Adriane Galisteu, a desconhecida que virou celebridade Print
Written by Administrator   
Monday, 29 April 2019 20:55

Foi lá no começo da década de 1990, no século passado, que numa das dezenas de entrevistas com o Ayrton Senna, eu conheci a Adriane Galisteu. Eu tinha boas fontes que me disseram que ele embarcaria para a Europa naquela noite num determinado voo. Só para explicar: o Ayrton ia e vinha ao Brasil como quem vai e volta para o trabalho. Ele tinha mais hora de voo do que urubu. Assim, saber desses detalhes me ajudava muito na cobertura de tudo o que ele fazia ou falaria do lado de baixo do Equador, ou seja, pelas nossas bandas, pois na Europa o meu amigo Celso Itiberê, que morava em Milão, Itália, cuidava dele. Ou ele vinha para sua casa em São Paulo ou ia para Angra dos Reis.

 

Assim, com a informação precisa embaixo do braço partirmos eu e o fotógrafo do Globo, Daniel Augusto Junior, que há alguns anos trabalha exclusivamente para o Corinthians seu clube do coração. Postados na porta do embarque, vimos o Ayrton chegando com uma loira monumental. A dúvida das pessoas (para quem admira a beleza feminina, claro!) era se olhava para o tricampeão mundial ou para ela. Com cerca de 20, 21 aninhos, a desconhecida loira do lado dele era exuberante, para limitar a linguagem e não apanhar da minha mulher. 

 

Feita a entrevista com ele, sentado num dos bancos na entrada da antiga área de embarque internacional, com seguidas interrupções para rápidos autógrafos, ele atravessou rapidamente o portão e fomos embora sem atentar para onde tinha ido a loira que estava do lado dele. O Ayrton não era muito de fazer aparições com mulheres e nem com outras pessoas. Como o foco da matéria era ele, fiz o meu trabalho e quando fui procurar o monum..., ops, a dita loira tinha sumido. Coisas da vida. Ás vezes a gente ganha uma e perde outra.

 

 

 

Poucos dias depois, curiosamente o mesmo fotógrafo, o Daniel, foi cobrir uma manifestação na Avenida Paulista e se deparou com quem entregando folhetos? Quem? Ela mesma, a loira do Ayrton Senna. Ele perguntou o nome dela, telefone e me passou alguns dados, pois ela também desapareceu fazendo seu então trabalho. Era ela mesma a Adriane Galisteu, que ganhou fama como a namorada do Ayrton Senna e a quem entrevistei várias vezes. Numa delas, no cemitério, no primeiro ano da morte do tricampeão mundial de Fórmula 1, a quem ela tratava por Beco, um apelido familiar.

 

Lembrei dessa história por, ao zapear o controle remoto na televisão, vi a Adriane que participou de uma novela, ou algo assim. Logo no começo do namoro dela com o Ayrton, liguei para ela no celular, mas nunca tive amizade com a Adriane, que nem deve se lembrar mais de mim, pois no dia 1º de maio serão completados 25 anos desde a morte do Ayrton. O que me deixa contente nessa história - a despeito da morte do tricampeão - foi que ela soube se manter na atividade artística e em vários segmentos da tevê. Pensei outro dia que ela teve mais casamentos do que eu tive camisas sociais, mas isso é um problema, ou solução, dela.

 

Milton Alves