Olá fãs do esporte a motor,

Conseguimos ajustar as agendas e estaremos juntas durante todo o final de semana da 500 Milhas de Indianápolis este ano. Eu cheguei umas duas horas antes da Maria aqui no aeroporto, tempo suficiente para arrumar a maquiagem, dar um capricho no look e colocar um saltão 15 antes da diva negra chegar para irmos buscar nossas credenciais no Indianapolis Motor Speedway juntas, elegantes e poderosas. Quem lembra do que houve dois anos atrás?Parecíamos a princesa (ela) e a plebeia (eu). Desta vez, não amores...

Como eu esperava, Maria arrancou olhares no saguão do aeroporto e fomos buscar nosso Ford Edge no estacionamento para seguirmos até nosso "quartel general", a pouco mais de 1 Km do oval, mas, claro, seguindo a cultura local, fomos de carro buscar nossas credenciais e dessa vez entramos juntas, divinas, maravilhosas e perfumadas na sala de imprensa onde nossos amigos da organização nos receberam calorosamente.

Não havia muito o que ser feito na quarta-feira, apenas aproveitamos para dar uma volta pelas instalações do autódromo para nos situar com nossos locais de trabalho e com os ajustes de pauta que precisaríamos fazer uma vez que nosso querido Fernando não estaria aqui conosco. Como não haveria atividades de pista na quinta-feira, nos programamos para eu ficar nas garagens, entre as equipes e a Maria iria fazer uma visita com calma ao Museu de Indianápolis, por onde ela passou correndo em 2017.

 A sala de imprensa estava num ritmo devagar nesta  quarta-feira, mas nos próximos dias a coisa vai ferver por aqui.

Nossos bons amigos do centro de imprensa nos convidaram, mais uma vez, para jantarmos juntos esta noite. Antes que a Maria começasse a explicar que não poderíamos ir, eu interrompi e disse que seria um prazer estar novamente com nossos amigos. Afinal, cortesia profissional e gestos de amizade não são assédio, mesmo que algumas pessoas não tenham capacidade mental para entender a diferença.

Logicamente que eles estavam curiosos por nossas expectativas e frustrações em não ver Fernando Alonso largando para as 500 Milhas, o que não era uma lamentação apenas nossa, mas de praticamente toda mídia americana que gostaria de ver o espanhol dar outro espetáculo como fez em 2017, apesar de todos acharem que ele e Zak Brown tinham feito uma aposta muito arriscada na montagem do esquema para a disputa deste ano.

 O ambiente na sala de imprensa é sempre animado quando encontramos os meninos mais divertidos como o Paul e Joe.

Particularmente adorei encontrar meu querido Joe Crowley, Diretor (acho) de mídia da NASCAR, que sempre me deu muita atenção nas idas a Fontana e Sonoma nos últimos anos. Ele juntou-se a nós foi ótimo ver o pessoal da Indy e da NASCAR juntos. Eles não tem essa coisa de competição, querem que as duas categorias cresçam (ao menos é o que dizem um para o outro hahaha).

O que nos surpreendeu foi ouvir perguntas deles sobre o GP Brasil de Fórmula 1 e a construção do autódromo do Rio de Janeiro. Isso veio ser notícia até aqui, acreditem. O que poderíamos dizer? Apenas que as coisas não são simples no Brasil e que, particularmente, tanto eu quanto a Maria não achávamos que a Fórmula 1 sairia de São Paulo. Maria ainda foi mais longe, dizendo que era mais fácil voltarem para Indianápolis, deixando o COTA do que ver a corrida no Rio.

Voltamos cedo para o hotel, precisávamos nos organizar e na quinta-feira estarmos devidamente uniformizadas e com nossos credos a postos. A previsão é de grandes possibilidades de chuva no sábado e no domingo!

Amanhã, preparem-se para um tour no Museu com a Maria.

Beijos de Indianápolis,

Catarina Soares

Quinta-Feira, 23 de maio.

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, eu levantei às 06:00, animadíssima, com algumas margaritas a menos na cabeça e pronta para um dia especialíssimo. Queria ser a primeira (algo impossível, eu sei) a chegar no Museu do Indianápolis Motor Speedway para aproveitar tudo o que eu pudesse desta quinta-feira onde hoje, amanhã e sábado o Indianapolis Motor Speedway Museum e o Indianapolis Motor Speedway hospedarão mais de 60 carros de corrida históricos da Indy 500 e seus atuais proprietários, pilotos e mecânicos para uma exposição uma volta de exibição na pista de corrida mais famosa do mundo. Logicamente não deixaria de passar pelo “Historic Gasoline Alley” no estacionamento leste do Museu para ver os carros e conversar os nossos participantes VIP.

Indianápolis é uma festa todos os anos e dentro das festividades, os veículos históricos, representando o período de 1911 a 1994 nas 500 Milhas de Indianápolis, levarão à pista para mostrar a aventura, a emoção, a inovação automotiva e a engenharia das disputas que aconteceram no Brickyard desde a primeira corrida de 500 milhas.

A história do automóvel é a história da América moderna, e o IMS, que começou como uma pista de testes, estava lá desde os primeiros dias. Até a própria cidade rivalizou com Detroit como um centro de fabricação de automóveis nos primeiros anos.

 Alguns carros centenários estão expostos em perfeito estado no museu que pode ser visitado todos os dias do ano.

A corrida moderna, especialmente a IndyCar, tem tudo a ver com engenharia, matemática e ciências. É também sobre diversas culturas – pilotos vem hoje vêm de todo o mundo. E as características do Indy 500, desde a chamada para “ligar os motores” até as primeiras voltas após a bandeira verde é o começo de um dos mais inspiradores e impressionantes eventos esportivo do mundo, de qualquer esporte.

Eu andei extasiada com os carros, com a limpeza, a organização. Chegar no museu antes da oito da manhã (apesar de alguns protestos) fez com que eu conseguisse, com a credencial de imprensa, entrar uma hora antes da abertura para o público e pudesse fotografar com calma os carros.

 Não apenas de monopostos está composto o acervo do Hall da Fama, o Museu de Indianapolis.

Depois de aberto para o público, isso seria praticamente impossível num final de semana de 500 Milhas. Mas o fato de estar lá dentro, permitiu que eu pudesse assistir uma das primeiras sessões de um filme de 8 minutos sobre o IMS. Pode parecer pouco, mas o filme é muito bem feito e mostra todas as etapas da evolução do mítico oval que recebe mais de 300 mil expectadores no seu mais importante evento. 

O museu tem exposições permanentes e está aberto praticamente todos os dias, neste período, das 9 da manhã até às 5 da tarde. Temos exposições especiais, como a que fizeram este ano para a família Andretti, com quem iremos jantar na sexta-feira, como foi em 2017.

 Aqui estao expostos os carros com os quais A.J. Foyt venceu suas 4 edições das 500 Milhas de Indianapolis.

Enquanto Catarina ficava no Indianapolis Motor Speedway, atendendo alguns de seus pacientes, eu fui até o Lucas Oil Raceway, um outro circuito, cerca de uns 10 Km do IMS para ver as outras duas corridas do dia, em uma delas, na USF 2000, correm Eduardo Barrichello e Bruna Tomaselli. Hoje foi a classificação e teremos as corridas na sexta-feira e no sábado. Barrichello ficou com o nono tempo, e Bruna com o 14°. Mas o que Catarina terá feito no IMS?

Muito Axé pra todo mundo,

Maria da Graça

Olá Fãs de Indianápolis!

Passei o dia cuidando dos meus pacientes neste dia em que as atividades de pista ficaram por conta do passeio dos carros históricos palo circuito entre os dois treinos – livres e classificatórios – para a Freedom 100, corrida da Indy Lights que acontecerá na sexta-feira e que terá o brasileiro Lucas Kohl colocando as rodas pela primeira vez no oval mais famoso do mundo.

A agenda foi cheia hoje, com Tony Kanaan, Will Power, Marco Andretti e Josef Newgarden. Também tive a oportunidade de conversar com o lendário A.J. Foyt, dono da equipe que leva seu nome e que tem Tony Kanaan e Matheus Leist como pilotos e que este ano, a exceção do surpreendente resultado de duas semanas atrás, quando Matheus foi o 4° colocado, não vem conseguindo classificar bem os brasileiros.

Mister Foyt foi muito atencioso e estava bastante otimista com relação a corrida. Ele disse que Tony Kanaan tem a chance de vencer a corrida deste ano. Ele acredita que em Indianápolis experiência pesa e que Kanaan é um veterano de 22 anos da Indy, tendo sido o vencedor em 2013 quando poucos acreditavam que ele poderia vencer. Ele também lembrou o fato de que seu piloto teve a chance de ganhar a Indy 500 do ano passado, mas depois que Danica Patrick se envolveu em um acidente, Tony Kanaan atingiu alguns destroços, o que o forçou a trocar pneus, tirando sua chance de vitória.

Perguntei a ele sobre Matheus Leist e ele se disse encantado com seu jovem piloto brasileiro. Ele sabe que Matheus é muito jovem, mas aprende rápido e confia que seu piloto também tem condições de fazer uma grande corrida. “Se correr com a cabeça, ficar fora de confusões e não tomar volta do líder, nas 40 voltas finais tudo pode acontecer”. É com isso que ele conta para mais uma vez surpreender seus adversários e sendo ele um 4 vezes vencedor das 500 Milhas, certamente ele sabe coisas que outros não sabem.

No final da tarde foi distribuído para nós, na sala de imprensa, as preferências do leite a ser bebido em caso de vitória. Todos os anos, a American Dairy Association Indiana apura junto aos pilotos da Indy 500 qual a sua preferência de leite a ser bebido no Victory Circle, caso eles sejam os primeiros a atravessar a Bricks Yard. Este ano, 21 pilotos pediram leite integral, 10 pediram leite com 2% de gordura, um pediu leite desnatado e um disse que não tinha preferência. Helio Castroneves pediu integral, Tony Kanaan e Matheus Leist pediram o 2%, que seria o semi-desnatado.

Voltamos cedo para o hotel depois da Maria ter me acordado no meio da madrugada. Não vejo a hora de ir pra cama porque amanhã tem “Carburation Day” (o último dia de pista para os competidores das 500 Milhas), tem Freedom 100, a corrida da Indy Lights, tem coletivas na sala de imprensa e, claro, o jantar com Mario Andretti.

Beijos de Indianápolis,