Errar - Cometer erro em; equivocar-se, enganar-se: errou o caminho, errou a (ou na) conta. Cometer erro. Andar de um lado para outro sem destino; vaguear: errar por esse mundo afora.

Esse verbo transitivo e intransitivo é um dos mais difíceis da difícil língua portuguesa do Brasil. Principalmente na primeira pessoa do presente do Modo Indicativo, ou seja, eu erro. Eu? Jamais! Diriam os mais orgulhosos (e mentirosos, claro!).

Esse verbo deveria fazer parte da vida de todas as pessoas, no caso específico desta coluna, especialmente de pilotos de carros de corrida. Particularmente para Antonio Pizzonia, que na última etapa da Stock Car – neste ano segundo o calendário merece mesmo ser definida como Sul-americana, pois terá corridas em outro país, diferentemente do ano passado – cometeu um erro de principiante.

Esse piloto que na década de 90 era uma das grandes esperanças do automobilismo brasileiro, com cerca de 50% de vitórias nas categorias de formação na Europa, pisou feio na bola no Autódromo Velopark, na simpática cidade de Nova Santa Rita. Depois de confusão numa das estreitas curvas do traçado gaúcho – provavelmente o menos querido pelos fanáticos gaúchos – colocou em risco sua vida e a de outros pilotos ao agir de forma impensada.

No meio da muvuca, depois de rodar, ele errou ao tentar voltar à corrida e foi atingido em cheio pelo carro de Lucas Foresti, que não teve tempo sequer de colocar o pé no freio para evitar a batida e o prejuízo de mais de R$ 100 mil. O erro crasso desse ex-piloto da badalada Fórmula 1 e de várias outras categorias internacionais custou a corrida de Foresti, que devido à violência teve o motor do carro jogado alguns metros adiante.

Isso, além de problemas para outros pilotos que vinham no mesmo ritmo e jamais esperavam alguém cruzando a pista no meio de uma curva. Por sorte ninguém se machucou gravemente, apesar de Foresti ter sido levado ao hospital para mais exames.

Antonio Pizzonia, que também se feriu sem gravidade, errou. Isso é definitivo. No entanto, convém destacar que entre os vários pilotos que conheço, ele não é o único a preferir conjugar o verbo errar da segunda pessoa do presente para frente com outro salto na primeira pessoa do plural, a saber; tu erras, ele erra. Aí, eles pulam e voltam: vós errais e finalizam no eles erram.

A despeito dos problemas materiais e financeiros provocados pela atitude impensada, os comissários da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) deveriam tomar uma atitude mais rigorosa, sob pena de todos se julgarem no direito de fazer o que quiserem. Para ficar bem claro: não só com o Pizzonia, mas com todos, sejam eles quem forem, os que fizeram bobagens, que nas ruas se chama de barbeiragem.

Milton Alves