A primeira em casa ninguém esquece Print
Written by Administrator   
Monday, 08 July 2013 00:42

Oi! Vamos falar hoje sobre o final de semana da Fórmula 1. Foi interessante ver o que houve no Grande Prêmio da Alemanha. A Pirelli mudou a estrutura dos pneus, colocando proteção de kevlar ao invés de aço, mas recomendou de forma veemente que as equipes utilizassem os compostos da maneira correta. As equipes estavam utilizando os pneus esquerdos no lado direito do carro e vice-versa e, segundo a fábrica italiana, foi isso que provocou os vários furos de pneus que vimos em Silverstone, especialmente nos pneus traseiros da esquerda. E vimos a volta da Lotus à briga pelas primeiras colocações. A Mercedes, por sua vez, continua comendo demais os pneus e a Red Bull continua na mesma. Até onde sei, na Hungria, os compostos sofrerão a mudança definitiva: Terão um desempenho parecido com o daqueles que vimos em 2012.

 

Dito isso, vamos à análise equipe-a-equipe.

 

Red Bull: Nem o melhor carro em classificação (perdeu para a Mercedes ontem), nem o melhor em ritmo de corrida (perdeu para a Lotus hoje). Com isso, agiganta-se o feito de Sebastian Vettel hoje. Com um carro inferior, o alemão conseguiu subir ao alto do podium pela quarta vez neste ano. Foi a primeira vitória de Seb em solo alemão na Fórmula 1 e a trigésima da carreira (um número tão sólido desses para um garoto de apenas 26 anos não é coisa de alguém que só ganha porque tem carro bom). Seb foi perfeito desde o início: Passou Hamilton logo na largada e cuidou bem dos pneus durante toda a prova para não permitir uma aproximação mais feroz da Lotus hoje, que tinha um ritmo de corrida mais convincente em razão de não consumir tanto os pneus. E resistiu à pressão de Romain Grosjean por algumas voltas sem o auxílio do KERS, e à de Kimi Raikkonen nas voltas finais, que vinha com pneus macios mais novos. Mereceu mais que nunca hoje a vitória. E dizem que ele não é gênio. Com isso, ele vai a 157 pontos na tabela, contra 123 de Alonso e 116 de Raikkonen.

 

Mark Webber, por sua vez, não desapontou. Em estado de graça, o australiano fez - eu diria - uma de suas melhores corridas na carreira. Largando da terceira posição, ele finalmente conseguiu não cochilar durante a largada e fez uma ótima partida, engolindo Lewis Hamilton e quase ultrapassando Vettel por fora. Quis o destino, porém, que Webber se divertisse um pouco hoje. Mark foi aos boxes para sua primeira parada e teve problemas com uma roda solta, que atingiu um cinegrafista da FOM, chamado Paul Allen. O cinegrafista ficou com as costas trincadas e uma fratura no ombro, além de uma concussão. Foi levado dali para o hospital de Koblenz, a 60 km do circuito. Mark ficou uma volta atrás devido a esse incidente e parecia que sua corrida não teria mais boas aspirações, mas, na volta 23, tudo mudou.

 

Jules Bianchi, da Marussia, abandonou a prova com problemas em seu lamentável bólido, e estacionou seu carro ao lado da pista. Até aí, tudo bem, até o carro "ganhar vida". Como Bianchi "não acionou o freio de mão", baixou o espírito Moonwalker de Michael Jackson e ele andou de ré para o outro lado da pista, parando finalmente num local mais seguro. Carros tem alma própria, diriam alguns. O fato é que o safety car veio à pista, e Webber ganhou o direito de recuperar a volta que perdeu para seus adversários, passando todos que estavam atrás do safety car para dar uma volta rápida e ficar verdadeiramente em último. Segundo o WTF1, site de humor satírico, Webber teria acionado o nível de dificuldade "amador" para os AI (pilotos controlados pela máquina nos jogos de corrida/simuladores). Após o safety car sair, o Canguru fez uma corrida monstruosa, ajudado pelo ótimo carro que tem e pela estratégia, para chegar numa gigantesca sétima posição. Simplesmente isso.

 

Lotus: O melhor ritmo durante a prova pertenceu à "Nega Genii" hoje. Voltou a ter uma superioridade relacionada ao fator do menor consumo dos compostos durante a prova, e brigou pela vitória até o fim com a Red Bull de Sebastian Vettel. Kimi Raikkonen apostou num melhor desempenho no final com os pneus macios, assim como Fernando Alonso, mas não conseguiu atacar o tedesco de forma tão forte no final, pois este tratou de cuidar dos seus pneus de forma digna o suficiente para resistir. Mas é bom ver a Lotus voltando à labuta. Já Romain Grosjean fez aquela que certamente foi sua melhor corrida na temporada. Sempre em um bom ritmo, aproveitando-se da vantagem que seu carro tem de conservar melhor os pneus, brigou com Vettel pela vitória até certo ponto, mas teve que dar passagem a Kimi Raikkonen, que - realmente (não confundir com Alonso is faster than you) - vinha mais rápido e que foi à caça de Vettel. O francês, porém, conseguiu resistir ao insurgente Alonso, que vinha babando com pneus macios, e garantiu o podium. Muito bom.

 

Ferrari: Se por um lado, o ritmo de classificação da F138 foi triste, por outro, a estratégia da equipe, pensada mesmo desde ontem, foi razoavelmente eficiente. Fernando Alonso largou em oitavo e fez uma corrida razoável do princípio até mais ou menos a metade, com direito a uma belíssima disputa de posições com o inglês Lewis Hamilton. Para o final da prova, a equipe lhe deu pneus macios e o espanhol voou. Fez até a melhor volta da prova, em 1min33s468. Mas os pneus macios do asturiano morreram rápido e ele acabou sem poder alcançar Grosjean e tendo que se contentar com a quarta colocação. Já Felipe Massa teve um dia para esquecer. Largou bem, passou Ricardão logo na partida, mas ainda na quarta volta, teve problemas de câmbio com seu carro e rodou na primeira curva, abandonando a prova. Pelo jeito, o time italiano não tem um horizonte tão luminoso pela frente.

 

Mercedes: Alçou definitivamente o status de leoa de treinos. Se por um lado, Lewis Hamilton frustrou a torcida alemã por Vettel ao cravar a pole-position no sábado, por outro, frustrou-se junto com a Mercedes na corrida. O Mercedes W404 continua sofrendo do velho problema crônico de não tratar bem a borracha. Lewis, aliás, sofreu com o desequilíbrio do carro no final de semana quase todo, além de quase não ter largado hoje: superaquecimento no freio dianteiro. Felizmente a equipe tedesca conseguiu resolver o problema e mandar o britânico à pista em tempo. Hamilton acabou sendo ultrapassado pelas duas Red Bull logo na largada, e não fez essas coisas todas durante a prova, apesar de ter conseguido segurar Alonso durante volta e meia num pega sensacional. Já Nico Rosberg teve um final de semana para esquecer. Em frente à sua torcida, o tedesco ficou fora ainda no Q2 e largou da décima primeira posição. Fez uma corrida apagada e marcou apenas dois pontinhos, chegando no nono posto.

 

McLaren: Melhorou em relação a Silverstone. Jenson Button conseguiu avançar ao Q3 e anotar o nono tempo na tabela de classificação. Fez uma corrida sólida e apostou na mesma estratégia que Alonso e Raikkonen ao final. De macios, anotou algumas voltas rápidas, mas seu pneu perdeu rendimento no finalzinho. Já Sergio Pérez, que largou em décimo terceiro, galgou algumas posições, se valendo da estratégia e da agressividade, para chegar na oitava posição. A equipe melhorou, embora eu ache um pouco circunstancial. Talvez sejam características da pista, pois ao mesmo tempo em que o carro melhorou de rendimento, adversários como a Force India decaíram. É algo em que precisaremos ficar de olho e atentos para as próximas corridas, principalmente na Hungria, a próxima.

 

Sauber: Corrida honestíssima e digna de nota do Incrível Hulk. O alemão, que conseguiu uma vaga no Q3, sempre esteve entre os primeiros durante a prova e conseguiu salvar o último pontinho do dia com a Sauber, que, acho que posso afirmar, não foi o fator determinante para a boa prova do alemão, mas sim seu enorme talento. Acho que a prova disso talvez seja o próprio companheiro de Hulk, Gutierros, que não tem feito nada de muito especial com o carro ultimamente; pelo contrário, sempre anda no pelotão do deus-me-livre. É novato, inexperiente e coisa e tal. Damos um desconto.

 

Force India: Dia para esquecer. A equipe indiana, outrora uma boa frequentadora dos pontos (e com os dois carros, é bom dizer), não conseguiu repetir o desempenho dos outros finais de semana, o que reforça um pouco a minha opinião de que os desempenhos da McLaren foram meramente circunstanciais. Paul di Resta e Adrian Sutil nunca tiveram a chance de brigar verdadeiramente pelos pontos, e chegaram, respectivamente, na P11 e P13. Acho que voltarão a brigar melhor em Hungaroring.

 

Toro Rosso: A briga pela vaga do segundo cockpit da Red Bull deixou os meninos da Toro Rosso numa espécie de jogo de CS (Counter-Strike): FIRE IN THE HOLE! Pelo menos para Ricardão, a coisa está assim. O australiano tem se apresentado de uma maneira muito convincente nas classificações. Largou em sexto nessa prova de Nürburgring (à frente dos dois carros da Ferrari, é bom dizer). Porém, perdeu rendimento durante a prova e chegou apenas na décima segunda posição. Quem está sentindo é Verme, que, hoje, largou DEZ posições atrás e nem completou a prova, abandonou na volta 37. De qualquer forma, a equipe evoluiu bastante em relação ao começo do campeonato. Poderemos ver uma briga encardida entre Ricardão e Verme até o final da temporada pelo lugar de Webber. Aliás, o australiano da equipe-mor já declarou sua preferência por Daniel.

 

Williams: Na corrida em que a equipe de Grove comemorou seus 600 GPs (completados em Silverstone), foi decepcionante. De novo, de novo e de novo. Pastor Maldonado e Valtteri Bottas sequer avançaram ao Q2 e, na corrida, as confusas estratégias apenas deram conta de criar uma ilusão quanto a uma possível pontuação de algum dos dois carros. Acabaram apenas à frente dos carros de Caterham e Marussia, para variar.

 

Caterham e Marussia: De anormal, somente o incêndio e abandono de Jules Bianchi, que causou aquela cena inusitada com o carro sozinho fazendo o Moonwalker. Charles Pic foi o melhor dos nanicos, seguido por Devagarde. Chilton foi o último, de novo.

 

No mais, teve Fórmula Indy em Pocono hoje, a Pocono 400. A Ganassi colocou seus 3 carros nas três primeiras posições, com vitória de Scott Dixon em dobradinha com Charlie Kimball e Dario Franchitti completando o podium. Helio Castroneves, da Penske chegou numa boa oitava colocação e ampliou a liderança do campeonato em relação ao vice, Ryan Hunter-Reay, da Andretti.

 

É isso, galera. Abraços!

 

Antônio de Pádua