A Morte de Sir Stirling Moss Print
Written by Administrator   
Monday, 13 April 2020 18:32

Num momento em que governos do mundo inteiro impõem seríssimas restrições de locomoção às pessoas e, por questão de segurança, somos obrigados a permanecer fechados e evitar contatos, a humanidade se entristece mais ainda com a perda de um dos maiores pilotos de todos os tempos. Morreu no domingo, dia 12 de abril, Sir Stirling Moss. Esse inglês de 90 anos é desconhecido para os que só se interessam pela Fórmula 1 de Emerson Fittipaldi para a frente, ou seja, quando um brasileiro chegou lá e foi campeão. No entanto, Moss recebeu justas homenagens nesse tempo depois que parou de correr.

 

Há alguns anos, meu filho, Murilo Montiani Alves, que vive na Inglaterra, viajou até Goodwood para fazer umas reportagens (que nós jornalistas chamamos de matéria) sobre o tradicional Goodwood Festival que acontece na localidade e atrai milhares de fãs. Ali, onde esteve durante dois ou três anos seguidos, além de falar com os pilotos brasileiros que participaram do evento, ele teve a oportunidade de bater um longo e delicioso papo com Moss, conhecido como o campeão sem título da Fórmula 1. Santa inveja, pois eu gostaria de ter entrevistado Moss que, pelo que o Murilo me contou, era uma pessoa extrovertida e bom de conversa. Pelo menos ficou na família esse privilégio que aconteceu graças à ajuda do amigo Américo Teixeira Junior, na época editor da revista da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), e que o levou a escrever várias vezes na publicação.

 

 

 

Com certeza alguém vai escrever sobre Moss neste mesmo site, mas um ícone como ele não merece só um. Merece vários textos. Moss tem 16 vitórias entre os anos de 1950 e 1960, nos primórdios da Fórmula 1 e quatro vice-campeonatos consecutivos (1955, 1956, 1957 e 1958) e foi grande adversário de nomes como Juan Manuel Fangio e Mike Hawthorn. Esse inglês de West Kensington, noa arredores de Londres, também conquistou três terceiros lugares na década entre 1950 e 1960. Ele fez 66 corridas e ganhou 16, com aproveitamento de mais de 24%. Essa quantidade de vitórias o coloca acima de vários pilotos que se sagraram campeões na categoria, inclusive Emerson Fittipaldi.

 

Moss conversou com o Murilo também sobre seu gravíssimo acidente, justamente em Goodwood, onde havia uma corrida, que o deixou inconsciente por um mês e paralisado por meio ano e do qual se recuperou totalmente. Física e mentalmente, tanto que somente assumiu a aposentadoria em 2011, aos 81 anos, onze temporadas depois de ser recebido o título de Sir, privilégio para poucos como esse inglês, o primeiro a vencer um Grande Prêmio em seu próprio país.

 

 

 

Enquanto isso, aqui pelos nossos lados continuamos sem corridas. Todos estamos em casa, ou pelo menos sem tanta atividade que resulte em aglomerações. Assim como no mundo inteiro. Não tenho notícias de termos qualquer prova por aí, mas de repente aparece um maluco que determine ou oriente as pessoas a voltarem à normalidade, o que certamente provocará muito mais mortes do que já temos visto. E não sou em quem diz, claro, pois não sou especialista, não sou médico nem nada. Mas existe praticamente um consenso entre eles de que a única forma de reduzir a letalidade do coronavírus é nos mantermos distantes, mesmo das pessoas que amamos e de quem sentimos muita saudade.

 

#FiqueEmCasa

 

Milton Alves