Marcos Gomes volta quase na prorrogação Print
Written by Administrator   
Monday, 01 April 2019 23:17

A temporada da Stock Car, a que marcará os 40 anos ininterruptos da mais tradicional categoria do automobilismo da América do Sul, e também terá a corrida de número 500 (dados fornecidos pelo Guia Stock Car) logo na abertura, tem tudo para ser bem interessante. Além da participação de cinco campeões de anos anteriores (Cacá Bueno, Max Wilson, Ricardo Maurício, Felipe Fraga e Rubens Barrichello) e do atual bicampeão Daniel Serra na prova de abertura, marcada para o dia 7 de abril no Velopark, na cidade de Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul, uma ausência esteve bem próxima de ser sentida: Marcos Gomes, o primeiro filho de um tetracampeão, Paulo Gomes, a se sagrar campeão da categoria. Marquinhos estava fora da categoria até a última segunda-feira, quando acertou com a KTF e será companheiro de Diego Nunes.

 

Para compensar essa imperdoável quase ausência, a Stock Car terá novidades como a entrada de Marcel Coletta, o mais jovem piloto da história a guiar um carro da categoria: 17 anos e cinco meses. Com essa estreia ele supera Thiago Camilo, que detinha a marca com 18 anos e 6 meses. O que ele fará no cockpit? Difícílimo dizer alguma coisa, pois em todas as quatro décadas o único piloto a estrear com vitória foi Felipe Fraga, que em 2016 abocanhou o título e se tornou o mais jovem campeão da história. Vamos combinar que a vitória de Affonso Giaffone, na primeira corrida da história em 1979, não vale, né? Aliás, essa quebra de recordes tem sido uma marca na Stock, que voltou a ser comandada, não oficialmente, mas de fato, por Carlos Col.

 

Ele reassumiu a categoria logo depois da saída de Rodrigo Mathias. Contam os bastidores da categoria que Mathias - responsável pela implantação do Push com votação pela internet - fez algumas lambanças na tentativa de mostrar serviço, algo que não havia conseguido desde que assumiu. A primeira foi uma briga com a fornecedora de pastilhas de freio para os carros. Ele teria feito alguma exigência para os diretores da empresa que além de recusarem ameaçaram deixar a Stock Car. Ponto negativo.

 

Mas a pior investida dele foi mesmo na Chevrolet, a única fabricante de veículos que está desde a prova número 1. Ouvi dizer que a GM quer que a categoria volte a ser multimarcas, como aconteceu nas 12 temporadas entre 2005 e 2016, quando marcaram presença Mitsubishi, a primeira a entrar, Volkswagen, que teve rápida passagem, e Peugeot, a última a sair e fazer a Stock voltar a ser monomarca com a permanência somente da Chevrolet. A fábrica queria, e me parece que ainda sonha com isso, ver nas pistas carros de outras fabricantes/montadoras. O ex-diretor discordou e a empresa ameaçou sair e levar consigo a marca e o nome Stock Car, que seriam de sua propriedade.

 

 De equipe nova Marcos Gomes encara novos desafios no aniversário de 40 anos da categoria.

 

Voltando às pistas, que é o mais interessante, pois tenho de falar mesmo dos principais artistas e não de cartolas coadjuvantes, espero que tenhamos uma mudança de vitoriosos na temporada. Vocês dirão que vários pilotos novos ganharam corridas nos últimos anos, como Galid Osman, Vitor Genz, Tuka Rocha, Rafa Matos, Diego Nunes e se é que podermos chamar de novo, mas na categoria, Lucas Di Grassi. À exceção de Di Grassi, todos ganharam a segunda corrida das rodadas duplas. Até hoje, desde 2016, quando da implantação das duas provas seguidas, nenhum piloto novato ganhou a primeira corrida. Será que isto acontecerá neste ano?

 

Vamos esperar para ver e também para sentir como ficarão as equipes depois de algumas etapas, com os altos custos com viagens e outros itens que fazem parte do pacote da categoria. Só para se ter uma pequena ideia de quanto gasta uma equipe por prova, cada carro recebe três jogos, ou seja, doze pneus novos. O custo desses dez pneus chega a elevados R$ 24 mil por corrida, ou seja, cerca de R$ 8 mil pelos quatro pneus, ou, aproximadamente, R$ 2 mil cada um. Nesta prova de abertura as escuderias terão direito a cinco jogos (R$ 40 mil). A fabricante Pirelli vende a uma empresa que os repassa às equipes. Esse é só um dos itens dos elevados gastos das escuderias, que também possuem funcionários e dependem de patrocinadores ou dos próprios pilotos para manter toda a estrutura. Ops, ia me esquecendo dos pneus de chuva, pois todas mantém cerca de dois jogos (oito pneus com custo de R$ 16 mil) por carro e o preço é semelhante aos dos slick.

 

Só a título de curiosidade, os vencedores das provas redondas destes 40 anos foram:


1ª - Affonso Giaffone com Chevrolet Opala em Tarumã

100 - Chico Serra com Caio Hudroplas em Interlagos

200 - Xandy Negrão com Chevrolet Ômega em Londrina

300 - Cacá Bueno com Mitsubishi Lancer em Campo Grande

400 - Thiago Camilo com Chevrolet Sonic em Goiânia

 

(Dados do Guia da Stock Car)

 

Milton Alves