A história de Bob e Nelsinho Piquet Print
Written by Administrator   
Monday, 12 November 2018 23:19

Era um final de tarde de uma sexta-feira, um daqueles dias frios e chuvosos, algo normal para os curitibanos, numa das etapas da extinta Fórmula 3 Sul-americana. Nelsinho Piquet fazia sua segunda temporada na categoria que na época, dava a cobiçada superlicença (o direito a pilotar na Fórmula 1) e era uma das portas de entrada no automobilismo internacional, algo que o pessoal que assumiu a agora F3 Brasil pretende retomar. Só para lembrar a categoria tem provas marcadas para novembro. Vamos ver o que acontece.

 

O filho do tricampeão mundial Nelson Piquet fazia sua primeira temporada completa na categoria, considerada uma das mais velozes do calendário mundial, claro, no seu nível. Confesso que meus primeiros contatos com o Nelsinho não foram dos melhores – depois tudo melhorou muito – pois, a exemplo do pai, com quem sempre me entendi bem, pois nunca dei a cara a tapa, ele é, digamos assim, um tanto quanto objetivo demais. Isso para ser generoso com os dois.

 

Mas estávamos no Autódromo de Curitiba e eu fazia assessoria para a categoria. Excepcionalmente naquela etapa tive a importante ajuda da jornalista Cristina Rebello que morava na capital paranaense e trabalhava para a mesma empresa, a Local da Comunicação, do Grupo ZDL, só que cuidando do time feminino de vôlei do então Rexona-Ades. Com muitos contatos na sua cidade, a Cristina agendou uma entrevista do Nelsinho numa tevê local. Isso no final de tarde na agitada Curitiba.

 

 

Tudo marcado, encontramos o Nelsinho nos boxes da equipe que era mantida pelo pai e antes de subirmos no Fiat da Cristina o Nelsinho, então com 17 anos, falou para a Cris que ele levaria o carro. Ela ficou com o coração na mão, pois o Bob, apelido que ela tinha dado ao Fiat velhinho, era seu único meio de transporte. Como o carro não era meu, nem dei palpite e lá fomos nós quatro: eu, Cris, Nelsinho e Bob pelas molhadas e escorregadias ruas de Curitiba.

 

Apesar do medo de andar na frente, a Cristina teve de ir ao lado do Nelsinho, pois era ela quem conhecia a cidade. Vira aqui, vai reto ali, à esquerda e depois de alguns sustos e de o Bob sair patinando nos sinais, chegamos sãos e salvos à tevê para uma boa entrevista. Na saída ela tomou a frente e disse que nos levaria para o hotel de volta. Desta vez fomos tranquilamente e a Cris e seu amado Bob chegaram inteiros, mas com uma interessante história para contar. Depois aumentou a importância quando ele foi para a Fórmula 1, correu na Nascar e foi o primeiro campeão da Fórmula E.

 

Milton Alves