Com 42 anos, Felipe Giaffone uniu a experiência internacional de piloto (chegou ao pódio nas 500 Milhas de Indianápolis de 2002) com a vontade de acelerar os caminhões de corrida. Tetracampeão da paralisada Fórmula Truck, ele continua a mostrar competência nos brutos da Copa Truck, a categoria que em 2018 vai adquirir o direito legal (via CBA) de usar a nomenclatura de Campeonato Brasileiro.

Depois de ter se ausentado da prova inaugural da nova categoria por seu trabalho de comentarista da Rede Bandeirantes, Felipe fez a primeira corrida em Campo Grande e mostrou sua capacidade no cockpit dos caminhões ao fazer a pole e vencer. Ele só não se sagrou campeão (título ficou com Beto Monteiro), por esta ausência. 

Na Copa Nordeste ele repetiu a pole position e a vitória na primeira corrida. Com a inversão do grid, na segunda ele ficou em terceiro lugar e assumiu a ponta do campeonato. A final acontecerá dia 23 deste mês de julho em Fortaleza, no Ceará, uma pista com poucas condições de receber provas de caminhões devido à falta de adequadas áreas de escape e de segurança.

Uma ausência ainda sentida na Copa Truck é Paulo Salustiano, um viciado em corrida, como praticamente todos os outros pilotos. Salustiano se manteve na Fórmula Truck por várias razões que não vêm ao caso discutir agora, e seria o adversário ideal para colocar fogo na briga pelas vitórias na categoria. Aliás, Salu foi um dos poucos a dividir vitórias com Giaffone em 2015 e 2016 na F Truck, tanto que ficou com o vice-campeonato.

Claro que outros nomes fortes também merecem respeito, como os bicampeões Roberval Andrade, Beto Monteiro e o desaposentado Renato Martins, o tetracampeão Wellington Cirino, o tricampeão Leandro Totti e outros que surgem como candidatos à primeira conquista, como André Marques, que ocupa o terceiro lugar na tabela geral da Copa Nordeste.

O Monstro Djalma Fogaça é o Silvio Caldas do automobilismo, pois já se disse aposentado um sem número de vezes e retornou. Sorte de quem gosta de suas boas sacadas e alfinetadas bem ao estilo caipira desse sorocabano de raiz. Se seu caminhão Ford se mostrar confiável e tiver potência suficiente liberada, ele dará trabalho.

Felipe Giaffone tem tudo para manter seu domínio, pois nas três provas disputadas na capital do Ceará pela Fórmula Truck, ele ganhou uma, justamente a primeira, em 2007. As outras duas foram vencidas por Geraldo Piquet, outro que também faz falta no grid dos caminhões brasileiros.

Em tempo: o primeiro título ficou com um Iveco (Beto Monteiro), o segundo pode ficar com o Volkswagen de Giaffone e o terceiro tem tudo para ser da Mercedes. Previsão? Vamos esperar para ver.

Milton Alves