquanto isso, a Dupla da Ford seguia fora mesmo do pódio. 

 

No final, Ogier conseguiu sobrepor-se à Sordo e venceu, mas a combinação de resultados foi péssima para Loeb – e ótima para o campeonato. Peter Solberg, o terceiro colocado, foi desclassificado por conta do peso. O carro estava 4 Kg abaixo do peso mínimo. Na Ford, rolou novamente aquele “arranjo a lá Ferrari” e Jari-Matti Latvala abriu passagem para Mikko Hirvonen e esta combinação deixou Loeb e Hirvonen empatados na liderança, com Ogier a apenas 3 pontos. 

 

 

Sebastien Ogier, vencedor do Rally da França, mesmo estando a apenas três pontos dos líderes... mas foi preterido pelo time. 

 

Para a etapa seguinte, a Citroen tratou de deixar claro que o homem para o título seria Loeb, algo certamente desestimulante para Ogier. Com a pontuação como a da F1, 3 pontos não são nada. O resultado disso – pode até ter sido uma coincidência – foi uma atuação apática no rally da Espanha. Tudo bem que um pneu furado atrapalha, mas um outro problema de motor (dois em duas provas seguidas).  

 

Loeb venceu a etapa espanhola, mas Hirvonen foi o segundo e com o abandono, Ogier ficou alijado da disputa pelo título uma vez que falta apenas mais uma etapa (Grã Bretanha) para o final da temporada. Entre Loeb e Hirvonen, está tudo em aberto, mas o francês lava vantagem em número de vitórias e uma vitória do finlandês caso Loeb seja o segundo, não bastará para impedir o octacampeonato. 

 

 

Na Espanha, apesar dos problemas, Sebastien Loeb fez as pazes com a vitória... mas Hirvonen foi o segundo e a luta continua. 

 

Indo para o asfalto, o WTCC correu numa das configurações de pista curta de Suzuka a primeira das suas três etapas no oriente. Assim como a pista grande foi para a F1, a pista curta foi um problema para quem tentou ultrapassar alguém... e em se tratando de ser o WTCC, lógico que as tentativas terminaram – em sua maioria – em toques, batidas e carros fora da pista e da prova. 

 

Na corrida 1, Alain Menu mostrou que não está na equipe apenas para ser um coadjuvante da disputa entre seus companheiros – Robert Huff e Yvan Muller – que estão disputando o título. Menu largou na pole e largou bem, evitando a confusão que se instalou atrás dele. O Volvo de Dahlgren foi acertado na traseira e o piloto foi parar nas barreiras de proteção antes mesmo da primeira curva. Enquanto isso, ocorriam dois outros acidentes no pelotão intermediário. 

 

 

Na corrida 1, nem Yvan Müller, nem Robert Huff. Foi o suiço Alain Menu quem venceu no circuito curto de Suzuka. 

 

Yvan Muller deu uma escapada de pista e com isso perdeu posições. Com isso, a Chevrolet não conseguiu fechar o já tantas vezes conquistado 1-2-3 na prova, com Kristian Poulsen intrometendo-se entre os Cruze. 

 

Na prova 2, com o grid invertido, mais uma vez tivemos confusão na largada... e tivemos uma atuação brilhante do veterano Tom Coronel. O Holandês resistiu aos ataques de Yvan Muller – que chegou a colocar o carro lado a lado com a BMW de Coronel por algumas curvas – mas a tenacidade do veterano levou-o à vitória e ao terceiro triunfo de um carro sem ser um Cruze em 20 provas disputadas este ano. 

 

 

Tom Coronel é aquele tipo de piloto que tem todo o grid como amigo e sua vitória na prova 2 foi muito bem vinda. 

 

A próxima etapa do WTCC está marcada para os dias 4, 5 e 6 de novembro, no circuito de Xangai, na China. Yvan Müller é o líder do campeonato, com 363 pontos e uma vantagem de 13 pontos para o segundo colocado, Robert Huff, que diminuiu um pouco após esta rodada dupla. 

 

No DTM a fatura foi liquidada e bem liquidada na primeira das duas etapas disputadas neste mês, em Valência – no circuito permanente, não na pista do porto, usada na F1. Mattias Ekström venceu a etapa – a terceira das últimas quatro corridas até então – mas a comemoração, ficou mesmo por conta de Martin Tomczyk, o novo campeão da categoria, que terminou em terceiro. O alemão  já não poderá ser alcançado por Bruno Spengler, que com esta vitória do sueco perdeu a segunda posição na tabela de pontuação.

 

 

Em Valência, com uma prova de antecedência, Martin Tomczyk "liquidou a fatura" no DTM com uma performance impressionante. 

 

Ekström fez uma corrida à parte. Assumiu a ponta e despachou a concorrência, mantendo a liderança por toda a corrida. Com 5s de vantagem em relação a Filipe Albuquerque, o sueco de 33 anos não teve dificuldade para garantir a vitória. Apesar de ter sido a terceira vitória de Ekström em quatro corridas, não havia mais tempo hábil para tirar a diferença para Tomczyk na classificação.  

 

Os outros ocupantes do pódio na etapa espanhola também merecem destaque: Felipe Albuquerque, que corre com um carro da velha especificação do DTM e ficou na primeira vez no pódio e Tomczyk fez uma grande corrida, largando da décima posição, escalou o pelotão até chegar em terceiro – com a ajuda de um bom trabalho de pit-stops – Detalhe: Tomczyk tornou-se o primeiro piloto a conquistar o título com o carro de especificação antiga. 

 

Na etapa de encerramento, em Hockenheim, a Mercedes venceu a última prova antes da renovação dos modelos para a temporada de 2012. Jamie Green conquistou sua primeira vitória no ano e sua sétima na carreira no DTM. Largando da segunda posição, o inglês ultrapassou o pole-position Miguel Molina logo na primeira curva da prova para assumir a liderança, onde permaneceu sem ser ameaçado até o final das 38 voltas, numa corrida sem grandes emoções. 

 

 

No encerramento do campeonato, em Hockenheim, Jaime Green reencontrou-se com a vitória antes das mudanças no DTM. 

 

Na quinta volta, a vantagem de Green para os demais concorrentes já era de 2s5, e esta foi aumentando até chegar na diferença de 7s imposta sobre o segundo colocado, Martin Tomczyk, que terminou o ano com 20 pontos de vantagem sobre o vicecampeão – Mathias Ekström – que foi apenas o sexto colocado nesta etapa. Considerando-se que a pontuação é a mesma da F1 de poucos anos atrás, com 10 pontos para o vencedor, 8 para o segundo e 6 para o terceiro, é muita coisa! 

 

Seguindo para a América do Norte, a Nascar teve 5 etapas do seu “chase” para a definição do título... que está cada vez mais distante das mãos do pentacampeão Jimmie Johnson. 

 

Nas provas de Dover e do Kansas, a consistência do campeão fez parecer que era uma questão de tempo para que ele assumisse a ponta do campeonato e deixasse aquele ar de frustração na concorrência e no público, que não é muito fã do “estilo técnico e pragmático” de Johnson. 

 

Parece que a “torcida contra” deu certo este ano. As provas seguintes, em Charlotte e Talladega foram ruins para Johnson... Talladega foi desastrosa e a combinação de resultados acabou não só afastando o campeão da ponta de cima da tabela como passou a preocupar os organizadores da categoria. 

 

 

Na NASCAR, a regularidade de Carl Edwards vem mantendo o piloto na liderança do 'chase'. Os organizadores pensam em mudanças. 

 

O problema é que – se é que isso é um problema – a regularidade de Carl Edwards, que venceu apenas uma corrida na temporada inteira e nada no “chase” vem se aproveitando da oscilação dos seus adversários. Este ano a categoria ainda criou um meio de estimular as buscas por vitórias, dando o direito dos dois pilotos com mais vitórias e que estivessem entre o 11º e o 20º lugar pudessem participar do “chase”. 

 

A prova que fechou o mês, em Martinsville, é daquelas disputadas naqueles ridículos “ovinhos” – no menor deles, diga-se de passagem – com os carros fazendo “acelera, freia, vira para a esquerda” durante horas e horas e 500 voltas! Como a chuva não deixou ter treino, os 12 pilotos do “chase” ocuparam as seis primeiras filas.  

 

Não sei se foi por isso, mas a prova acabou sendo diferente do que normalmente o é... deu até para assitir! Conhecido por provas amarradas, não fugiu à regra: foram 17 bandeiras amarelas em quase quatro horas de provas. 13 pilotos chegaram a ocupar a liderança. E, no final, Tony Stewart – que ainda luta para se manter na briga pelo título – venceu fazendo uma ultrapassagem impressionante para cima de Jimmie Johnson, por fora, faltando 3 voltas para o fim, e conquistando sua terceira vitória no “chase”. 

 

 

Nas nove etapas do 'chase' disputadas até agora, Tony Stewart venceu três delas e é o maior perseguidor de Carl Edwards. 

 

Carl Edwards, que terminou em 9º, ainda lidera, com 8 pontos de vantagem para Tony Stewart. Kevin Harvick é o 3º, com 21 pontos de desvantagem, Brad Keselowsky tem 27, em 4º, Matt Kenseth, 36 em 5º e Jimmie Johnson 43 pontos atrás, em 6º. Faltando apenas três provas para o final da temporada, provavelmente teremos outro campeão este ano.

 

Bem... para o final ficou a Indy. Poderia falar sobre a prova do Kentucky e a “inversão da vantagem” imposta por Will Power sobre Dario Franchitti e que o escocês precisou de apenas uma etapa em oval para não apenas tirar os 11 pontos de desvantagem para impor 18 pontos de vantagem antes da etapa derradeira, em Las Vegas. Mas os acontecimentos da etapa de encerramento precisam ter uma reflexão mais devida e profunda. 

 

 

muitos carros, curvas muito inclinadas e os carros andando em bloco, roda a roda... não demorou muito para a tragédia ocorrer. 

 

Muito se falou ao longo destes dias que se seguiram após uma das tragédias mais dantescas que se pode ver nos últimos anos em uma corrida. As cenas apavoram: carros voando, explodindo, pilotos sendo verdadeiros passageiros de uma agonia que se muito durou 20 segundos, mas que para eles certamente parecia não ter fim.  

 

As cenas que correram o mundo, no mínimo, levaram a todos aqueles que amam o automobilismo no mínimo a uma reflexão: terá sido uma fatalidade ou uma irresponsabilidade colocar 34 carros como os Dallara no oval de Las Vegas, com sua milha e meia (isso é uma milha a menos que Indianápolis, onde largam 33 carros), com curvas de até 20º de inclinação e uma velocidade média na casa dos 350 Km por hora. 

 

 

 

Dan Wheldon e Will Power voaram - literalmente - sobre os adversários e um mar de destroços, combustível e chamas!  

  

Nas primeiras voltas o que se viu foram os carros andando, no meio do bolo, em fila tripla... isso pode ser bom para os “tanques de guerra” da NASCAR, mas os expostos monopostos, com suas rodas, aletas e aerofólios eram um enorme risco... e a tragédia consumou-se na 12ª volta, com 15 carros batendo, voando, explodindo, se despedaçando... 

 

Ninguém pode acusar a Dallara de não produzir um carro que seja capaz de resistir às exigências das corridas em ovais onde os carros conseguem chegar perto dos 400 Km/h, especialmente em caso de acidentes em ovais. Contudo, a sucessão de toques, rodadas e “decolagens” nos dão sim, o direito e mesmo o dever de questionar as pessoas que fazem a categoria e em especial o todo poderoso Randy Bernard,  

 

 

 

O carro de Dan Wheldon foi contra a grade de proteção, o "Santo Antônio" foi arrancado... ter morrido "apenas 1" foi uma sorte. 

 

Muita gente, de dentro e de fora do meio da Indy, do presente e do passado abriram a boca para falar sobre o assunto. Gente que criticou duramente, gente que defendeu e colocou a culpa no “azar”, que chamou de “fatalidade”. Contudo, se formos nos ater apenas aos fatos, certas coisas não podem ser negadas: O ‘Santo Antônio’ do carro de Dan Wheldon não o protegeu da batida contra a grade. Foi deformado!  

 

Em qualquer acidente que vimos na Fórmula 1, e aquele de Robert Kubica no Canadá é um dos que vem logo à memória por conta do estado que o carro ficou e como Kubica quase nada sofreu. Daí achar que os carros os carros da F1 são muito mais resistentes que os da Indy pode ser um engano. Quem não lembra do acidente de Ralf Schumacher em Indianápolis... e o carro só fez meia curva do oval antes de bater no muro!

 

 

A forma que os pilotos homenagearam o companheiro falecido a caminho do hospital foi um triste fechamento de campeonato. 

 

Dan Wheldon não pode apenas “fazer história por 15 minutos”. O que aconteceu em Las Vegas tem que ser usado como um ponto de partida para uma verdadeira revolução dos carros da categoria (e os outros monopostos também, porque não), a começar pelo carro que vai estrear no ano que vem e que vinha sendo testado justamente por Dan Wheldon. 

 

O campeonato da Indy terminou este ano sem festa, sem glamour e justamente na “cidade onde a festa não termina”. Dario Franchitti chorava copiosamente a perda do amigo. Certamente ele trocaria todos os seus títulos pela vida do companheiro de tantos momentos em sua vida. Tony Kanaan era o líder da prova... mas esta vitória ele certamente ia preferir esquecer à lembrar das circunstâncias como ela aconteceu. Wheldon fazia uma corrida em busca de um prêmio de 5 milhões de dólares que era o grande atrativo da prova. No final, os pilotos foram para a pista e, em formação, deram 5 voltas. 

 

 

Dan Wheldon era um piloto querido por todos e as homenagens foram e serão grandes... mas o que será feito a partir de agora? 

 

E como se não fosse desgraça suficiente, na semana seguinte, na Moto GP, um jovem valor – Marco Simoncelli – sofre um estranho acidente onde cruzou a pista e foi atingido por Colin Edwards e Valentino Rossi. Seu capacete foi arrancado e o corpo ficou estendido na pista (no resgate, os socorristas ainda cometeram o absurdo de deixar o piloto cair da maca!!! Porque a ambulância não entrou na pista?). 

 

 

Marco Simoncelli era um jovem que vinha cativando o mundo da motovelocidade. Sua saída de cena tão cedo foi um golpe. 

 

Ao invés de dizer que foi um mês para esquecer, prefiro dizer que foi um mês para nos lembrarmos para sempre... e aprendermos as lições!       

 

Até a próxima,   

 

Colaboraram para esta coluna: Paulo Alencar, Mauricio Paiva, Willy Möller e Fernando Paiva.  

Last Updated ( Tuesday, 01 November 2011 10:11 )