Toyota confirmada como segunda montadora da Stock Car Print
Written by Administrator   
Wednesday, 13 November 2019 10:40

Todos os que gostam do automobilismo em geral, especialmente do brasileiro, devem ficar contentes com a entrada de caras novas nas corridas. Foi o que aconteceu com a confirmação, ou oficialização, pois era algo já conhecido e que só necessitava ser formalizado, da Toyota na temporada de 2020 da Stock Car. Agora, a General Motors, com a Chevrolet que está desde 1979, portanto há 40 anos e 41 temporadas ininterruptas, comporão o grid do ano que vem. Pelo menos até agora, pois dizem pelos cantos dos boxes que pode chegar um terceiro fabricante.

 

Para não dizer que é um fato novo, esse filme já foi visto uma vez, pelo menos, na mais tradicional categoria do automobilismo da América do Sul quando quase no começo do século, exatamente em 2005, a Chevrolet ganhou a companhia da Mitsubishi e Ingo Hoffmann, sempre ele, foi o primeiro piloto da história a colocar um carro de marca diferente na pista da Stock, justamente no Autódromo de Interlagos, pista em que aconteceu a primeira vitória de um não-Chevrolet, quando Cacá Bueno ganhou, pela segunda vez em São Paulo e pela oitava na carreira.

 

Ano seguinte, em 2006 tivemos a chegada de outra fábrica (os diretores detestam que chame de montadoras) a Volkswagen, que entrou com o Bora, e o trio ficou melhor ainda, com gente torcendo para as marcas e para os pilotos preferidos. Também tinha o Astra da Chevrolet, o Mitsubishi Lancer. Bem ao estilo - guardadas as devidas proporções - argentino. Pouco depois estava formado o quarteto fantástico com o desembarque da Peugeot. No entanto, em 2008 a Volks se afastou e ficaram as três mosqueteiras.

 

   A Toyota vai fazer parte da maior categoria de turismo do automobilismo brasileiro a partir de 2020.

 

Mas essa trilogia de fábricas durou pouco, já que a Mitsubishi também abandonou o grid e ficaram Chevrolet, que mudou para o Vectra e depois o Sonic, e Peugeot, agora com 408, até 2016, quando, novamente ficou somente a General Motors. Aliás, a empresa norte-americana foi uma das maiores incentivadoras - na verdade foi uma exigência, algo que ajudou a provocar a queda do diretor anterior - para a organização atual procurar outras fábricas para competirem na Stock Car, pois não tem graça ganhar todas as corridas. Segundo um amigo, é a mesma coisa que dançar com a irmã. Dançar, dança, mas, vamos combinar que é diferente.

 

Tomara a Toyota traga novos e bons ares à categoria, que pelo andar da carruagem, enfrentará sérios problemas de permanência das equipes em 2020, pois algumas cogitam sair enquanto outros patrocinadores já confirmaram a desistência. Quem sabe se poderia pegar o esqueleto da reforma pela qual vai passar a Fórmula 1 e se aplicar na Stock Car. Tudo, claro, dentro das nossas limitações. Lá, como cá, o problema é dinheiro, ou melhor lá é o excesso e aqui a falta de dinheiro para manter os elevados custos da temporada e, lá, dos testes e inovações. Repito: sem qualquer tipo de comparação com os gastos astronômicos das quatro grandes escuderias da F-1 com as das do lado de baixo do Equador, mas o rumo está dado e pode ser seguido pela Stock. Claro, se quiser voltar a ter audiência e público nas provas.

 

Milton Alves