A corrida do Milhão e a corrida do Povão Print
Written by Administrator   
Monday, 24 August 2020 20:23

E aê Galera... agora é comigo!

 

Em Interlagos, com muito frio e alguma chuva no sábado, tivemos uma “rodada dupla”, com uma corrida no sábado e outra, a do milhão”, no domingo.

 

Depois de fazer o treino classificatório logo cedo pela manhã, com a pista bem molhada, para a corrida, o pole, Cesar Ramos (que a dupla da transmissão da TV pareceu desconhecer sua carreira vitoriosa no GT europeu) fez a pole, novamente andando mais rápido que o “dono da equipe”, Thiago Camilo (que deve estar com uma saudade enorme da mamãe Bia Figueiredo), a corrida foi menos de duas horas depois os carros estavam no grid. De novidade, além da “rodada dupla”, os cinco primeiros do campeonato largaram com lastro no piso de onde seria o “banco do carona”, uma novidade na categoria.

 

A chuva deu uma aliviada, mas não dava para pensar em pneu slick. Ainda assim, pra tentar garantir que os carros saíssem inteiros do contorno daquele “S da Sadia” no final da reta dos boxes, ‘seu’ Col deve ter pedido e a direção de prova determinou a largada atrás do Safety Car. Afinal, os carros tem muitos parafusos, os pilotos não. Alguns pilotos tem parafusos nos pés e canelas, mas na cabeça com certeza faltam alguns. Melhor garantir o grid completo, com 25 carros, na corrida do Milhão.

 

Com os carros largando atrás do Safety Car, apesar da pista molhada, teve um piloto (confirmando o que falei sobre parafusos) que foi para o Box por pneus slick. Diego Nunes pagou caro pela opção. A tática deu muito errado. O que não deu errado foi a manobra do Nelsinho Piquet para tomar a ponta, passando Cesar Ramos antes da janela dos pit stops obrigatórios. Que com a pista secando virou uma grande competição de competência. Afinal, tinham que trocar os 4 pneus de chuva por 4 slicks uma vez que no meio da corrida, a pista estava mais pra seca do que pra molhada. Julio Campos terminou rodada das paradas em segundo e, com o carro mais lento (a equipe trocou só dois pneus), formou uma fila atrás de si e Piquet abriu uma tranquila vantagem e faturou sua primeira vitória, com Cesar Ramos e o interminável Ricardo Zonta completando o pódio.

 

 Nelsinho Piquet "perdeu a virgingade" e venceu sua primeira corrida na Stock Car com uma atuação impecável.

 

No domingo, “no horário da F1”, o que não iria fazer diferença, já que não podemos ter público nas arquibancadas, a massa estava toda no sofá de casa (alguns na cama) para a corrida do milhão, que teve um caráter solidário, com o prêmio destinado a entidades assistenciais que estão trabalhando contra a pandemia do covid-19, fazendo doações de produtos (roda dentro da VICAR).

 

Mas seguindo a receita do que foi feito na Copa Truck, a Stock Car também fez o seu espaço para as pessoas irem para o autódromo (pagando uma grana considerável) com seu carro para assistir a corrida em um telão. Quem pagou mais um tantão, pode ir com o carro até o pit lane fazer uma visitação aos boxes sobre rodas, com também foi feito na Truck. Não é o melhor dos mundos, mas é o que temos por enquanto.

 

Diferente das outras corridas do campeonato, na corrida do milhão ninguém teve que carregar lastro na corrida de 40 minutos mais uma volta. Além disso, teremos mais uma novidade: depois de ver os Cruze tomando uma surra dos Corolla em treinos e corridas, em GO e no sábado em SP, a corrida do milhão teve o primeiro “puxadinho” nos carros da GM para tentar equilibrar o jogo. O engraçado é a “regra do puxadinho”, onde se uma montadora abrir mais de 30 pontos sobre a outra, quem está em desvantagem ganha um “puxadinho”. Mais engraçado ainda foi gente ter direito e não usar o “puxadinho”.

 

No release que recebemos da categoria, as equipes que competem com os Cruze tiveram acesso a um elemento horizontal da asa traseira (gurney) até 8 mm mais alto que a versão inicial descrita nas regras (que tem um máximo de 17,5mm) e o assoalho dianteiro poderia avançar 20mm para fora da carroceria do carro, chegando a um máximo de 120mm (a versão original chega a 100 mm no total).

 

No domingo Cesar Ramos repetiu a dose com outra pole e o Dr. Smith deu uma orientada na “dupla de transmissão treineé”, falando da carreira do gaúcho na Europa. A segunda “pisada na grama” da dupla no domingo, que falou o treino inteiro sobre a vantagem dos pilotos do segundo grupo sobre os do primeiro pela condição de pista, que os primeiros seriam prejudicados, mas o que se viu foi, das 15 posições para o Q2, 7 carros do 1° grupo e 8 carros do 2°... um resultado normal e equilibrado. Eles chegam lá... um dia, quem sabe.

 

 Ricardo Zonta foi perfeito - e a equipe também. Tomou a ponta depois do pit obrigatório e garantiu a vitória no domingo.

 

Ricardo Zonta ganhou (na pista), a corrida do milhão. Mas como na transmissão falaram de uma “análise de incidente” entre ele e Diego Nunes para depois da corrida e a decisão do sábado sobre o menino que deu um chega pra lá no Cacá Bueno só saiu no domingo, precisava esperar, quem sabe até a segunda-feira. Até eu mandar a coluna pra edição, não tinha saído nenhuma punição.

 

Enquanto acontecia a chique Stock Car em Interlagos, Goiânia recebia a categoria mais democrática do país: a Turismo Nacional. Categoria com mais de 15 modelos de mais de 10 montadoras diferentes, todas com motor 1.6, um regulamento muito equalizado e quase 70 carros inscritos para o final de semana nas três categorias: Master (pilotos mais experientes), A (pilotos com alguma experiência) e B (pilotos com pouca experiência).

 

 Quase 70 inscritos, grids das corridas com mais de 30 carros de 10 montadoras e mais de 15 modelos. Isso é automobilismo raiz!

 

Com um trabalho sensacional do promotor da categoria e com o apoio da CBA, que facilita a vida de quem tem pouco dinheiro para fazer corridas, tivemos uma maratona de velocidade e uma proposta de competição com corridas de 15 ou 20 minutos mais uma volta que não tem estratégia... é pé no porão o tempo todo e quem quiser pode ver tudo ao vivo pelo Facebook ou pelo youtube. É só procurar “Turismo Nacional BR” no Google e acelerar com eles. Passei a tarde do sábado assistindo e na manhã do domingo me dividi entre o computador e a TV assistindo grandes corridas. Resultados? Eles são todos vencedores!

 

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- Comentário do meu amigo, jornalista profissional e colunista como eu, Alexandre Gargamel: “Você vê que a coisa está ruim na narração quando o piloto comentarista tem que fazer malabarismo pra contornar as bobagens (o advérbio não era bem esse...) que o narrador fala...” Quem quiser colocar a carapuça, sinta-se à vontade.

- O excelente Luc Monteiro, narrador multitarefa do automobilismo nacional, teve ajuda divina na transmissão do Turismo Nacional em Goiânia. Contou com “Jesus Cristo” nos comentários e – mostrando ser onipresente – também nas entrevistas de Box e grid.

- Ausente na etapa de Goiânia, Chicão Marques, a vós do autódromo na Stock Car voltou nesta “rodada dupla” em Interlagos. Mesmo com as arquibancadas vazias e sem a galera VIP no paddock, a informação precisa acontecer.

- O nuestro Hermano, Mathias Rossi, depois de descobrir que a picanha aqui era mais dura lá em GO, errou a altura da grelha no sábado e queimou o bife de chorizo. Tomou um segundo do pole no treino de classificação e “bateram o sal” na sua lateral em um acidente que ele não tinha que se meter. No domingo, o argentino enfiou o espeto no vazio do “dono da equipe” (que nem foi para o Q2) e marcou o 2° tempo, mas a equipe salgou a carne mexendo no câmbio depois do tempo permitido e o Hermano levou um drive thru, transmitido ao vivo para seu país, fora o resto.

- Depois de ver a informação sobre as investigações de competidores na transmissão e nenhum resultado até o final da corrida, fui logo me preparando para as tardias decisões dos “comissácos”... e eles bateram recorde. A “punição carteirada”, contra o novato Pedro Cardoso por buscar a tomada da curva e atrapalhar o veterano Cacá Bueno só foi comunicada no domingo!

- Mudaram o bocal de abastecimento para o lado esquerdo do carro... longe da “boca de fogo” que se transformou o escapamento logo ao lado do motor. Muito mais seguro manter o fogo longe das bombonas de combustível, não?

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 

  
Last Updated ( Monday, 24 August 2020 21:22 )