O mundo todo tem sofrido com o avanço do vírus denominado Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus. O automobilismo também. A Fórmula 1 já modificou seu calendário para se adaptar às necessidades e praticamente todas as etapas estão sob risco. Menos a abertura na Austrália, que está garantida, pelo menos até agora, mas a partir da segunda corrida do ano, no Bahrein, a situação se complica, pois o país enfrenta seríssimos problemas de contaminações e a corrida seria com portões fechados. Só teriam acesso pilotos, membros das equipes e quem for obrigado a estar ali. Estranho, mas é o que temos para o momento.

Pior ainda é o Grande Prêmio da China, que já foi adiado e ninguém sabe se será mesmo uma das 22 etapas programadas para esta temporada. Muito delicada também é a situação da Itália e do Japão onde o Covid-19 está disseminado e é praticamente uma epidemia, não em termos técnicos, mas está quase lá. Os italianos isolaram em quarentena algumas regiões, especialmente a Norte, a mais forte economicamente e onde fica Milão, e isso afeta sobremaneira pessoas que trabalham na Fórmula 1 e em dezenas de outras categorias espalhadas pelo mundo, especialmente na Europa.

Aqui, do lado de baixo da linha do equador, ainda não chegamos a esse ponto de fechar fronteiras, de isolar cidades e regiões e de limitar a circulação de pessoas, mas pode ser que aconteça caso a quantidade de casos confirmados suba mais ainda. Até agora (estou escrevendo na segunda-feira, dia 9 de março), apesar das discordâncias, são mais de 20 positivos em todo o Brasil. O que acontecerá, especialmente com a Stock Car, que logo na abertura da temporada, tem a corrida de duplas que recebe vários pilotos estrangeiros? Teremos italianos, alemães, holandeses, todos europeus que vivem ou convivem com pessoas das áreas de altíssimo risco. O que fazer?

   A abertura da Stock em Goiânia vai ser com a corrida de duplas. Faltam 20 dias para a corrida e poucas duplas estão definidas. (Foto VICAR)

Acredito que dificilmente chegaremos ao ponto de, como fizeram os ingleses, cancelar a Feira de Livros marcada para Londres, ou os americanos, que simplesmente eliminaram, neste ano, as disputas no Torneio Indian Wells, o Master 1000, mas os responsáveis pela Stock Car precisam pensar numa solução a curto prazo, pois a corrida está marcada para o próximo dia 29 em Goiânia, capital de Goiás, Estado que tem vários casos suspeitos, mas nenhum confirmado. Vários pilotos já definiram seus parceiros. E agora? O que fazer? Restringir a participação dos estrangeiros? Seria esta a solução? Exagero? Sinceramente, não sei, mas é preciso fazer algo para evitar a propagação. Com a palavra os donos da Stock Car.

A Copa Truck, outra categoria que normalmente faz parte desta coluninha, não deve ter problemas, pois não tem pilotos estrangeiros. A única dúvida é se um, ou vários, dos seus participantes, entre pilotos, chefes de equipes e engenheiros, não andou pelos lados do chamado Velho Mundo. Alarmismo da minha parte? Com certeza não, pois todos temos de ter muitos cuidados para evitar a disseminação indiscriminada desse vírus que pode ser mortal.

Pílulas.

1 - No último dia 5, na verdade quinta-feira passada, a Super TC2000 ampliou a divulgação do seu calendário para esta temporada. Depois de confirmar somente três das 12 corridas, agora soltaram o calendário, mas ainda com duas indefinições: a quinta e a oitava etapas.

2 - Alguns facenautas (seria isso?) argentinos andaram me questionando no Facebook sobre o que soltei semana passada. Diziam eles que tudo estava definido. Pero no mucho, diria eu, pois só saiu, e ainda incompleto, alguns dias atrás.

3 - Estou estranhando muito a falta de informações sobre os parceiros dos pilotos brasileiros - e tem um argentino também - confirmados para a temporada de 2020. Faltam pouco mais de 15 dias para a abertura, marcada para dia 29 próximo e, pelo que sei, só seis confirmaram oficialmente os parceiros de cockpit.