Christian Fittipaldi tem gene de campeão. E é bom caráter Print
Written by Administrator   
Monday, 29 January 2018 12:38

A despeito da importantíssima terceira vitória de Christian Fittipaldi nas 24 Horas de Daytona, uma das mais badaladas corridas de longa duração do mundo, gostaria de destacar umas experiências que tive com Christian durante esse tempo no automobilismo. Convém destacar, todas boas. Nada mais natural para quem descende de uma família repleta de gente boa. 

 

O primeiro foi o barão, avô de Christian, que era um belo narrador e entendia de automobilismo como poucos. Também tive contato com a avó de Emerson Fittipaldi, que me deu uma belíssima entrevista publicada em O Globo no final da década de 1990, quando reclamou ``daquele menino``que não acelera, ou algo nessa linha, numa referência a Rubens Barrichello, e fez elogios a Raul Boesel, aliás, o primeiro brasileiro a vencer há 30 anos. Aquele velhinha era bocuda e manjava de corridas.

 

Falar de Emerson Fittipaldi, tirando sua vida financeira e ou ligação com empresas e organização de categorias, é tranquilo. Emmo sempre foi um bom sujeito, ganhou fama na Fórmula 1 e na F Indy, o que o levou até a receber uma rua com seu nome em Miami, nos Estados Unidos. Isso sem falar de Wilsinho, que correu na F1, fez exatas 50 provas na Stock Car e venceu duas. 

 

Vou citar dois fatos ligados ao Christian. O primeiro foi em 1994, se não me engano, a última corrida de rua realizada no circuito de rua de Miami, que tinha vários tipos de pisos (asfalto, cimento eram dois deles). Ele estava chegando à categoria e na apresentação dos pilotos ao lado do seu nome estava a bandeira da Suíca, país onde ele morava na época, e o locutor disse o suíço Christian Fittipaldi. Ele se levantou e rebateu que era brasileiro, com muito orgulho. 

 

 

O segundo momento, e mais marcante, foi na Stock Car. Christian e Cacá tiveram algum problema na pista e, bem ao seu estilo, o pentacampeão desandou a falar mal de Christian, dizendo, entre outras coisas: quem é esse cara? onde ele correu? Cometeu o que os católicos romanos chamam de pecado mortal. Ignorar a longa e vitoriosa carreira de Christian na F1, F Indy e outras categorias foi, no mínimo, inadmissível.

 

Na prova de Buenos Aires, Christian cravou a primeira pole da primeira prova oficial da categoria realizada fora do Brasil (lembrem-se que tivemos corridas em Portugal, mas sem pontuar). Era a chance dele devolver tudo, com juros e correção monetária para Cacá. Na época eu era o assessor de imprensa da Stock Car e Christian resolveu falar somente da alegria pela pole, sem esticar um assunto que certamente renderia pano para manga. Ele mostrou experiência e genética de família campeã.

 

Mesmo atrasado, Christian merece parabéns por mais um excelente resultado ao lado dos portugueses Filipe Albuquerque e João Barbosa. Destaco também o segundo lugar do quarteto integrado por Felipe Nasr e o quarto posto de Bruno Senna.

 

Uma hora dessas contarei uma historinha que tive com Felipe Nasr.

 

Milton Alves